Capítulo Treze

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O filme foi espetacular. Apesar de ter um fim um pouco trágico. Nash também gostou. Quando entramos para a sala, começamos a falar e ele continuava com o questionário, de perguntas esquisitas… Mas eu nem liguei… De repente assim do nada, agarra a minha mão. Ficamos de mãos dadas até ao final do filme. Eu não sei bem o que sentia. Mas gostava de sentir a mão fria dele na minha. Isto é um sinal.

Vamos comer um gelado mas desta vez sou eu que ofereço e ele escolhe o lugar. Não paramos de falar. Comemos o gelado a caminho da minha casa. Eu não quero ir para casa quero ficar com ele. Agora sou eu quem agarra a mão dele que está ainda mais gelada por estar a segurar no gelado. Ele fica admirado, mas logo retoma a conversa e agarra firme a minha mão. Isto não é muito normal da minha parte.

Paramos e deitamo-nos por baixo de uma árvore. Um sítio fresco. Estou com a cabeça em cima da minha mochila e ele encima do braço.

-O que estás a achar do dia de hoje?

-Estou a gostar.-Respondo. Estamos os dois calados até que eu interrompo a linda melodia dos pássaros.-Nash, porque é que achas que sou diferente de todas as outras raparigas?-Olha para mim e volta a cabeça para cima.

-Não sei bem…-O quê? É esta a resposta dele, há minha pergunta elaborada e curiosa.

-Mais detalhes por favor…-Peço.

-Sempre gostei de raparigas tímidas, mas que se deixem levar pelos outros, que arriscam…Percebes?-Ele acabou de me descrever. Fez com eu que arriscasse sair com ele, responder às perguntas, agarrar a minha mão…Será que ele planeava isto.-Além disso gosto de raparigas morenas. E já tinha reparado em ti…

-Então isso quer dizer que já me andavas a estudar?

-Não.-Ri.-Achei-te bonita só isso. Além disso nunca pensei em conhecer-te.

-E…não estás arrependido?-Mas porquê que eu fiz esta pergunta? Espero que ele não tenha ouvido. Tenho que começar a contar até dez antes de falar. Impulsividade, matas-me.

-Nunca!-Agora sim eu fico extremamente esquisita e a ficar com febre. Isto que dizer…

Eu viro-me de repente e única coisa que eu vejo á minha frente é a cara de Nash. Sinto a respiração dele na minha face que começa a acelerar. Ele está nervoso. Sinto a duas mãos dele na minha cara que me puxa para a sua. Sinto os lábios macios dele nos meus.

Ele beijou-me.

Não rejeitei. Nem fiz qualquer movimento brusco que pudesse perturbar este momento. Para ser sincera nem parece que nunca ninguém me beijou. Sentamo-nos. Eu sei onde colocar as minhas mãos e neste momento estão no pescoço dele. Depois que ele larga-me. Puxa-me para a sua beira e faz com que eu pouse a minha cabeça no peito dele. Ouço o coração dele. Isto acalma-me e faz com que eu o abrace. Neste momento nenhum de nós fala. Aconteceu tudo tão rápido e de uma maneira estranha. Para ser sincera nunca imaginei o meu primeiro beijo nestas circunstâncias. Sempre pensei que o meu primeiro beijo fosse á chuva, e tanto eu como a minha alma gémea estivéssemos encharcados. Pelo contrário foi por baixo de uma árvore, com um calor abrasador.

+++

Nash ri-se. Vejo que ele está feliz. Não quero falar nem estragar tudo, portanto ainda não disse nada.

-Então o que é que somos agora?-pergunta ele. Encolho os braços. Volta a olhar para os ramos.-Quando te vi a primeira vez, tinha medo de te conhecer. Quando te conheci, tinha medo de te beijar.-Fez uma pausa, respirou bem fundo, levantou-me e pôs as mãos na minha cara.-Agora que te beijei, estou-me a apaixo…-não deixei que ele terminasse e calei-o com um beijo.

-Acho que somos namorados…-digo. Ele abraça-me. Eu ficava aqui para sempre, a ouvir o coração nos braços dele. Sinto-me bem, em paz. Sinto que nada nem ninguém, me tira este sorriso parvo. Não quero ir embora. Mas já se faz tarde e por muito que me custe, tenho de voltar para casa.

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⏰ Última atualização: Jun 30, 2014 ⏰

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