Capítulo 2

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No sábado meus pais chegaram e notaram a minha tristeza, mas não contei a eles. Ainda bem que não tinha nada marcado para esse final de semana, pois certamente não iria. E provavelmente não ligaria para avisar que não iria. Meus pais tentaram me animar, mas eu apenas entreguei dinheiro e pedi que comprassem um pote de sorvete. Eu queria ficar sozinha, e sorvete me ajudaria a melhorar.

Na segunda eu cheguei visivelmente bem triste. Andei pelos corredores e entrei na sala acompanhada pelas minhas amigas, duas ao lado e três atrás. Alex já estava lá, e elas viraram o rosto e lançaram-lhe olhares e raiva e desprezo, com sincronia tão perfeita que parecia que tinham ensaiado.

Ao fim da aula, Alexandre veio falar comigo. Minhas amigas mais uma vez fizeram aquelas expressões, de novo com sincronia perfeita. Ele ficou assustado, pois naomapenas cinco meninas estavam com expressões raivosas para ele, uma delas, Juliana, é faixa preta. Olhei para elas é através do olhar lhes disse que podiam ir, eu ia ficar bem, sozinha. Elas saíram enquanto diziam insultos dirigidos ao Alexandre, com os olhos.

- Eu sei o que tem feito.

- ...Sabe? -Assinto - Bem... Isso torna tudo mais fácil. Eu quero terminar.

- O-o quê?! - Arregalo meus olhos, depois pisco e eles se enchem de lágrimas. Mais uma vez. No fundo, ainda tinha esperança de que fosse tudo um  mal entendido, ou que ele me pedisse perdão.

- É isso que você ouviu. Eu quero terminar. Assim eu vou poder namorar a Tamires, vou poder seguir em frente.

- ...Por quê? - pergunto em meio às lágrimas. - Por quê me trocou?

- Por quê? Hum... bem...

- Me diga onde errei. Sempre fui fiel, sempre que possível te ajudei, queria ser a melhor esposa possível pra você... Onde eu errei?!

- Ela é mais bonita, ok?

- Como é? - Tive vontade de dar um tapa nele- Beleza?! Que coisa mais superficial! Fútil! Todo esse ano que esteve comigo foi por causa da minha beleza?!

- Mais ou menos...

- Adeus, Alexandre. - Virei as costas e fui embora, aimda chorando.

Apenas uma semana se passou, e já  se ouviam boatos sobre Alexandre ter me traido. Três semanas se passaram e eu não mais chorava pelo acontecido, mas ainda não estava pronta para amar novamente.

Um mês e duas semanas depois, Alexandre veio falar comigo, após a aula. Eu e minhas amigas cruzamos os braços em sincronia.

- O que é?

- A sós. - Disse ele, fazendo um gesto indicando as outras cinco meninas de braços cruzados.

- Então, não. - Viramo-nos em sincronia, mas ele implorou.

- Por favor!

- Aff... Ok. - Minhas amigas saíram, todas ainda lançando-lhe as expressões retrocitadas.

Pensei que ele fosse pedir perdão, e perguntar se poderíamos  ser amigos ( o que não poderíamos, já que eu não queria nem olhar pra cara dele).

- Volta comigo?

- Como é?

- A Tamires não queria passar tempo comigo, quando eu ligo só da ocupado, e ela me traía. Acho que ela não me amava.

- Ainda tem alguma dúvida?

- ...Não... Mas você, sim. Você me amava, estava sempre lá pra mim. Eu devia ter visto isso. Ter te dado o valor que merecia.

- Pois é, né.

- E então? Volta comigo? - Perguntou tentando tomar minha mão entre as dele, mas eu rapidamente as puxei.

- Claro que não! Não me toque!

- Mas...

- Você disse bem. "Estava", "amava". Passado. Não mais. Você quebrou meu coração em pedacinhos e jogou no lixo todo o meu amor. Não pense que é só chegar, falar umas frases e tudo vai voltar a ser como era, não. Nunca mais vai ser como era antes. Que fique bem claro. É como dizem... - Viro-me de costas para ele- O que vai, volta. - Vou embora.

O que vai, voltaOnde histórias criam vida. Descubra agora