Uma nova semana me esperava e eu não podia estar mais animada. Além de ser a semana que eu faria 24 anos de idade, eu estava no meu emprego dos sonhos e me dando bem com meus novos colegas.
Tomei café da manhã com minha família, peguei um ônibus e em uma hora cheguei na empresa. Cumprimentei os recepcionistas, bati o ponto e fui para o andar onde trabalham os designers.
Recebíamos por e-mail os dados do cliente a ser gerenciado e quando acessei o meu, havia um site farmacêutico solicitando um novo layout para a home page.
Eu não seria a única trabalhando nisso. O senhor Sales pediu para todos do nosso setor montar uma aparência original para o site, mas ele ia escolher apenas um.
Pesquisei tudo sobre a rede de farmácias que solicitou o pedido: cores, bairros com mais acessos no site, tudo pensando em deixar não só mais bonito, mas mais acessível para os visitantes. Busquei o briefing do cliente pois precisava conhecer bem os seus gostos.
— Rebecca.
— Ai Cristo! — dei um pulo na cadeira.
— Desculpa. — Isaque pediu rindo.
— Esse pedido não pareceu muito honesto. — ironizei.
— Você tinha que ter visto a sua cara. — explicou segurando o riso. Sem sucesso.
— Tá legal, ria a vontade. — levantei as mãos em rendição.
— Não, relaxa. Parei. — respirou fundo e parou de rir, mas continuou com uma expressão de deboche.
— Posso ajudar em alguma coisa?
— Na verdade eu só queria ver como está indo em sua primeira semana. O que achou do ambiente?
— Bom. Na verdade, eu estou um pouco ocupada agora. — voltei meus olhos para a tela.
— Me conta, talvez eu possa ajudar. — se abaixou, ficando um pouco mais próximo a mim.
— Ah não, melhor não. Quero ganhar essa chance por meus próprios méritos. — engoli seco, tentando manter a compostura.
— Compreendo. Se precisar de alguma coisa, minha mesa é logo ali. — apontou para outra ponta.
— Pensei que o filho do CEO teria sua própria sala especial. — o olhei e acabamos por ficar muito próximos.
— Gosto de ganhar as coisas pelos meus próprios méritos. — piscou e eu não contive o sorriso.
Isaque se afastou e eu voltei a me concentrar no trabalho. Com a minha pesquisa finalizada, comecei a anotar minhas ideias para o layout e por fim, comecei a pôr em prática.
Levei o dia todo, mas no fim, consegui um rascunho apresentável. Mandei tudo para o senhor Sales e como já estava na minha hora de ir embora, peguei minhas coisas e parti.
Uma coisa que eu gostaria muito que mudasse no Brasil é a organização das conduções públicas. Para determinadas áreas, os ônibus demoram de quarenta minutos a uma hora para passar nas paradas, o que deixa o trabalhador ainda mais cansado.
Já estava ficando com medo de ficar no ponto de ônibus, principalmente por estar tudo tão deserto e consideravelmente tarde. Infelizmente era outro tópico em nossa cultura, a falta de recursos para a segurança das mulheres.
Um carro cinza com os vidros escuros parou bem na minha frente e gelei da cabeça aos pés. Para piorar, o motorista abaixou o vidro bem devagar.
— Ei, quer uma carona? — perguntou Isaque.
Esse garoto ainda vai me matar do coração.
— O ônibus já está vindo. — respondi esperançosa.
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Presente de Deus - DEGUSTAÇÃO
ContoJuntar paixão e pureza não é algo fácil, principalmente em uma geração onde a maioria acha que para amar, precisa "ficar" primeiro - ou até pior. Para Rebecca, o amor vai muito além do contato físico. Ele precisa estar instituído por Deus, firmado e...