Capítulo Único

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Notas Iniciais: Aaaaaah, olha eu brotando por aqui de novo... Non gentem não morri suas lokas!!!
Mil obrigadas as fofas que favoritaram e comentaram em Trouble, cês são uns amores <3<3
Maaas, agora o negócio é Borusasu, sim, o filhote do Hokage dando um trato no nosso eterno Uke, Sasukets.
Espero que gostem suas divas!!!

   

Eu o observava escrevendo na lousa...
    Não, risca isso.
    Eu o assistia...
    Não ainda não.
    Eu o comia com os olhos...
    Sim, agora sim estava certo.
    Eu literalmente devorava o cara de costas escrevendo algo que eu não fazia a mínima questão de memorizar na lousa esverdeada.
    Meus olhos fizeram o caminho já bem conhecido, subindo pela calça preta se ajustando a cada curva das pernas, e quase me obrigando a ajoelhar e venerar aqueles dois montes arredondados perfeitos na base da coluna dele. Subi mais meu olhar, sentindo meu corpo esquentar, como era bem comum em toda aula daquele cara, a camisa azul escura mostrando uma cintura estreita e ombros delicados. Cheguei a parte de trás da cabeça, nas pontas desfiadas do cabelo preto que sempre pareciam estarem viradas para cima... "Bunda de pato", como Shikadai sempre se referia a ele.
    E então ele se virou, mostrando algo tão, ou até pior do que sua traseira, aquilo sim fazia eu querer "o" colocar de joelhos...
    - Os princípios são básicos... — A voz grave, porém suave correu por todo o meu corpo.
    Agora eu podia correr meus olhos famintos pela frente, na calça negra, na blusa azul, e então pela gravata também negra e fina, deixando pouco do pescoço esguio e pálido se mostrar entre a gola e algumas pontas do cabelo. O queixo dele era arredondado e com uma pontinha perfeita. Passei pela boca rosada, aquela que me fazia ficar acordado até altas horas da madrugada criando mais e mais pensamentos... Outra onda de calor me obrigou a fechar mais as pernas, ele tinha mesmo que morder o lábio inferior antes de continuar a explicação?! Eu podia imaginar como seria enterrar o meu pau dentro daquela boquinha aveludada...
    Continuei, passando pelas bochechas levemente coradas, o nariz tão arrebitado quanto a bundinha perfeita, e então parei... Parei por quê era sempre ali onde eu acabava me perdendo. Os olhos grandes, de um formato diferente, puxados nos cantos, dando a certeza que a descendência dele não era daqui, escuros, de um tom que não me deixava ver pupilas dilatadas nem nada, apenas como se fossem dois oceanos, rodeados pelos cílios bonitos que faziam questão de bater na bochecha quando ele fechava os olhos...
    Ele era perfeito... Na minha perspectiva de perfeição claro. Mas com certeza alguém teria que ser muito virado da cabeça para não concordar. E eu infelizmente sabia fodidamente bem que isso era difícil de acontecer.
    Eu via como as garotas suspiravam cada vez que ele passava no corredor, o modo como todos tentavam chamar sua atenção com as coisas mais idiotas, mas tudo valia para ter sequer um olhar do senhor Uchiha voltado apenas para si... E principalmente, eu via o olhar faminto que aquele velho dava para ele... E em como só esse era correspondido sem nenhum esforço.
    E eu odiava cada pedacinho disso.
    - Cara. — Dei um pulo na cadeira ao sentir algo duro afundando na minha costela direita. Desviei do meu estimado professor e fuzilei o garoto ao meu lado. — Você está literalmente babando.
    - Cala a boca. — Sussurrei de volta, e tive em resposta olhos amarelos se revirando. Mitsuki apoiou sob o queixo a mão que havia usado para me cutucar.
    - Tarado. — Disse sem som. Mostrei o dedo discretamente para ele...
    - Uzumaki-Kun, algum problema que queira dividir com a classe? — Senti choques percorrerem a minha coluna, era sempre assim em todas as vezes que ouvia aquela voz pronunciar o meu nome.
