Capítulo 4

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Todo homem, tem seu limite.

Assim que chegaram ao endereço que Selene passou, Adam ainda nao conseguia acreditar que sua Selene morava para aquele lado da cidade. Era um bairro mal visto, sem o minimo de segurança.

Selene morava sozinha ali? Naquele conjunto de apartamentos?

- Obrigada, senhor Foster.

Adam admitiu que tinha que dar um fim naquele Senhor Foster. E de forma alguma iria deixar Selene entrar sozinha naquele lugar. Estava se segurando para nao pegar ela nos braços e levar para sua casa.

- O senhor não precisa...

- Não vai nem me oferecer, sei la, uma agua? - Cínico.

Adam se sentiu muito horrivel ao saber que o dinheiro que Selene ganhava, nao era o suficiente. Ela devia pagar um valor alto nesse lixo, Adam sabia que por uma quantia a mais nesses lugares, sua segurança era maior.

E ela devia gastar a outra metade em agua, luz, gás, e trancas. So por fora, Adam contou dez cadeados, e trancas. Isso o deixou inquieto.

- É movimentado aqui? - Perguntou olhando ao redor. As paredes eram descascadas, as portas lascadas, e de uma aparência horrivel, Adam nem quis saber o que eram aquelas manchas no carpete do corredor.

- Um pouco. Entre. - Selene parecia meio apreensiva, olhava ao redor constantemente. - Não seria bom eles saberem que voce esta aqui.

- Eles? - Adam nao gostou disso.

- Café? - Selene era boa em ignorar coisas, Adam tinha que admitir.

- Por favor. - Ele olhou ao redor, apenas seu banheiro era do tamanho do apartamento inteiro. Adam nao gostou disso. Os poucos moveis que tinham ali, eram gastos, velhos mesmo, mas pareciam limpos, assim como o resto de toda a casa, o chão brilhava, e por mais que nao gostasse disso tudo, Adam sentiu uma ponta de orgulho. Selene era uma batalhadora, uma muito limpa, organizada e caprichosa. - Seus pais?

- Não tenho, senhor.

- Adam. - Ele se virou e caminhou ate a cozinha. Dois passos.

-O que? - Selene se virou e Adam sorriu ao ver sua surpresa.

- Não estamos na empresa, pode me chamar de Adam.

- Mas...

- Eu insisto, querida. - Ele se sentou na cadeira, de frente a pequena mesa de dois lugares que ocupavam um espaço meio grande dentro do pequeno apartamento. Tudo era muito junto. A cozinha e a sala era um mesmo comodo, separados apenas pelo sofa, que fazia o trabalho de ser um tipo de parede, ele encostava quase nas costas da cadeira que Adam ocupada. Tinha mais duas portas, uma Adam pode ver que era um banheiro, a outra estava encostada, mas Adam sabia que tinha um quarto mal imobiliado ali.

Quando Selene colocou as xicaras na mesa, o barulho começou.

Uma gritaria ensurdecedora se fez do outro lado da porta da entrada, Selene arregalou os olhos, quando se colocou de pé, para correr ate a porta, Adam deu um pulo de sua cadeira, a puxando pela cintura.

- O que pensa que esta fazendo? - Adam estava furioso.

- Vou trancar o resto das trancas. - Ela tremia, e sem notar se afundou mais no abraço de Adam.

- Uma porra que vou deixar voce chegar perto dessa porta. Vem. - Rapidamente ele caminha ate o quarto, ainda com Selene pendurada em seus braços. - Fique aqui. - Adam colocou Selene na cama, e quando acendeu a luz e olhou em volta, rosnou em desagrado. Uma comoda e uma cama de solteiro, e o quarto ja estava cheio. Rapidamente Adam tirou o celular e ligou para seu motorista e segurança que esperava do lado de fora. - Zen, entre aqui dentro e acabe com a porra que acontece no corredor, quero mais sete homens com voce quando eu sair.

Assim que desligou se virou para Selene, que estava torcendo as mãos contra o colo.

- Me desculpe, eu nao... Me desculpe. - Ela sussurrava baixinho, como se realmente tivesse feito algo de errado.

- Arrume suas coisas. - Ordenou.

- O que? - Selene se levantou rapidamente, mas logo se sentou novamente, como Adam mandou. - Mas... O que?

- Arrume. Suas. Coisas. - Ele caminhou e parou ajoelhado na sua frente, segurando suas mãos. - Agora, baby. - Sussurrou e se levantou para atender o celular que tocou.

Selene nao soube o que fazer, apenas se levantou, e arrumou suas coisas. Um par de chinelos, dois vestido, duas saias, tres camisetas, alguns pares de sutiãs e calcinhas, a pouca maquiagem que tinha, os tres pares de pijamas, documentos, e mais algumas coisas pessoais. Tudo junto, coube na pequena mochila velha de Selene.

Quando Adam voltou, nao parecia muito feliz ao ver Selene parada no quarto minusculo, com a mochila nas costas, e segurando um travesseiro macio, o qual ela se deu ao luxo.

- Voce paga matade de seu salario apenas nesse apartamento de lixo. - Dizia enquanto segurava sua mão e a puxava para fora do quarto. - E não compra coisas para voce, isso me deixa tão puto! - Ele resmungava, e Selene travou quando viu os três homens parado em sua sala. A casa ja era um ovo, agora com quatro homens enormes dentro, parecia que ate o ar estava escasso.

- Tudo pronto, senhor. - Uma das montanhas disse a Adam, e Selene se sentiu muito desconfortável, quando viu os homens a olhando.

- Otimo. Vamos, querida.

- Adam... - Selene sussurrou em agonia, nao conseguia sair do lugar. Adam notando seu desespero segurou seu rosto entre suas mãos e sussurrou.

- Confie em mim. Por favor, baby, apenas confie em mim. - Seus olhos azuis continham tanta honestidade que Selene apenas se deixou ir.

Tudo se passou como um borrão, a saída do prédio, a entrada e partida de carros, as pessoas a olhando com desconfiança, Adam a abraçando o caminho todo, para Deus sabe onde, os sinais, a mudança de paisagens, Selene estava amortecida.

Ela so conseguia se afundar mais e mais contra o corpo quente de Adam, sentir o calor, e se sentir segura, pela primeira vez na vida, Selene estava tendo um pingo de demonstração de amor. E iria sugar cada pequena migalha, queria se lembrar dessa sensação quando saísse desse redemoinho bagunçado.

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