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As roupas que dobrei na lavanderia pesam em meus ombros quando as carrego em um cesto para o segundo andar, para o quarto de Yuta. Já faz um dia desde que eu e ele nos envolvemos em uma de suas primeiras experiências sexuais, e lembrar disso me deixa satisfeita por tê-lo feito descobrir a forma como o sexo pode ser bom e prazeroso. Ele merece sentir isso.

Hoje é um dia livre para Yuta, mas ele está trabalhando em seu escritório. Poucos funcionários dele estão aqui, e a principal deles, Jeanette, faltou o trabalho por estar doente. Ela não costuma faltar um dia que seja, cuidando de Yuta como se este ainda fosse a criança que era a mais de 10 anos atrás. Vou ligar para ela mais tarde. Ela é alguém para se manter perto.

Abro a porta de seu quarto, e ele está impecável. Vejo seu computador sobre a mesa, e recordo-me de memórias que vão me marcar para sempre, pelo tempo que nossa amizade durar. Yuta vinha mexendo com minha cabeça desde a sua volta, seu olhar diferente do anterior tirando meu sono. Apesar disso, a inocência intocada que ainda era presente pairando por sua pele me tinha curiosa, imaginando como seria provar dela, deturpá-la, destruí-la. Na minha cabeça, isso parecia um pecado que eu ansiava por cometer, e eu percebi que foi a melhor coisa a qual já tomei a decisão de fazer. E eu fiz dele, naquele momento, um pecador tão sujo quanto eu.

Bato duas vezes na porta do escritório antes de entrar, mas não recebo respostas vindas dele. Reviro meus olhos. Ele odeia que eu bata na porta, de qualquer forma, e eu sei que não irei atrapalhá-lo por muito tempo. Logo, abrindo a porta do cômodo, vejo-o fazendo cálculos, óculos em seu rosto, uma camiseta branca cobrindo seu corpo e um sorriso em seu rosto assim que nota minha presença.

- Você está linda, hoje.
- Só hoje? Estou ofendida.
- Pare de fazer drama. Venha aqui. O que quer de mim?
- Queria saber como está - digo logo que ponho-me sentada na cadeira ao lado oposto do seu. Ele apoia o queixo em sua mão e relaxa em seu assento.
- É só Jeanette faltar um só dia para que eu seja tratado como uma criança por outra pessoa.
- Eu não te trato como criança. Caso o fizesse, o que aconteceu ontem jamais, e em hipótese alguma, teria acontecido.

Yuta sorri, e eu vejo malícia nele. Este não é o tipo de coisa que eu esperava ver, mas para mim não importa. Isso tudo me é divertido de ser vivido com um amigo tão próximo.

- Não sei como é ter outras pessoas fazendo o mesmo que você, mas se for assim, é o tipo de coisa o qual planejo fazer para sempre, em minha vida.
- E quando se casar?
- Vou fazer a mesma coisa com uma pessoa só.
- Vá acumulando experiências sexuais, o máximo que puder. Case-se com a melhor delas.
- Quando foi que você começou a se importar com meus relacionamentos?
- Eu sempre me importo com você , Yuta - é o que lhe respondo, vendo que seu rosto observa o meu por um tempo longo, curioso.

Entro em seu jogo e decido brincar do mesmo, apoiando minhas mãos em meu queixo e afundando meu olhar ao seu, tendo-o entretido ao extremo. Tirando seus óculos e colocando-os sobre a mesa, ele demora até voltar o olhar ao meu, batucando a mesa com as pontas dos dedos.

- Sabe, eu não consigo me concentrar no meu trabalho.
- Oh, perdoe-me - peço-lhe desculpas. - Eu vou deixar você sozinho.
- Não, não - ele me responde, levantando-se de sua mesa e vindo até mim. Logo, ele gira minha cadeira para frente dele, ajoelhando-se em minha frente e equiparando sua altura à minha, apoiando suas mãos nos descansos de braço. - A culpa não é sua. Quer dizer, ela é. Eu não consigo me concentrar lembrando do que você fez.

Arrepio-me apenas por ouví-lo dizer isso, o que ele percebe. Então, aproximando ainda mais nossos rostos, suas mãos seguram em meu rosto e levantam meu olhar para o seu.

- O que quer fazer?
- Não quero que faça o mesmo. Quero fazer outra coisa, mais simples. É algo que me arrependi de não ter feito.

Dito isso, suas mãos em minha cintura sobem a blusa que visto e encontram minha pele. Nossos olhares não se desconectam, e ele ergue meu corpo até que eu esteja em seu colo. É dessa forma, então, que sua boca quente encontra a minha, com voracidade e pressão. Esqueço-me de como se respira corretamente, sentindo meus membros amolecendo sobre os braços de meu melhor amigo, o qual me beija como se essa fosse a última coisa que fosse fazer em sua vida. Para alguém virgem, ele beija como se já tivesse experiência de anos e anos. É algo tentador, devo dizer.

Sinto-o colocar-me sobre a mesa onde trabalhava, e é dessa forma que ele encaixa seu corpo entre minhas pernas, e eu posso sentí-lo doloridamente excitado. Será que era disso o que ele falava quando dizia sobre precisar de estímulos para se tocar? É, pelo visto estou dando para ele material visual e tátil o suficiente.