    - Não, Sasuke-Sensei. — Cruzei meus braços.
    Ele assentiu, voltando a escrever algo no quadro. E eu podia ouvir a risada babaca de Mitsuki na minha cabeça.
    Filho da puta... Ou de um puto, já que eu só conhecia o pai dele.
    Felizmente o sinal tocou, como sempre todo mundo começou a correr para fora da sala, era hora da saída de uma sexta feira, nada poderia ser mais empolgante... Ou na verdade com toda a minha fodida certeza poderia sim. Nada se comparava a ver Sasuke se curvando para apagar o quadro...
    Porra.
    - Ele sempre parece dar um belo show, não é? — Senti a mordida leve na minha orelha e a mão delicadamente subindo pela minha coxa.
    Encarei Mitsuki, ele mordeu o lábio inferior antes de sem nenhum pudor apertar o meu pau semi ereto e se levantar.
    - Vejo você depois, Boruto. — Acenou como se nada estivesse acontecendo, colocando sua bolsa cruzada no ombro.
    - Até. — Acenei dando uma piscada para ele, o garoto de cabelos brancos deu uma secada descarada em Sasuke, antes de deixar a sala.
    E agora era só eu e o Sensei.
    Comecei a guardar meu material com todo cuidado, cada lápis no seu devido lugar dentro do estojo...
    - Nunca entendi como com o seu grande interesse em física, suas notas nunca são as melhores. — Ouvi o senhor Uchiha dizer, ainda virado em direção ao quadro negro.
    Sorri, cruzando os braços ainda sobre a mesa o fazendo me encarar, e sem surpresa ver que como sempre eu era o último aluno na classe.
    - Gosto de fórmulas, só não consigo entender. — Falei como sempre, Sasuke deu um leve sorriso antes de começar a recolher seu material. — Acho que você pode me ajudar um pouco Sensei.
    - Sinto muito, mas tenho uma reunião com o seu pai agora, Boruto. — Ele balançou a mão de um modo natural.
    E eu senti como se algo dentro de mim fosse esmagado. Uma mistura de raiva, e óbvio, ciúmes.
    Observei o meu professor jogar seu cabelo para o lado e dar aquele sorriso de canto que me fazia ficar fraco na minha direção. Aquele mesmo sorriso que me fazia sonhar com ele a oito malditos anos.
    - Tenha um bom fim de semana, Boruto, vejo você na segunda e quero os deveres feitos. — Arqueou uma sobrancelha e deixou a sala.
    Deitei minha cabeça na madeira fria. Tentando conter a raiva corrosiva dentro do meu peito.
    Sasuke Uchiha tinha um caso com o diretor... Com o meu pai.
    Na verdade, era mais, meu pai, o grande e mais patético impossível, Naruto Uzumaki, quem tinha um caso com o brilhante Uchiha-Sensei, já que ao contrário do meu pai, que ainda era casado oficialmente com a minha mãe, Sasuke não tinha nenhum relacionamento, sendo um dos solteiros mais cobiçados de toda a Konoha.
    Ah se eles soubessem...
    Da mesma forma que eu sempre soube desde os meus oito anos que havia algo de errado no casamento dos meus pais.
    Bom, nessa idade eu ainda achava que príncipes e princesas existiam e amor eterno era o máximo... Por culpa das garotas melequentas da escola, claro, eu havia desenvolvido uma queda super secreta por contos de fadas, mas isso não era o mais estranho.
    O que era inexplicável para o eu de oito anos era o fato de que meu pai, o príncipe mais forte e maneiro de todo o reino criado na minha cabeça, sequer domir no mesmo quarto que a princesa dele. Na época a resposta que eles me davam toda vez que eu perguntava, era que assim era mais "confortável" para os dois, que mamãe não precisa acordar com o ronco do papai e que ele não iria morrer congelado durante a noite quando ela roubasse os cobertores. E eu, com meus oito anos, achei que aquilo realmente fazia o maior sentido do planeta.
    Com nove anos, as coisas começaram a mudar e de repente contos de fada eram um nojo, assim como as meninas que os liam... E foi nessa época também que conheci pela primeira vez alguém que estava acima da eca que era ser garota ou qualquer outra coisa... Ele era... Ele.
