Diálogo quente

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Michael depois de ter me mostrado o jornal, olhou para mim esperando uma resposta. Eu estava sem reação. O quarto estava escuro, as cortinas estavam fechadas e apenas a luz do banheiro e dos abajures iluminavam o quarto. Eu sabia que aquilo em algum momento ia acontecer:
-Bom, se é a respeito disso, eu já imaginava. Isso lhe incomoda?
-De maneira nenhuma. Eu preocupado com você, e com a sua imagem. Você acha que isso pode comprometer você de alguma forma?
-Creio que não. Serei apenas questionada por muitas pessoas, mas nada que eu não possa lidar.
-Haha. Você é tão tranquila e bem resolvida. Eu admiro isso em você.
-Obrigada. Mas então... o que eles escreveram sobre a foto.
-Oh, deixe-me ler para você.
Michael Jackson é flagrado saindo de hotel de luxo com Brooke Westwood, uma estudante de psicologia que fez parte da coletiva de imprensa nesta última Quinta-feira.
-Estudante? Eles conseguiram todos os meus dados e ainda me chamaram de estudante. Eu já conclui minha faculdade há dois anos!
-Eles sempre erram alguma coisa, isso é normal. A mídia é um telefone sem fio, cada um escreve o que escuta. Continuando:
O casal foi fotografado de mãos dadas em frente ao hotel Lust Plaza II.
-Haha, casal. Fazia tempo que eu não ouvia essa palavra. -Respondi, achando graça de minhas próprias palavras.
-Bom, o resto é apenas mais detalhes sobre o restaurante que fomos e tem alguns comentários de fãs que nos viram.
-O que eles disseram.
-Os fãs disseram que estavam muito felizes por me verem com uma nova companhia. Algumas fãs não gostaram muito da novidade. Descreveram as fãs como "ciumentas"
-Imagino. Elas amam você.
-E eu as amo também.
Michael fechou o jornal e se aconchegou mais na cama. Ele dá dois tapinhas no cobertor bagunçado, me pedindo para sentar mais perto:
-Então, você quer falar sobre o incidente do restaurante?
-Bom, eu não sei. Não sei nem explicar o que passou pela minha cabeça, foi em questão de segundos. Quando me dei conta, estava em cima daquele homem. Eu não poderia simplesmente deixá-lo tirar fotos de você sem ter pedido sua autorização, isso me deixou extremamente furioso. Você não merece ser explorada como eu sou. Eu só queria que você se sentisse confortável sem ser fotógrafada a cada segundo. Eu...
-Calma. Está tudo bem. Eu agradeço pela sua preocupação comigo, de verdade. -Respondi para Michael, segurando sua mão.
Estávamos um na frente do outro, sentados de pernas cruzadas. Ele tinha se exaltado tanto, que nem percebeu que seu roupão estava caindo. Eu pude ver o seu tórax pálido e definido.
Por um momento meus olhos foram para seu peito. Mas logo voltei a olhá-lo nos olhos. E ele, olhou para os meus:
-Eu não queria perder sua companhia, ela é muito importante para mim. Sinto muito por ter agido daquela forma, eu me sinto extremamente mal pelo o que eu fiz. Eu só não queria perder você, como já perdi tantas outras pessoas. O meu trabalho me deixa rodeado de pessoas. Mas tira algumas de perto de mim também.
-Eu entendo, e sinto muito por você. E não se preocupe, eu estarei aqui para o que você precisar.
Michael sorriu. Timidamente, ele segurou minhas duas mãos. E as acariciou com os dedos. Eu não pude me conter. Olhei fundo em seus olhos, me inclinei para frente e o beijei. Foi um selinho rápido. E quando me afastei um pouco, senti suas duas mãos meu rosto, me trazendo de volta para seus lábios. Ele me trazia para cada vez mais perto de seu corpo. Suas mãos passeavam pelo meu pescoço. Me atrevi a segurar sua nuca.
Michael me trouxe até seu colo e me segurou pela cintura. Seus dedos caminhavam pelo meu quadril. Ele não se atrevia a me tocar além daquilo. Ele não queria parar. Os beijos ficavam mais intensos. As pausas entre eles aumentaram, pois o nos faltava fôlego.
Foi um dos momentos mais intensos da minha vida.
Fomos interrompidos por duas batidas na porta. Michael olhou para a porta e se levantou. Amarrou novamente o seu roupão e a abriu. Era John, com um telefone em mãos:
-Desculpe interromper senhor, mas é James Franco, ele está no telefone.
Ouvindo aquilo, me levantei e perguntei:
-Quer que eu volte mais tarde?
-De maneira nenhuma, pode ficar à vontade.
Eu me sentei no sofá e aguardei Michael finalizar a ligação.
Depois que ele desligou o telefone, ele veio até mim, um pouco desapontado:
-Infelizmente eu terei que voltar para a Califórnia mais cedo, preciso assinar uns papéis muito importantes amanhã.
-Entendo, é uma pena. Quando você irá partir?
-Amanha a tarde. Eu gostaria de poder passar mais tempo com você.
-Bom, eu iria ficar apenas mais dois dias aqui. Talvez eu possa mudar minhas passagens para ir mais cedo. Então assim que você estiver livre podemos nos encontrar. Nas próximas semanas eu estarei livre.
-Tive uma ideia: E se você partisse comigo amanhã e passasse alguns dias comigo em Neverland? As reuniões serão feitas lá.
-Não seria muito invasivo? Eu já estou me evolvendo demais no seu trabalho. Não iria atrapalhar você?
