Simple Love × XiuChen

#07 It's all your fault

JongDae chorou pelo resto da noite.

Ele não soube o que dizer para o enfermeiro, apenas assentiu, perplexo, e foi se sentar depois de tomar uma garrafa de água inteira.

Grávido.

MinSeok estava fodidamente grávido de seis semanas e seis dias.

Ele chorou, chorou por que sabia o motivo de MunSeok ter escondido isso, sabia a merda do motivo. E o motivo era ele, era ele e sua insegurança que sempre passou para MinSeok em relação a filhos. Sua negação em todas as vezes que MinSeok falava que queria ter filhos.

"Eu não teria tempo para passar com a criança MinSeok, eu mal tenho tempo para você. Não pense nisso tão cedo."

Era isso que ele sempre falava a MinSeok, fora as vezes que dizia não querer mais preocupações.

Mas agora ele tinha uma, MinSeok o esconderá e tentou acabar com o filho deles da forma mais perigosa, pondo não em risco não só a vida do bebê como a dele mesma.

JongDae chorou mais em pensar que MinSeok poderia morrer, almadiçoaria a si mesmo caso isso acontecesse, não iria se perdoar nunca pelo seu egoísmo.

Mas o médico veio ao seu encalço minutos atrás, dizendo com entusiasmo que MinSeok e o bebê estavam bem, mas perderá muito sangue, e o feto não está saudável.

Ele seria um pai horrível, ele tinha certeza, ele não estava preparado para aquilo, pois não conseguia nem se quer cuidar de MinSeok. Puxou os fios de cabelo com força negando com a cabeça, não podia negar algo que já havia acontecido.

MinSeok precisava dele, e ele de MinSeok.

Parou de chorar por isso, e foi até a lanchonete do Hospital. Nem sabia o que queria parado lá encarando os salgados tentadores, mas nada parecia bom de mais para ele naquele momento.

— Parece que um caminhão atropelou você.

A atendente disse debruçada sobre o balcão, mascando um chiclete enquanto olhava para Jeon com um pingo de dó no olhar.

JongDae assentiu, se debruçando sobre a mesa alta que havia na frente do balcão, um pouco distante.

— Familiar? Amigo, ou namorada? – ela apareceu ao seu lado, com um café em mãos, sentando em seguida na frente de Jungkook.

Ela parecia simpática, com um sorriso acolhedor, e não mascava mais o doce de antes.

— Marido.

Pegou o café, tomando um gole fraco. Ela assentiu, olhando curiosa para JongDae.

— Entendo. Sinto que te vi em outro lugar… num outdoor? – ela riu, confusa.

— Deve ser, tenho uma empre-

— Oh sim! Você é Kim JongDae, aquele cara gostoso que tem nas revistas de fofocas?!

Kim arqueou as sobrancelhas, assentindo em quanto bebericava o café em silêncio, querendo sair de perto da mulher antes que ela causasse tumulto em sua volta, e bem, ele não se sentia com humor para isso.

— Acho que sou eu? – riu baixo, sem jeito.

— É, mas isso não importa... quer mais um café? – ela riu um pouco constrangida.

— Não, obrigado. – forçou um sorriso.

— O que houve com seu marido? Você parece acabado, está aqui a quanto tempo?

— Ele esta grávido, e eu estou aqui desde de manhã. – JongDae sentiu sua garganta arder com a vontade de chorar, ao proferir aquelas palavras.

— Sério?! Que parto demorado… tomara que esteja tudo bem, não é mesmo?

JongDae apenas concordou, não quis dar explicações para uma estranha, muito menos ter que falar em voz alta a bosta que estava acontecendo.

A mulher se retirou segundos depois, JongDae apenas agradeceu pelo café e acenou para ela, voltando para a sala de espera, sentando lá e mandando uma mensagem para Chanyeol.

[…]

Um BaekHyun barrigudinho com lágrimas pelo rosto corria em direção a JongDae, em seguida KyungSoo e Chanyeol aparceram logo atrás.

— Como ele está? Podemos vê-lo? – BaekHyun perguntou, limpando as lágrimas.

— O enfermeiro falou que ele está bem, mas MinSeok perdeu muito sangue e o bebê não está tão saudável...

Disse tudo que o médico havia falado, para em seguida sentir socos fortes em seu peito o empurrando para trás.

— Seu merda! Isso tudo é culpa sua!

BaekHyun ainda acertava socos em JongDae, e o mesmo não o impediu, ele sabia que era culpa sua. Mas BaekHyun foi parado por KyungSoo que o puxou em sua direção, o sentando no banco e o acalmando.

JongDae se jogou numa das poltronas, olhando para nada. Ele queria que tivesse sido diferente, ninguém sabia o que ele faria para que MinSeok  não estivesse inconsciente numa cama de hospital, com um filho dentro de si, com seu filho.

— Cara, eu sei como você está se sentindo… e sinceramente, não se culpe. – Chanyeol sentou ao seu lado, tocando seu ombro.

— Você não sabe, Chanyeol… – negou com a cabeça. — Fui eu que fiz ele tentar abortar, eu fui um ignorante. Aconteceu, então ele com certeza não iria querer me contar, por que eu sempre neguei. Neguei e afastei esse assunto, todas vezes que era possível.

Kim assentiu, acreditando em suas próprias palavras.

— Chanyeol, ele estava me evitando, se escondendo quando podia, não me deixava tocar-lo direito! Eu o vi vomitando, o vi tentando tomar as pílulas, e não me toquei dos problemas! Eu sou tão tolo, eu me sinto péssimo, culpado de tudo…

— JongDae, seu verdadeiro medo era que você o deixasse, por isso não te contou. Não é por qualquer outro motivo, não se culpe tanto, ele poderia ter te contado!

— Eu nunca o deixaria! Não, não por causa de algo nosso, é nosso, nosso filho!   – JongDae se exasperou, incrédulo com o pensamento de MinSeok. — Eu os amo, independente de qualquer coisa.

JongDae limpou uma lágrima que vagava em sua bochecha, suspirando baixo. Parecia cedo demais para ele afirmar que já amava o bebê na barriga de MinSeok, mas ele consequentemente, nunca se sentiu tão culpado na vida, e amaria aquela criança o máximo possível. Apesar de tudo que já dissera.

— Certo, agora que você já percebeu isso... melhor você comprar algo pro BaekHyun comer, caso não queira que ele  te odeie mais do que já te odeia.

Chanyeol deu uma batidinha nas costas de JongDae, e foi ao encontro dos namorados, o deixando sozinho ali.