Sonhos Ligados

Sentimentos Reprimidos

Mais um dia começava, e sem casos por duas semanas. Sam acordou e notou que Rowena não estava mais na cama, ela estava sentada numa cadeira perto da escrivaninha e lia um livro.

— Rowena? O que foi? – Sam perguntou se sentando na cama.

— Esse livro... – Ela começou. – Ele conta como liberar todo o meu poder, achei que só tivesse no Grimório Negro.

— Que livro é esse?

— O livro Primordial. Nem deveria estar na Terra. Dizem que a própria deusa Hécate o tirou da Terra por ele ser muito perigoso com os humanos.

— Como o conseguiu?

— Não sei como, ele só surgiu aqui. – Rowena contou.

— Estranho. – Sam observou.

— Mas bem, acha que sai mesmo o casamento do Dean? – Rowena questionou.

— No jantar de noivado ele estava bem decidido. E aliás, não acho que ele queira arriscar com Deus na cola. – Sam falou e os dois riram.

Rowena se levantou da cadeira e se deitou ao lado de Sam na cama.

— Sam, e se um dia isso acabar? Tipo, nossos sonhos... Você ainda vai me querer contigo? – Rowena perguntou tentando não demonstrar a insegurança em sua voz, mas falhou.

— Rowena, eu vou sempre estar com você, por isso nos casamos. – Foi a resposta que ele lhe deu, mas não era o suficiente, algo faltava.

— Chegará o dia em que você terá que me matar, e nós sabemos disso... – Ela pausou abaixando a cabeça. – Só queria que os momentos antes disso fossem bonitos.

Sam segurou o queixo dela levantando sua cabeça.

— Ei, eu não vou te matar, e você sabe disso. Ro eu jamais conseguiria. Você está tão diferente...

Então ficaram em silêncio e Sam a abraçou.

Dean bateu na porta dos dois quebrando o clima.

— Ei, Sammy, enfim temos um novo caso, vamos! – Dean disse do outro lado da porta.

Era um caso de bruxas, Dean acabou sendo enfeitiçado, iria morrer, Rowena o salvou, matando a bruxa que jogou o feitiço.

— Sabia que vocês não iriam dar conta da bruxa. – Romena disse já no carro.

— Foi apenas um erro, e você nem precisava vir, tínhamos tudo sob controle. – Dean disse bravo.

— A claro! Notei. – Rowena provocou.

— Vocês podem parar com isso? – Sam pediu e ficou todos em silêncio.

Já no bunker...

— Sam, tem algo errado. – Rowena disse.

— O que poderia estar errado?

— Sinto uma energia diferente regendo nosso mundo e já tem umas semanas que sinto isso. Esses casos... Não são reais, não podem ser, parece que é tudo para nos manter juntos.

— Acha que estamos sob um feitiço?

— Um feitiço bem poderoso.

— Então temos um caso nas mãos? – Sam perguntou.

— Acho que sim. – Rowena respondeu.

Sam acordou estava em sua cama, sem a ruiva de seus sonhos, já era a vida real. Isso o fez lembrar que não a tinha em seus braços, isso o irritava, quem havia lhe jogado essa praga que o torturava todas as noites, o lembrando que Rowena é de outro e não dele.

Quando Chuck estivera perto da morte, Rowena arrastara uma asa a ele, e isso incomodava as lembranças de Sam, ainda mais quando Chuck aparecia para uma visita casual com Amara, pois sabia que Rowena sentia-se atraída por ele, Sam tinha ciúme dela.

Agora ela saía com um cara qualquer, a quem Sam não queria saber, e nem queria pensar.

— Sam? – Dean o chamou. – Onde você está irmão? Estou falando e você nem aí. No que tanto pensa?

— Que? Eu? Em nada de especial. – Disse rápido negando seus pensamentos em Rowena. Já estava conversando com Dean a um tempo, mas seus pensamentos o desviava.

— Hum... Bem, eu falava que a mamãe vai fazer um jantar para Amara e o Chuck, bem, tentar... e a Rowena e o Crowley também vem, a pedido do Chuck, será uma noite especial. – Dean sorriu.

— Rowena vem também? – Sam perguntou surpreso.

— Algum problema nisso? – Dean perguntou intrigado com a surpresa do irmão. – Não vai me dizer que realmente tem uma queda na bruxinha.

— Não! Bem, acho que vou procurar um caso para a gente trabalhar. – Sam saiu logo antes de entregar seus sentimentos por Rowena.

∆∆∆

Rowena se sentia agoniada por seus sonhos com Sam, isso só intensificava mais seus sentimentos por ele. Ela tentou sair com outro, ter uma vida sem a sombra do sentimento que tinha por Samuel, mas estava ficando difícil, sonhar todas as noites que estava casada com ele, era uma tortura, mas o pior seria na vida real, quando seu noivo, James começou a notar algo de errado com ela, ele a ouvia chamar por alguém, e não era ele.

— Rowena, quem é Samuel? - James a questionou.

Estavam tomando café da manhã juntos na bela mesa que ele tinha no jardim de sua casa.

— Que? Do que está falando? – Ela se fez de desentendida.

— Desse que você chama todas as noites, com quem tenho quase certeza de que você me trai. – James insinuou.

— Que? Não diga bobagens!

— Então quem é esse tal Samuel?

— Como posso saber? E ah, me lembrei que tenho um compromisso, querido. – Se levantou fugindo do assunto. – É muito importante.

— Rowena, espere! E quanto ao livro da Deusa? Alguma pista? – James perguntou. Também era bruxo, o que facilitava o relacionamento.

— Não, nenhuma pista. Mas com certeza você saberá quando o livro aparecer, só espero que não queira me trair por ele.

Quando Rowena já se ia, Crowley aparece.

— Olá mamãe! James... – Crowley cumprimentou.

— Crowley. – James disse.

— Fergus. O que quer?

— Vejo que está de mal humor, mas vim te avisar que fomos convidados a jantar com Deus e Amara. – Crowley avisou.

— Chuck nos convidou? – Rowena perguntou com interesse. – E para quando é?

— Próximo fim de semana.

— Com certeza estarei lá. – Ela disse contente.

— Vou com você, Rowena. – James disse.

— Como? – Ela perguntou intrigada.

— Acho bom que vá com James, mãe. Assim ele já conhece os Winchesters. – Crowley disse provocativo.

Rowena lhe lançou um olhar maligno, que poderia tê-lo pulverizado se ela o quisesse.

— A não ser que me esconda algo... – James falou tentando pescar algo suspeito.

Rowena ficou em silêncio, pois escondia, mas não era seu interesse em Chuck, mas sim seu sentimento por Sam. Se James soubesse sobre seus sonhos, se soubesse que sonha que está casada com outro, o tal do Samuel, estaria tudo acabado, a vida confortável que ela sempre quis... Seu fim poderia vir de um bruxo, de James.

Continua...