skinny love » l.t.

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              Numa noite chuvosa, Oliver concluiu que todos recebemos uma dádiva na vida. Ele tinha quase a certeza de que a dele não ia ser ganhar um prémio Nobel, pisar Marte ou sobreviver meses á devida no mar.

A dádiva dele era maior que tudo isso.

                Oliver, vivia em Montmorency, uma localidade nos subúrbios de Paris, França. Ele tinha-se mudado para lá há uns tempos, depois de se concluir que ele não era bem tratado pela sua mãe, que ao que parece apresentava alterações neurológicas depois do trágico acidente do meu marido, pai de Oliver.

            Mas ele amava-a, ele ama-a e vai sempre amar, porque mesmo sofrendo todos aqueles tormentos custou-lhe bastante ficar longe dela.

Ela é a sua querida mãe.

             “Foi para o bem de ambos”, disse-lhe a sua velha avó quando o recebeu na sua velha casa depois de uma longa viagem com partida em Warwickshire, Inglaterra.

            Ele não se tinha adaptado bem á sua nova escola, nem aos seus novos colegas. Eles eram tão diferentes dos que deixara em Inglaterra. Ele não gostava dessa diferença. Por isso, Oliver era solitário, ele era calado, sossegado e pensativo. Isso preocupava a avó, até um dia.

               O dia em que ele a viu, sentada naquele banco de jardim. Os cabelos negros caiam-lhe pela face e a sua pele pálida a ficar suja de carvão que era rabiscado nas folhas brancas que assentavam no seu colo.

                Foi então que ela ergueu a cabeça e revelou as suaves sardas e os seus olhos pálidos verdes e ele olhou para ela, como um cego olha para o céu pela primeira vez.

 Ela era a dádiva na vida de Oliver.

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