Como que por instinto, ou por lembrar do filme que vimos, suas mãos segurando em minhas pernas acabam por permitir com que ele atrite seu corpo contra o meu, o que faz com que um gemido rouco e gostoso saia de sua boca. Meus dentes mordem seu lábio uma vez que ele faz isso, e ele entende isso como um convite pervertido para continuar sua pecaminosa atividade. Olhando em meus olhos, cruel, a fricção que ele faz entre nós dois é lenta, lenta o suficiente para que eu sinta-o rígido, praticamente me masturbando sobre meus jeans apertados. Sinto-me pulsar fortemente quando ele faz isso, mas não demonstro o quanto o quero. Não acho que seja eu quem tenha que ser a primeira dele, ou a última, não quando o relacionamento que temos é quase como o de uma família. Apesar disso, não é nisso que penso quando o tenho quase me fodendo sobre as roupas, e meu corpo desiste de segurar para mim os gemidos que dizem o quão fodidamente gostoso é sentir Yuta gemendo por mim.

Não demoro para abrir mais minhas pernas, desesperada por uma foda grosseira como a depravada que sei ser quando alguém sabe me tocar de forma certa e certeira, direto ao ponto, sem frescuras ou rodeios. De alguma forma, é esquisito como Yuta corresponde a tudo isso, de seu jeito aprendiz, mas que arranca de mim suspiros violentos e exasperados, tendo seu toque rude subindo de minhas pernas até minha cintura, que ele segura firme até quase machucar. Eu, no entanto, só consigo pensar no quanto seu prazer é intenso.

- Eu quero sentar no seu colo - sussurro contra seus lábios, os quais larguei segundos atrás, e ele me sorri sem que diga nada. Dessa forma, ele toma minhas pernas e inverte nossas posições, e eu sento sobre o calor e rigidez que jaz entre suas coxas, e ele parece ansioso pela sensação nova. Não que ninguém nunca tenha feito isso com ele, uma vez que a própria Bertha havia rebolado em seu colo até cansar, mas sentir isso estando excitado como ele está é certamente uma coisa nova.

Beijo-o enquanto seguro em seus ombros, e na primeira vez em que rebolo, sinto-o se arrepiar, os músculos contraindo, a boca gemendo perto da minha. Na segunda, ele parece mais acostumado, mas ainda assim permanece em puro êxtase. Deste momento por diante, a perversão toma conta de seu olhar penetrante, e ele me abraça enquanto sinto seu quadril chocando-se contra o meu, Yuta impulsionando meu corpo para cima, fazendo com que eu desça e suba rapidamente sobre sua excitação ardente.

Os gemidos e suor descem por nossos corpos, e eu sei que isso é muito mais do que eu ou ele podemos aguentar. Tendo uma pessoa virgem e com os hormônios fervilhando e outra que sempre apreciou uma boa transa juntos e chocando-se um contra o outro é quase uma confirmação certeira de que sexo é a próxima coisa que ocorrerá. Bom, e o pedido não parte de mim.

- Lili, eu quero fazer aqui - ele me diz, sussurrando como que com muita falta de ar.
- O que quer?
- Eu quero transar aqui, nessa sala.
- Yuta, comigo?
- Você foi minha cura. Eu devo isso a você.

Todas as palavras são ditas enquanto nossos movimentos continuam. Eu não consigo negar nenhum pedido dele, quanto mais um desses, quanto mais agora enquanto penso mais com o tesão do que com meu cérebro. Enquanto sigo subindo e descendo sobre ele, confirmo com a cabeça e ele me sorri, suor escorrendo por sua testa. Ele está pronto, e isso é incrível.

- Yuta! - escutamos uma voz conhecida e ligeiramente mais rouca chamá-lo com espanto. Quando viro meu corpo para a porta, já sentindo constrangimento cortando por minhas veias, vejo Jeanette parada na porta aberta, as mãos na cintura e o olhar chocado. - Karli, saia daí agora mesmo, você está em seu horário de trabalho e está fazendo perversões com seu próprio chefe? Isto é um absurdo! Vá embora antes que senhor Nakamoto fique sabendo desta situação que flagrei.

Sem outras opções e com o rosto queimando de vergonha, meu corpo ainda excitado, molhado e quente desce de sobre a mesa, abandonando Yuta derrotado e tentando esconder sua ereção de Jeanette, para que a situação toda seja um pouco menos pior. Quando passo por si, a funcionária antiga, autoritária e lotada até o topo de instinto materno empurra-me por algumas vezes, irritada e fazendo com que eu saia do campo de visão de Yuta. Antes que eu me vá totalmente, porém, vejo o rosto de meu amigo de soslaio e, apesar de frustrado, algo nele parece feliz. E esse algo certamente é a certeza de que ele consegue ficar excitado da forma como nunca imaginou ser capaz de ficar.

Com o flagra de Jeanette e os sermões que ouço-a aplicar no pobre menino que está com seus pensamentos concentrados em outro lugar, hoje ainda não foi o dia em que Yuta conseguiu cumprir com nosso desafio. E apenas um dia lhe resta.

fucking good ;; nytOnde histórias criam vida. Descubra agora