Manhã de sábado, calma e com poucas nuvens. Aparentemente não me reservava tantas surpresas. Havia acordado a pouco, estava tomando meu café, no lado de fora de casa, como de costume.
Ouço um barulho forte de um avião. Rapidamente avisto um bimotor, Baron branco, do qual não me recordo o prefixo. Sobrevoa minha casa, bem alto, e seguia em direção da cidade vizinha. Neste momento, me veio a cabeça uma cena de filme, em que os naufragos acenam para o avião de resgate com um pequeno espelho. Minha esperança era que ele retornasse, e pudesse repetir o feito cinematógrafico com um espelho.
Fico esperando seu retorno, na parte mais alta da casa, com o espelho em mãos. Por volta de dez horas, ouço novamente o ronco do motor, logo o avisto vindo em minha direção pelas montanhas. Começo a acenar repetidas vezes com o espelho, até perceber que ele mudou o rumo em direçao a minha casa e a cada segundo o barulho dos motores aumentava e ele se aproximava mais e mais.
O coração bateu mais forte do que nunca, acenava com o espelho o mais rapido que podia.
A poucos metros de mim, para evitar a colisão com as árvores, ele arremeteu, passando a três metros de altura. Tão baixo que podia ver nitidamente suas antenas de rádio e as marcas na sua pintura.Agradeço a este piloto anônimo por ter despertado na criança que existe em mim o gosto pela aviação.
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Cadete do Ar
No Ficción"Animo jovem, por estes caminhos se chaga aos céus!" Lema em latim da AFA Minha luta pessoal para tornar me cadete aviador da Academia da Força Aérea.