Capítulo 3.

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Ele se apressou para saída, não a encontrando em lugar algum, pegou o carro na frente da casa e seguiu para o lado da rua que tinha uma parada de ônibus mais próximo. Desceu do outro lado da pista e a atravessou ao avistar a garota encolhida pelo provável frio que sentia no banco do ponto. Quando ela o percebeu parado na frente dela, levantou o rosto molhado, agora por lágrimas e não pela água da piscina. Nick ficou tentado a dar meia volta e ir embora. Se tinha uma coisa que o deixava mais desconfortável do que ficar perto de crianças extrovertidas -por que, sim, ele ficava muito desconfortável perto de crianças que não paravam de fazer perguntas, as quais ele não podia ser grosso, afinal, eram crianças!- era ver uma garota chorando a sua frente, ele nunca sabia como agir.

- O que você está fazendo aqui?- Ela perguntou arisca

- Eu estou com o carro do Paul. Vou te levar pra casa- respondeu, colocando as mãos nos bolsos

- Eu não preciso da sua pena!- Ela respondeu, cuspindo as palavras e Nick suspirou

- Olha, você não me conhece, mas a ultima coisa que eu sinto de alguém é pena. A Maya me intimou a te levar pra casa, então é isso que eu vou fazer- Ele disse serio e Miley ficou o encarando. Ele falava a verdade, achava pena um sentimento odioso. Não servia pra nada no final. Sentir pena de alguém - ou de si mesmo- não fazia as coisas melhorarem.

Miley respirou fundo e se levantou

- Só por que eu estou congelando- Ela comentou superior, passando por ele e indo até onde ele apontou que o carro estava.

Depois que Miley disse que sua casa ficava perto do Central Park, a única coisa que foi ouvida dentro do carro foi a respiração de cada um e de vez em quando um pigarro ou outro da parte dela.

Ela estava chorando no ponto vazio de ônibus, então Nick achou que ela estava se obrigando a não chorar ali.

- Fala alguma coisa- De repente ele escutou ela falar e desviou os olhos da rua para ela por alguns segundos.

- O quê?- Perguntou intrigado, não entendendo o pedido

- Eu sou meio hiperativa, não consigo ficar nesse silencio todo- Ela explicou e Nick quase deixou escapar um 'e o que eu tenho com isso'

- Deixe-me ver- Nick começou. Tinha começado a nevar e agradeceu ao inventor do aquecedor nos carros- Como você e a Maya viraram amigas?- Perguntou algo aleatório

- Eu estava uma noite cantando em um pub no centro e, você deve saber, a Maya é toda louquinha, quando eu comecei a cantar Bon Jovi ela pulou em cima do mini palco que eu tava e começou a dançar- Miley disse e começou a rir, se lembrando, Nick não pode deixar de acompanhar. Subir em cima de um palco e dançar com uma musica de uma de suas bandas favoritas, na frente de todo mundo, isso era tão a cara dela- No final ela me chamou pra mesa que ela estava junto com alguns amigos, logo viramos amigas, foi meio natural- Ela concluiu e então voltou o silencio no carro, o transito estava tão caótico que por algum tempo ele nem reparou nisso.- E você? Como a conheceu?- Miley perguntou de volta

- Amigos de infância- Disse apenas, como sempre, sem alongar sua vida

- Hum, legal...- Miley comentou, sem ter muito o que falar com a quebra do assunto- Vocês não são muito parecido, né?!

- Somos amigos, não clones- Nick disse, sem nem perceber, como uma resposta automática do seu cérebro, que não costumava ser simpático

- Ta vendo! Você é irritantemente grosso! Mal educado!- A loura se revirou onde estava, revoltada. Nick deu de ombros

- Já me fizeram críticas piores, acredite. Mas é melhor do que fingir ser o que não sou, não acha?!- Nick deu outra espiada em Miley ao perceber que não respondia ou falava nada- O que foi?- Perguntou a vê-la sorrindo o encarando

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