Capítulo 2

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Cinco minutos andando na grama molhada, encharcando os sapatos e as meias. Era uma noite que Jimin não esperava que fosse acontecer.

De ter saído do carro desesperado depois de mal ter feito uma escolha besta entre cores, correr como nunca, com Jungkook puxando-o em companhia de sua força adquirida nas aulas de judô; não tinha certeza se devia dizer que viu tudo acontecer sem nem perceber.

Além das sacolas estupidamente cheias no banco do carro, oi e tchau de alguém que nunca tinha visto na vida, mais uma viagem de carro até o aparentemente nada.

E ali estava, com as mãos literalmente amarradas às de Jungkook. Sempre que a luz não chegavam a eles, era difícil dizer que não estavam pensando na mesma coisa.

Se não fosse para matá-lo e esconder seu corpo, transariam escondidos nas moitas.

Quase não percebeu quando começaram a rir baixinho, ao mesmo tempo.

Jimin não estranhou o caminho marcado – onde as poças estavam – no meio de toda aquela grama, mesmo no meio do nada. Sabia bem de quem Jungkook se tratava. E as vezes, parecia que ele sabia de tudo.

Como também parecia saber o nervosismo que sentia. A palpitação do coração, as mãos suadas, os passos desajeitados. Se tinha uma coisa que Jungkook sabia, essa coisa era Park Jimin.

— Não gosto quando você fica cheio de mistério. — Jimin disse, meio que absorto nos próprios pensamentos. Não soube dizer se a risada de Jungkook fora uma coisa que pensou ou se ele só estava realmente muito próximo.

Assim que olhou para frente, teve de se segurar firme para não perder a força nas pernas.

— Não tô de mistério. A esse ponto, você já devia saber onde aqui é.

Não quis olhar para frente e encontrar aquele sorriso, não enquanto as orelhas queimavam como nunca.

Devia dizer que o olhar e a atenção de Jungkook não o ajudavam quando estava nervoso.

— Não sei do que você tá falando.

Era bem pior quando ele tirava o sorriso do rosto.

— Ah, não? — Jungkook se aproximou, brusco, algo que Jimin definitivamente não estava acostumado. Sorriu de nervoso. — Pensei que tinha dito que você era meu por hoje.

Então tinham rido porque pensaram na mesma coisa e essa coisa na verdade não é mentira, okay.

— Vai me matar e esconder nas moitas.

A única opção que tinha, naquele momento, era descontrair. Arrancar um sorriso, talvez, em vez de "tire as calças e vira".

— O objetivo é sumir totalmente por algumas horas, hyung. – Jungkook o olhou, como quem segurava o riso – Não acredito que tem pensamentos perversos comigo.

Sabia que ele estava fazendo o mesmo. Entre brincar com morte, sexo, e sumiço com pensamentos de sexo, Jungkook fez a melhor escolha.

Jimin suspirou e mexeu minimamente os dedos – o máximo que conseguia, já que estavam amarrados – contra os de Jungkook, como que um sinal que o dizia para andar mais devagar.

— Perversos é uma palavra muito forte.

Não era ruim. Tirando o coração espancando os ossos de seu peito e as pernas que tinham se tornado macarrão de miojo de tanto nervosismo, não era nada mal andar e conversar daquele jeito com Jungkook.

— Como você chama isso, então?

Jimin o olhou e evitou sorrir, ainda assim sentindo a bochecha pinicar.

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