    Sasuke Uchiha era o novo estagiário na escola Hokage, propiedade mais que valiosa da minha família. E juro que na primeira vez que o vi passando pela porta do diretor... Nesse dia para variar eu estava lá levando uma bronca por ter puxado o cabelo da ChouChou, enfim, minha caixinha de suco de uva foi parar no chão, e eu fiquei literalmente de boca aberta...
    Mas, infelizmente não fui só eu que virou uma pilha de gelatina idiota ao ver o novo professor. O ilustre senhor Uzumaki, derrubou um vaso, a xícara de café em cima do seu computador e até se esqueceu da minha punição. Tudo porque o novato senhor Uchiha apertou sua mão.
    Naquele exato dia eu jurei que Sasuke-Sensei ainda seria minha esposa. Simples assim, eu o salvaria de um dragão na torre se fosse preciso, mas eu tinha certeza que no final eu seria o príncipe que iria se casar com ele.
    Com os anos passando, eu havia começado a entender que a maneira com que meus pais se olhavam durante o jantar era bem mais do que um jogo de quem fazia a careta mais feia. Mas que em público eles ainda eram o casal mais feliz desse mundo, eles até tocavam na mão um do outro e se falavam sem gritar.
    Os anos continuavam andando e o jeito como eu via o Uchiha-Sensei foi mudando, claro, secretamente ele ainda era a minha princesa, mas de repente eu notei que gostava muito de olhar para ele enquanto ele dava aulas em outras salas, principalmente quando ele se curvava para falar com algum aluno, ou ajoelhava no chão para pegar um lápis que havia caído.
    Uma vez quando eu tinha doze anos, eu o encontrei literalmente de quatro no chão,  ajudando um aluno a pegar folhas espalhadas pelo corredor. Nesse dia eu senti mais calor do que eu me lembrava, bem mais do que quando Gai-Sensei me fazia dar vinte voltas correndo em torno da quadra na aula de educação física.
    Mas não foi até eu ter catorze anos que senti mais raiva do que achava que era possível, mesmo nas vezes que Mitsuki me ganhava no meu video game favorito...
    Era só mais uma tarde, eu havia ficado na detenção com a velhota da Senhora Mitarashi por ter brigado com o Inojin, sim só eu havia sido castigado, recebendo os olhares mortais dela por três longas horas dentro da sala de aula. E para variar, minha mãe havia simplesmente esquecido de me buscar na escola, estava chovendo e eu daria toda minha coleção de cards para estar na minha cama dormindo.
    Depois de cansar de ligar para minha mãe e não ser atendido, decidi que minha melhor chance era rezar para o meu pai não estar ocupado com nenhum problema idiota e poder me levar para casa.
    Nunca me arrependi tão amargamente.
    E eu deveria ter levado em consideração o fato de que era muito estranho o vice diretor senhor Nara não estar na sua sala, ou que a porta do escritório do diretor estava fechada... Ele nunca fechava portas...
    Infelizmente também, eu não dava a mínima e fui abrindo a porta destrancada, com uma reclamação na ponta da língua...
    Mas engoli tudo, inclusive meu coração no momento que coloquei meus olhos na cena.
    Meu pai prendia alguém contra a janela, sem o paletó e com as calças abaixadas, alguém que estava com as pernas pálidas e nuas em volta dele, alguém que tinha braços finos e dedos delicados que se enroscavam no cabelo desmanchado do diretor... Alguém que eu não podia exatamente ver... Mas tinha absoluta certeza de quem era.
    Eu havia sentido meus olhos queimarem.
    - Naruto aí, mais forte... — A voz dele fazia tudo queimar. — Por favor, aah...
    Naquele dia eu havia me escondido entre as árvores atrás da escola, não dando a mínima para a chuva.
    Eu queria que um raio caísse em mim. Não, eu queria que um raio caísse na cabeça do meu pai.
    Pelo simples fato de ele ter encostado no Sasuke-Sensei. Por ele ter roubado a minha princesa.

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