thank you, somi

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Havia se passado uma semana.

Ou seja, era um mês e sete dias sem saber de uma notícia de Jungkook sequer.


No momento, eu estava na cafeteria.

Eu havia combinado de conversar sobre ele, com Somi. Eu estava esperando-a. 

 — Jimin. — Somi chega.

Eu não disse nada. Apenas fiz um sinal para ela sentar na cadeira, que se encontrava em minha frente.

Ela senta. Fica entre nós um silêncio agoniante.

— Eu espero explicações suas, Somi. Eu não aguento mais!

— Mamãe acabou entregando tudo naquele dia. Você sabe.

Então... ele morreu mesmo?

— Não...

— É. Não está entre nós. Aposto que você quer saber como tudo aconteceu...

Eu não disse nada. Eu fiquei atônito com todos esses fatos emergindo de uma vez só.

— Ele estava super feliz. Eu juro pra você, Jimin. Nunca tinha visto-o assim em toda a minha vida! — suspirou — Mas, ele sofria...

Ele estava feliz comigo.

— Mas, sabe... depois que você foi embora. Ele brigou com a minha mãe. 

— Por que?— questiono. 

— Ele sempre teve vício em bebida, e minha mãe desaprova isso. Quando a gente terminou de jantar, ela foi arrumar a casa. Achou uma grade de cervejas escondidas em seu quarto.— Somi ficava fazendo muitas paradas enquanto falava. Mas também, não é fácil falar sobre isso, eu imagino.— Então eles brigaram. 

— Como foi? 

— Ele disse que ela não entendia de nada. Ela surtou. Falou muita merda na cara dele.

Somi começou a chorar. Eu não fiz nada, absolutamente nada. Eu estava quase para chorar junto com ela.

— Me d-desculpa, Jimin... 

— Não tem problema. Você tem todo o tempo do mundo.

Ela limpou as lágrimas com certa dificuldade, e voltou a contar tudo.

— Ela disse que ele era um alcoólatra fodido, que ela esperava ele sair logo de casa, que ele era um fardo. E ele chorou. Muito. Ele disse que sempre sofreu em suas mãos, que ela sempre me tratava melhor que ele. Que ela o humilhava por erros fúteis. Que ela era desinteressada nele.

— E ela fazia isso, realmente?

— E-Eu não sei lhe dizer, Jimin... eu ainda me sinto tão mal por isso. Eu sempre soube que ele vivia emburrado pelos cantos, mas achei que i-isso era da personalidade dele. E-Eu não sabia que ele tinha depressão! — chorou.

— Ele tinha depressão?

— Vou continuar. Ela disse que ele era um ingrato. Que amava todos nós por igual, que fazia tudo por ele. Então, ele surtou. Começou uma enorme quebradeira pelo quarto dele.

Respirei fundo.

Eu queria tanto estar lá para protege-lo. Estou me sentindo um inútil.

— Ele disse que ela só se importava com as opiniões dos outros. Que ela fingia que tudo estava bem, que nós eramos a família perfeita. Que ela fingia que ele não tinha depressão. Aí eu fiquei tão assustada... eu me meti na briga toda e perguntei se ele realmente tinha depressão.

Respirei fundo.

— Ele contou que foi diagnosticado quando pequeno com depressão, mas mamãe fingiu que ele não tinha. Eu me senti mal, tão mal. Como a nossa própria mãe ignorou os problemas dele? Ele disse que vivia fingindo pra todos que estava bem, quando não estava.

Ele havia me falado.

Havia me falado que não aguentava mais fingir. Eu o ignorei.

Eu o ignorei. 

Respirei fundo.

— Aí ela bateu nele. Bateu muito nele.

Não resisti.

Chorei muito, muito.

E muito.

— Obrigada, Somi. Por me contar...

— Ele te amava, Jimin. Ele te amava.

— Eu o amava, também. 

~~

fiquei tipo quase dois anos sem atualizar isso

acho que fiquei devendo um final pra vocês... bem

é esse o final, que eu havia escrito em 2016 e não postei

enos

park;❀ [jikook]Onde histórias criam vida. Descubra agora