O medo de perder

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Vultos, tudo não passava de vultos ao meu redor, pessoas que passavam por mim se aglumerando, alfas betas e ômegas, todos eles temerosos e curiosos demais do lado de fora de uma única sala vedada a vácuo.

Olhei para o agrumerado não entendo bem o que acontecia de fato mas sentia que não era bom, percebi pelos uniformes brancos de todos eles que se tratava de um hospital, procurava alguém conhecido e nada, não entendendo o que aconteceria meus olhos de repente se voutaram a única pessoa que estava isolada no meio do todo aquele caos, sentado no chão com a cabeça entre os joelhos e jaleco amassado, o médico estava em um estado caótico, e quando sustentou seu olhar sobre mim, sentir o ar pesado, yoongi tinha seus olhos vermelhos banhado por lágrimas que parecia não cessar.

De repente o olhar do médico se mudificou me fazendo retezar e dar passos para trás ao que ele se levantava e vinha como um trem em minha direção pronto para me atropelar.

—Viu o que vocês fizeram?— enchugou um dos olhos em pura fúria— isso tudo é culpa da ignorância e estupidez de vocês! — ele usava a voz de alfa sem clemência, e depois da explosão se decaiu em lágrimas ignorando minha presença — eu o avisei tanto…

— ...Ele era o meu amigo— murmurou com uma voz chorosa.

Me sentia confuso diante de sua acusação, mas não sentia algo bom, o ar estava pesado demais é uma angustia antecipada tomou conta do meu corpo ao me lembrar do motivo que me trouxe a esse hospital pela primeira vez.

Taehyung.

Olhei para o agrumerado de pessoas e me aproximei ao que meu coração palpitava cada segundo a mais, alguma coisa, algo me dizia para eu parar, fechar os olhos, mas eu estava em uma espécie de piloto automático e minhas pernas simplesmente não me obedeciam.

Ao que eu praticamente empurrava as pessoas para me dar passagem meu desespero e ansiedade ia aumentando, e assim que tive a visão da janela de vidro meu coração parou por indeterminados segundos, já não respirava ou sentia o aglomerado de pessoas em minha volta, tudo se tornou um imenso vazio e eu só conseguia ver o ser encubado na cama hospitalar, seu peitoral exposto e sem movimentos de respiração eram brutalmente castigados pela energia elétrica dos desfibriladores.

As maquinas que deveriam mostrar os batimentos cardíacos estavam em linha reta, e como se fosse contagioso meu coração me maltratava batendo de dentro para fora em plena loucura doendo como o inferno me fazendo rosnar agudo enquanto caía de joelhos tocando no vidro desesperadamente como se fosse sua tez, as pessoas se tornavam vultos pretos assim como tudo em minha volta deixando o sentimento de perda e desespero que se perpetuou até meus olhos abrirem.

—Voce disse que não ia me deixar, disse sim…— falei com lágrimas nos olhos para a pessoa que nem estava ali no momento, com a cabeça entre as pernas e mesmo me dando conta de que aquilo não passou de um pesadelo, meu desespero não findava.

— Jungkook? — ouvi a voz de Jimin, o alfa que tinha tirado o gesso da perna mais cedo estava com os cabelos desgrenhados e roupas leves, eu deveria está mesmo deplorável, por que o mesmo que antes estava escostado na porta do meu quarto logo veio em minha direção sentando em minha cama e acariciando minhas costas como uma espécie de alívio.

Eu, em meio ao meu desespero o abracei para sentir sua carne, sentir que agora estava no mundo real e que aquela cena não iria se repetir como na minha cabeça.

Sentir o alfa retezar mas mesmo assim devolveu o abraço, ao que eu molhava sua camisa de linho fino com minhas lágrimas.

— O que aconteceu? — depois de alguns minutos ouço a sua voz calma.

O Híbrido [Vkookmin]Onde histórias criam vida. Descubra agora