BANFF A CIDADE INTENSA

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Sabe quando se mistura realidade e fantasia em um sonho?

Desde de pequena cresci sonhando coisas, digamos um tanto quanto estranhas para qualquer mente sã que se prese. Porem posso dizer que é o mesmo sonho, um olhar! Um olhar tão frio e sanguinário que qualquer um ficaria com medo, só que eu não tenho medo. Eu consigo ver além deles, eu consigo ver a angustia e dor que este olhar tem, eu consigo sentir a carência deste olhar tanto que chega a ser palpável. O que podemos dizer os olhos são as janelas para alma certo?! Mais este, este olhar é tão misterioso para mim quanto um enigma, ele está presente em todas as horas que me permito fechar os olhos como agora. Vamos dizer que estes olhos podem chegar perto dos olhos do único homem que amei na minha vida e que por uma merda do destino foi levado de mim, o pior de tudo é que jamais encontrei ou soube onde ele morreu, meu PAI e junto com ele o olhar desapareceu.

[6 meses depois...]

-Donna, menina pelo amor de Deus acorde, até parece que está hibernando! – Acordo em um sobressalto e derrubo café em mim.

-Oi jesus já acordei estou acordada. - Quando minha mãe queria ela conseguia ser pior que minhas amigas. - Droga mãe não me assuste assim, agora vou viajar toda melecada de café por sua culpa.

Minha mãe solta uma risada escandalosa que faz todo seu corpo tremer, eu meio que começo a rir da situação também.

-Se você estivesse dormindo a hora que eu te mandei ontem, hoje estaria mais descansada e com certeza não estaria parecendo que tomou banho no Starbucks.

Eu me calei, ontem não estava dormindo por que passei a droga da noite sem prega a droga do olho por que já tinha me acostumado a não sonhar com essa porcaria de olhar intenso. Quem ele acha que é para me abandonar e do nada volta! É lógico que soa ridículo eu vir dizer isso, por que se eu realmente contasse a minha ela me mandaria para um manicômio, mas eu desaprendi a velo e agora ele retorna justo no dia em que eu estou me mudando para cidade que minha mãe morava com meu pai onde eu nunca estive e para piorar e na mesma casa em que eles moraram. A tenha dó não dá pra piorar!

-Donna, menina é sério você me assusta, eu estou a meia hora te chamando parece que está sempre no mundo da lua Donna! – Eu pisquei os olhos repetidas vezes atordoada com o comentário. Merda agora minha mãe acha que eu sou retardada.

-Desculpa estava só pensando no papai. - Eu me odiei assim que fiz o comentário, minha mãe não fala sobre o assunto desde que ele se foi e como se ela sentisse muita dor quando me referia a ele, eu via isso em seu olhar todos os dias, ela sentia tanta falta dele até mesmo mais que eu.

Eles se amavam de uma maneira tão intensa que eu sempre cresci querendo que algum dia eu amasse e fosse amada daquela mesma forma, mas esse sonho morreu quando ele morreu também. Eu senti a morte dele tanto quanto podia, eu não consigo explicar minha família é estranha. É como se uma parte de mim estivesse morrido naquele dia. Meu irmão é pequeno mais quando meu pai faleceu ele correu pros meus braços no instante em que eu senti a dor dilacerando meu peito e de alguma forma em meio aos prantos já sabendo o motivo eu sabia que ele sentiu a mesma dor que eu, é como se minha família inteira fosse conectada ou até mesmo uma ligação é difícil explicar, mais é mais um dos meus papos de louco, talvez eu seja mesmo uma louca!

-Você está com fome? – Minha mãe sempre desconversava quando eu ou Levi tocávamos n assunto, eu vi quando ela estava enxugando uma lagrima que insistia em cair de seus olhos teimosa. Mas eu não quis prolonga a conversa, então logo concordei. - Ótimo, tem a lanchonete da dona Anna logo na entrada da cidade, a comida dela é maravilhosa! A e a propósito nós já chegamos meus amores, bem-vindos a Banff, Canadá.

A cidade era linda estava no finalzinho da tarde quando chegamos e por uma sorte do destino eu consegui ver a montanha majestosa atrás das pequenas lojas da rua principal. Essa cidade me hipnotizou de uma maneira que eu não sei explicar, não por sua beleza ou algo assim mas sim pelo mistério que corria ali, é como se eu conhece-se cada passo ou pedra que jazia naquela cidade, cada pedaço ou rosto tudo me era familiar e ao mesmo tempo desconhecido. Eu me sentia conectada ali de uma forma que eu sabia que já estive ali mais sem ao menos ter estado.

Assim que pisei meu pé para fora do carro o mais improvável aconteceu, o vento me rodeou fazendo meus cabelos serpentearem pelo ar, um arrepio tomou conta de mim de uma maneira tão forte que minha perna fraquejou e eu quase cai me apoiando no carro. Um cheiro família cruzou-me deixando tonta a ponto de me fazer fechar os olhos e apenas senti-lo, eu sabia de que conhecia esse cheiro, reconheceria em qualquer canto do planeta. Um misto de ervas amadeiradas e outono, um cheiro inconfundível que atiçava meus sentidos e me fazia virar a porcaria de uma manteiga, tão forte e tão intenso que tinha certeza que poderia tocar.

E então eu decidi abrir meus olhos.

O OLHAR DE UM LOBOWhere stories live. Discover now