Respirei fundo três vezes, era agora ou nunca. Encontrava-me frente a frente com a porta do escritório do meu pai, eu tinha de lhe perguntar se ele me deixava ir de férias com eles ou não. Ele é sempre tão severo, a resposta que espero é um grande e degradante não. No entanto eu prefiro tentar do que passar o resto da minha vida a lamentar-me por não ter perguntado.
Levantei o meu braço que tremia devido aos meus nervos. Fechei a minha mão que muito suavemente deu três pancadinhas na porta. Do outro lado da porta ouviu-se um "Entre" e foi o que eu fiz. Abri a porta e entrei.
"Olá filha."- Falou sorrindo.
"Olá pai."- Retribui o sorriso " Há uma coisa que te quero perguntar" Tinha de começar a falar se não ia enrolar a conversa e acabava por não perguntar nada.
"Pergunta"- Olhou-me sério.
A minha pulsação estava a mil, era agora ou nunca.
"Eu gostava de ir de férias com os meus amigos, já tenho 18 anos e gostava de passar duas semanas com eles" –Senti-me aliviada mas ao mesmo tempo ansiosa por saber a resposta.
"Não" – Sorriu, ele está a dizer-me que não posso ir e ainda me sorri? Que bom pai. " Era a resposta que eu te dava se fosse á uns meses atrás, mas tenho notado que andas mais responsável e vais para a faculdade, não pode haver melhor maneira de te compensar. Eu estou orgulhoso de ti filha, claro que podes ir.
Eu não estava a acreditar no que ele estava a dizer. Nunca ouvi o meu pai a dizer que estava orgulhoso de mim, nunca mesmo. Nem quando a minha mãe morreu e eu passei a fazer tudo em casa até ele encontrar uma empregada de confiança.
A minha única reação foi abraçá-lo e agradecer-lhe.
"Prometo que tenho juízo pai"- Sai dos braços dele.
"Ainda bem, quando vão?" – Perguntou.
" Eles estavam a pensar ir depois de amanhã"
"E para onde vão?"
" Vamos para uma casa, perto de uma aldeia. Era a casa de férias de uma senhora mas ela já não pode ir lá, então deixa-nos passar lá as nossas férias. Pelo que ela disse, todos os anos jovens vão para lá passar férias"
"Está muito bem, amanhã vou para Londres. Ficas aqui com a Rose." – Tirou uns papeis da gaveta.
"Mas vais de manhã? " Sentei-me na cadeira que está posicionada á frente da sua secretária.
"Sim, bem cedo." – Pegou numa caneta e começou a assinar uns papeis.
"Então despedimo-nos agora que eu vou dormir. Amanhã vou arranjar as minhas coisas e vou correr um pouco de manhã."
"Está bem filha"
Despedi-me dele com muitos beijos e abraços.
Saí daquele escritório que contém um cheiro a tabaco penetrável na roupa.
Fui para o meu quarto e liguei á Sarah.
"Estou?"
"Olá Sarah"
"Emma! Então o teu pai deixou-te vir?"
"Sim!"
"A sério?"
"Sim, estou a falar a sério"
"Que bom!"
"Então e já sabem quem vai mesmo?"
"Sim, vamos nós as duas mais a Eleanor que trás o Harry..."
"O Harry? Aquele convencido? Que por acaso me odeia?"- Interrompi-a.
"Sim. Oh vocês ainda se vão dar bem"
"Só se ele muda-se e muito"
"A casa é grande pelo que percebi por isso, a probabilidade de se encontrarem não é assim muita."
"Até parece que não vamos sair"
"Deixa-te disso. Eu ia no Harry, certo?"
"Sim"- Tenho a certeza que ela perguntou aquilo só para me irritar.
"Então o Harry, o Louis e o Zayn."
"Então só não vai o Liam. Mas porquê?"
"Porque vai ter que ir de férias com a mãe e a irmã. Pelo menos foi o que me disse ontem por mensagem. Tentei ligar-lhe para falar com a mãe dele mas ele não atendeu."
"Devias estar ocupado"
"Sim, devia ser isso"
"Então vemo-nos depois de amanhã, correto?"
"Sim. Na estação principal, ás nove da manhã"
"Lá estarei"
"Até lá"
Desliguei o telemóvel e fui dormir.