ELEMENTO 7

46 6 0
                                    

  -Garota você é surda?- disse um homem.

-Cadê minha cerveja?- disse outro.

Depois de pegar duas cervejas, me dirigi ao balcão:

-Chega! Meu expediente acabou à 15 minutos!

Camilla que estava no caixa dando um troco de 15$ dólares para uma mulher que parecia uma prostituta se virou pra mim com o rosto triste e disse:

-Tá,pode ir.

-Óh, não fica triste! Amanhã sou eu que vou ficar a noite toda. - eu disse tentando confortá - lá o que não era possível.

-É.

-Bom eu já vou antes que você queira me amarrar aqui pra ter companhia. - me virei e saí daquele bar sujo que fedia à xixi.

-Espera! -eu ouvi alguém gritando atrás de mim;era Camilla.

   -O que é? -eu perguntei pensando que ela queria que eu voltasse.

-Você não vai fazer aquilo de novo né? - ela perguntou com cara de preocupação.

-O quê? Me embebedar e atirar em um homem? - eu perguntei zombando.

-Você já fez isso? -ela perguntou arregalando os olhos.

-aí meu Deus...

-Tá bom. Mas, é sério... Você não vai fazer aquilo de novo né?

Num bar de esquina de Londres, em que só entram as pessoas mais baixas possíveis, e se embriagarem até desmaiar ou ter um ataque cardíaco, é difícil manter a calma. Mas eu devia ter me controlado. Um homem não parava de dar em cima de mim. E gritar comigo. Mas teve um momento que ele passou dos limites. Ele me puxou para o seu colo e rasgou a minha blusa deixando meu sutiã à mostra. Eu me teletransportei e fiquei de frente para ele. Estendi meu braço na sua direção e ele bateu na parede logo atrás com muita força. Me virei para o lado,pra  recomeçar o meu trabalho e Camilla estava me olhando com a boca escancarada atrás do balcão. Só tínhamos nós três no bar.

-Não! -respondi.

Continuei andando e deixei uma Camilla aliviada pra trás. Andei 7 ruas, virei 3 esquinas e cheguei à um prédio minúsculo de 3 andares, com sete cubículos que eu chamava de apartamento em cada andar. Eu morava no último andar no número 7.

Sempre 7.

E eu tinha 7 poderes.

Sempre 7.

  Entrei no prédio e fui para o meu apartamento. Abri a porta e me deitei no sofá. Uma repentina dor de cabeça muito forte me fez levantar, e quando eu ia pegar a chave em cima da cômoda uma faca passou zunindo pelo meu pescoço.

O DIÁRIO DE UMA BARONESAOnde histórias criam vida. Descubra agora