Com essa onda de nostalgia fui até a cozinha, onde estava o lobo mau - um apelido que eu havia dado ao meu sequestrador.Passei pela porta e vi que ele lia um jornal, mirei-o com um olhar cheio de esperança.
ele falou sem nem olhar pra mim
- O que você quer?
- Por que você acha que eu quero alguma coisa? - Respondi enquanto me aproximava mansa, sentava e me servia de um pão meio duro que estava na cesta em cima da mesa.
- Dá pra ver na sua cara - ele falou, finalmente deixando o jornal de lado e se concentrando em mim.
- Como você sabe? Nem olhou para mim.
- Eu consigo sentir seu olhar!
- Ok, talvez eu realmente queira algo- disse finalmente
- E o que seria?
- Bom, vou direto ao ponto. Sei que você não gosta de mim, mas mesmo assi...
- Hey, hey, hey! O que você disse? - ele perguntou, confuso.
- Qual parte? Que você não gosta de mim?
- É, foi o que eu escutei... Eu nunca disse que eu não gostava de você - falou, como se fosse óbvio.
- Mas então por que você me sequestraria?
- Porque estou recebendo por isso, esta casa nem é minha. Além do mais, fui ameaçado.
- Então você está fazendo isso para a sua sobrevivência?
- É claro, nunca faria nada do tipo com ninguém se não estivesse em apuros.
- Ok, mas... Eu não quero fazer tudo que você disse que era para fazer.
- Sem problema, vou deixar meus funcionários fazerem isso.
- você tem funcionários!!!?
- Óbvio, mas tinha dito a eles para não virem essa semana. Porém... Como veio falar comigo, deixo essas tarefas de lado. Pode ser? Mas quando elas vierem você irá dizer que é minha sobrinha
- Sem problemas, concordo com você- Eu faria tudo para que não tivesse que fazer todas aquelas tarefas.
Um silêncio chegou à cozinha. Nós dois não falamos nada por uns dois minutos, ficamos só sentados olhando um para o outro, ele bebendo seu vinho e eu com meu pão e tomando minha água.
Dei meu último gole e levantei delicadamente, mas antes de passar pela porta, ele volta a fala novemente:
- Ah mas a cry baby não quer algo?
- Ah, verdade! Nós conversamos tanto que até me esqueci do que queria - Respondi, nem ligando para como ele tinha me chamado! - Ri de mim mesma.
- E então... - Ele já esperava impaciente pela resposta.
- Bom, eu quero um bloquinho e uma caneta, por favor.
- Pra que? - questionou, confuso.
- Ah, para que eu possa compor algumas músicas.
- Que legal! Nunca tive paciência para escrever músicas, mas toco violão.
- E então, pode me dar um bloco? - insisti, sem querer esperar mais.
- Claro, mas somente se me deixar tocar sua letra quando acabar de escrever, e criaremos uma música.
- Por mim tudo bem - concordo com isso.
Antes de sair do cômodo virei e perguntei:
- Do que o senhor me chamou?
- Cry baby- ele respondeu delicadamente.
- Como você sabe desse nome?
- Eu sei de mais coisas, mas você ainda não sabe!
-Ok! Lobo mau.
Assim, toda contente, fui ao meu quarto saltitando. Me deitei e dormi feliz no chão.
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Uma história não muito boa
FanfictionA minha vida já foi muito complicada. Durante anos sofri bullying no colégio - apenas por ter uma aparência um tanto incomum, com meus dentes separados, meu cabelo colorido metade a metade o que para eles naquela época era incomum, minha extrema mag...