12, mai 1996

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       Hoje, vi-te no mesmo parque, no mesmo banco, com o mesmo caderno que da primeira vez.  O teu cabelo estava ligeiramente despenteado, mas tu não te importaste e eu gosto disso. Os teus dedos estavam sujos de carvão, assim como o teu vestido e a tua bochecha. Por momentos desejei sentar-me ao teu lado e passar os dedos na tua pele removendo a sujidade, mas eu não podia, eu não te conheço. Tu ias achar que eu sou louco.

      Eu reparei que tu ficaste bastante tempo a olhar para uma pequena flor que crescia, sozinha, ao lado do teu banco, depois tu voltaste ao teu desenho.

      Na verdade eu não sei o porquê de te estar a escrever esta carta, pois eu nem sei a tua morada. Mas eu apenas senti algo que nunca tinha sentido antes quando vi os teus olhos, eu senti necessidade de falar contigo. Mesmo que nunca leias isto eu quero que saibas que tu para mim, não és apenas uma rapariga que se eu vi no jardim.

      Tu és a rapariga por quem eu senti algo indescritível quando te vi naquele jardim.

                                                                                                    - Oliver

skinny love » l.t. au [status]Onde histórias criam vida. Descubra agora