-Claro que não. Muito pelo contrário. Quando você está perto de mim eu consigo pensar muito melhor.
-Bom, se se for possível, eu aceito o convite.
-Certo. Então está decidido, amanhã partiremos para neverland.
Michael estava super empolgado, ele queria muito que eu conhecesse seu lar e seus companheiros. E eu estava animada também.
Após Michael colocar sua roupa, nos sentamos no sofá e conversamos, por horas e horas, até anoitecer. Bebíamos vinho e contávamos histórias sobre nossas vidas e nossas famílias.
Michael contou tudo sobre as festas que a sua família dava durante o ano. Ele explicou que na sua antiga religião, sua família não começava aniversários ou feriados, mas cada membro da família possuía um dia do ano para aproveitar. Então ele me contou as suas melhores histórias com a sua família. Foi adorável. Não havíamos percebido o quão tarde já estava, eram duas horas da manhã quando terminamos de conversar.
-Bom, eu acho que já devo ir embora, está muito tarde, e creio que devemos acordar cedo amanhã, certo? -Perguntei, já me levantando para pegar minha bolsa.
-Hey, para onde você vai? Passe a noite aqui, nos temos tempo para descansar. Eu sempre marco os meus compromissos à tarde porque quando eu pego no sono eu demoro para acordar.
-Passar a noite aqui? Eu sinto que estou sendo muito folgada. Essa seria a segunda noite consecutiva que não lhe deixo em paz!
-Haha, você sabe que sua companhia só me alegra. Você estar aqui comigo é um presente.
-Mas eu sinto que eu devo ir, mas estou abusando demais de sua hospitalidade. Eu vou indo.
-Brooke, espere, por favor. -Disse Michael, se levantando da poltrona e vindo até a minha direção. Ele ficou em minha frente e colocou suas mãos sobre meu ombros.
-Por favor, Brooke. Passe a noite aqui.
Eu estava hipnotizada por aquele homem, suas palavras pareciam acariciar meu rosto, e os seus pedidos eram inegáveis, então acabei aceitando.
Enquanto eu me vestia no banheiro, Michael guardava o vinho e colocava seu pijama. Era um conjunto preto, com sua sigla no lado direito. Ele adorava aquele pijama. E parecia não se importar se aquilo o deixava mais infantil.
Eu já havia levado peças de roupa dentro da bolsa, mas não pensei que teria que levar um pijama. Vasculhei pelas gavetas do banheiro, e achei uma camiseta que Michael parecia não ter usado. Então eu perguntei de dentro do banheiro:
-Michael, eu não tenho roupa para dormir? Se importaria se eu usasse essa camisa que está aqui?
-Não, pode usar. Use o que achar necessário, não precisa perguntar.
Vestindo a camiseta, ela vinha até um pouco acima do meu joelho, eu estava apenas de calcinha. Me senti tão oferecida, mas não era a minha intenção, eu realmente não tinha l que vestir.
Saindo do banheiro, Michael já estava deitado, ele estava usando óculos, que apenas colocava para ler. O livro desta vez era de Stephen King.
Quando ele percebeu minha presença, abaixou a cabeça, colocou os óculos pra baixo para me ver melhor e disse rindo:
-Esse tom de vermelho fica muito bom em você.
-Do que você está rindo?
-Ela ficou enorme em você, parece até uma criança.
-Ei! Infelizmente não posso fazer nada se eu não tinha o que vestir.
-Mas você está bem assim. Não se preocupe.
Saindo do banheiro e colocando minha bolsa no sofá, percebi que o travesseiro que eu haviam deixado ali, não estava mais lá, e sim, ao lado de Michael, na cama.
Eu me virei para ele e fiquei parada:
-O que você está esperando? O seu travesseiro está aqui. Venha.
-Você quer que eu durma com você?
-Qual é o problema? Só vamos dividir uma cama. Esse sofá não é confortável.
-Está bem.
Fui em direção à cama, que era enorme.
Me deitei e logo me cobri, pois só estava de calcinha. Michael guardou o livro e deixou os óculos em cima do criado-mudo:
-Está com sono?
-Um pouco, você está?
-Não, eu durmo muito pouco.
-Você se importaria se eu me deitasse agora?
-Claro que não, eu estava pensando em fazer o mesmo, tenho que tentar dormir pelo menos um pouco.
-Certo, então... Boa noite...
-Boa noite....
-...
-...
Não sabíamos o que fazer, nós nos beijávamos? Desligávamos as luzes? Virássemos um para cada lado? Era tudo muito confuso.
Eu decidi tomar uma atitude novamente e lhe dei um beijo. Foi rápido, ele nem teve tempo para retribuir. Ele apenas sorriu.
Eu me virei para o lado e desliguei o abajur. Michael fez o mesmo.
Algumas horas haviam se passado quando no meio da noite, eu senti uma mão em minha cintura. Era Michael, encostado em mim. Ele estava dormindo, talvez nem tenha dado conta do que estava fazendo. Eu estava sem reação. Achei aquilo um pouco engraçado. Fiquei imaginando qual seria a reação dele quando recordasse dessa cena pela manhã.
Voltei a dormir. E foi uma boa noite de sono, me recordo bem daquela noite.
Acordando de manhã, eu estava virada para o outro lado da cama, com poucos centímetros de distância do rosto dele.
Ele parecia estar dormindo tão bem, ele estava lindo, como sempre. Não quis acorda-lo de forma alguma. Então apenas fiquei ali, o observando dormir feito um anjo.

Acordo DolorosoOnde histórias criam vida. Descubra agora