Acordei super animada nessa manhã . Era a primeira vez que iria estar com um rapaz. Um rapaz bonito, mais velho e com muita mais experiência do que eu. Vesti um top vermelho e umas calças cinzentas. Maquilhei me com vontade nesse dia. Lembro me desse dia como se fosse hoje. Estava radiante, ia estar com um amigo o qual eu gostava muito, mesmo que só tivéssemos falado por mensagens. As minhas amigas estavam super entusiasmadas e muito felizes por eu finalmente com os meus dezasseis anos ir sair com um rapaz.
Perdi a noção do tempo, ele estava no restaurante à minha espera e eu não ia ter tempo de chegar lá, eu tinha que ir a pé para o outro lado da vila e dentro de 30 minutos ia ter aula de guitarra. Comecei a stressar, fiz o possível e o impossível para não faltar aquele encontro. Não consegui, cheguei à hora da aula e não estive com ele. Mandei lhe uma mensagem a dizer que não podia ir, ele ao inicio ficou chateado mas depois acabou por entender a situação.
Na semana seguinte combinamos tudo outra vez, mas desta vez foi bem planeado. Ele estava na piscina e eu na minha aula de guitarra. Lembro-me que as minhas pernas tremiam quando o professor disse que podíamos sair. Fiz o meu caminho até ao nosso ponto de encontro. Enquanto descia a avenida já o avistara. Trazia vestido uns calções beijes e uma t-shirt da levi's. Ele estava sentado e quando viu que era eu levantou-se e sorriu para o chão, foi um gesto tão lindo, achei tão querido que passados dois anos ainda tenho essa imagem muito presente. Passei a estrada, estava a tremer imenso e com medo de ser atropelada. Ele era lindo, carinhoso, bem vestido e tinha o melhor perfume que eu alguma vez cheirara na vida. Senti-me a rapariga mais sortuda do mundo, acho que foi nesse dia que eu me comecei a apaixonar. Ele conseguia fazer com que eu me sentisse muito bem com ele e isso tornava o ambiente agradável. Caminhamos em direção ao rio, e sentamo-nos num banco. Ele tinha o cabelo castanho claro, uma pele dourada do sol, uns olhos esverdeados e um sorriso bonito em que até o aparelho nos dentes lhe dava um ar querido. Estivemos ali pelo menos uma hora, nem demos pelo tempo passar.
Cheguei a casa com uma felicidade absurda. Ele era tudo o que eu sempre quis. Falámos durante mais dois meses com vários encontros pelo meio, ele foi sempre um rapaz muito engraçado e eu adorava passar os dias com ele, fazíamos diretas, a vontade de falar com ele era muito maior do que o meu sono ou o dele.
