Aspen

Capítulo 1

Tento secar minhas mãos que estão suando de uma forma vergonhosa, o que é estranho considerando o frio que está fazendo, meus lábios tremem e meus pés afundam na neve próxima ao grande portão.

Aperto a campainha e logo surge uma voz no interfone

- Bom dia, em que posso ajudar? - Diz uma voz masculina através do pequeno aparelho grudado na enorme parede, será que nessa casa moram gigantes? Só isso explicaria a tamanha grandeza desses muros e portões

- Oi, sou Karolyn Carter vim pela vaga de cozinheira que Rose indicou - Rose é minha tia, ela trabalha nessa casa a mais de 10 anos e é governanta.

Semana passada ela me disse que estavam precisando de cozinheira e eu me ofereci imediatamente, mesmo depois de seus inúmeros protestos e olhares cortantes em minha direção.

O único problema é que eu não sei cozinhar nada, mas o meu futuro patrão não precisa saber desse pequeno detalhe. Eu estou precisando muito desse emprego, coloquei currículos em incontáveis lugares, já tentei até ser babá dos 4 filhos da minha vizinha mas desisti no momento em que a pequena menina que eu inocentemente achei ser um anjinho colou chiclete no meu cabelo.  

Então eu não saber cozinhar não vai me impedir de ter esse emprego, meu aluguel está a mais de 3 meses atrasado, a dona do pequeno apartamento em que moro só não me jogou no olha da rua ainda por que tem pena de mim.

Fiz cara de coitada para tia Rose e contei minha triste história exagerando em algumas partes e pronto consegui que ela me desse a entrevista com o seu patrão e futuramente meu se Deus quiser

- Srt. Carter, desculpe a demora o portão será aberto e Roselin a espera na entrada da casa.

Observo o portão de gigantes abrir lentamente, e começo a andar, olho a distância que tenho que percorrer e sinto uma vontade de fingir um desmaio para alguém me levar no colo até a casa.

- Qual a necessidade de construir a casa tão longe do portão?! - Digo para mim mesma.

A longa Estrada é repleta de Pinheiros chapiscados com o brando vivo da neve assim como o chão.

Minhas botas estão começando a molhar, até chegar na casa elas estaram encharcadas, se eu soubesse tinha pedido para o taxista esperar um pouco e me levar até as portas de entrada. 

Depois de longos minutos de caminhada avisto tia Rose e apresso os passos até ela, que me olha com a cara fechado e deixa a porta aberta para eu poder entrar.

Sei que ela está com medo de perder seu emprego indicando uma pessoa inexperiente, e pelo o que ela me falou o proprietário da casa é bem exigente, mas tenho certeza que nada vai dar errado, afinal é para isso que servem os canais de culinária.

Solto um suspiro de satisfação ao sentir o clima quentinho do aquecedor e ao mesmo tempo fico admirada com o tamanho dessa mansão por dentro.

As escadas com um tapete vermelho bem limpinho, que honestamente achei que só eram usados em filmes
As paredes repletas de quadros com desenhos confusos e provavelmente caros, nunca compreendi o motivo desses quadros serem tão caros, aposto que um bêbado tem a capacidade de pintar a mesma coisa.

- Olha você tem sorte do Sr. Foster está viajado a trabalho e ter deixado a função de encontrar uma cozinheira nas minhas mãos - Tia Rose fala tão rápido que fico tentada a pedir que ela sente e respire um pouco.

- Tia não precisa se preocupar, está tudo sobre controle eu já andei pesquisando revistas de culinárias e fiz uns pratos saborosos - Falo mentindo descaradamente e cruzando os dedos atrás das costas torcendo para ela acreditar, apesar de não ser tudo mentira, eu realmente estou lendo revistas mas até agora as comidas que fiz não ficaram boas, sinceramente ficaram péssimas.

- Tudo bem - Ela diz suspirando - Você só precisa buscar suas coisas, seu quarto é o terceiro na ala dos empregados ao lado do meu.

- Aaaaaaaaaa - Eu grito a abraçando de um jeito desesperado - Obrigado titia, você não vai se arrepender eu juro.

- Tá bom já chega - Ela diz se afastando tentando esconder o sorriso.

Finalmente consegui um emprego, acredito que agora as coisas vão se ajeitar, preciso de um rumo para minha vida, vou pagar minhas contas e reservar dinheiro para poder fazer uma faculdade.

- Vou pedir paro o motorista te levar em casa e ajudar a trazer o que você precisar para se instalar aqui, e não esqueça que as folgas são no sábado a partir das 14h e domingo o dia todo então até lá nada de sair, só em caso de doença e precise ir ao hospital, mas seram descontados os domingos.

O que????!
Nossa adeus vida social, apesar de não ter muitos amigos e lugares para sair eu sempre me orgulhava da minha liberdade, mas aparentemente agora sou um passarinho preso em uma solitária gaiola, ok talvez eu esteja exagerando, nem é tão ruim assim, tento me convencer

- Perfeito - Falo com um sorriso forçado, que minha tia faz questão de ignorar.