new start || n.h [slow updates]

6.

"Olha bem para ti, nunca serás boa para ninguém." a sua voz parecia estar longe e ecoava à medida que ele falava, "ela é muito melhor que tu, é mais bonita, não é paranoica como tu muito menos insegura, e mais, ela é muito melhor que tu na cama." Joseph riu.

Eu queria correr mas os meus pés não se moviam, eu queria falar mas a minha boca abria-se e por ela não saía qualquer som. Joseph parecia muito mais frio desde a última vez que o vira e o seu rosto estava escuro, sendo que se não fosse o som familiar da sua voz seria impossível reconhecê-lo.

"Não fazes nada aqui, não serás feliz nem farás ninguém feliz. Vai haver sempre alguém melhor que tu, vai haver sempre quem ocupe o teu lugar." sentia-me a desmoronar à medida que as suas palavras se faziam ouvir, "nunca te amei, e és ridícula por alguma vez pensares que sim."

Levantei-me num sobressalto, o suor escorria pelo meu corpo e as lágrimas pela minha cara. Chorava por tudo, chorava por não ter explicações, chorava com a possibilidade que este sonho fosse na verdade a história que estava por trás da traição. Mais que nunca eu precisava de uma razão para tudo isto, passaram-se quase duas semanas e a minha cabeça continuava cheia de perguntas, a minha mente estava cheia de pontas soltas e eu só queria respostas para tudo, mesmo que não fosse nada do que eu queria ou estava preparada para ouvir, mesmo que a verdade pudesse doer mais do que estar na ignorância, eu tinha de saber. Saí da cama e dirigi-me à casa de banho, passei a cara por água na tentativa de me acalmar e após isso vesti algo simples.

Peguei no telemóvel e procurei o número da pessoa que há muito andava a evitar, ou era agora ou nunca. O som do outro da linha estava a matar-me de ansiedade e eu já só pensava em desistir da ideia quando ouvi o som da sua voz.

"Skylar?"

"Vem ter a minha casa, precisamos de conversar." eu disse rapidamente.

"Estou lá em 10 minutos." Joseph respondeu-me e eu desliguei a chamada.

Saí do quarto e desci as escadas. Chamei pela minha mãe mas a única resposta que tive foi silêncio confirmando-me assim que ela não estava em casa. Sentei-me no sofá e liguei a televisão num canal qualquer não prestando atenção ao que estava a ser transmitido. E se ele me disser que eu fui um jogo durante todos estes anos? Que a nossa relação não passou de uma brincadeira e de uma forma de me magoar? Não, o Joe não é assim. Por muita porcaria que ele tenha feito, ele nunca me faria isto, ou faria? Eu já não sei, eu já não o conheço e é terrível pensar isso de uma pessoa que esteve ao meu lado durante anos. Já não sabia se era boa ideia ter-lhe ligado, mas o som da campainha soou não me dando hipótese para arrependimentos.

Apaguei a televisão e abri a porta a Joseph fechando-a depois de lhe ter feito sinal para entrar. Eu fui para a minha sala onde ele já estava em pé desconfortavelmente. Eu não podia deixar de apreciar a sua beleza. A sua camisa vermelha ao xadrez estava aberta podendo ver-se uma t-shirt branca por baixo, as suas calças pretas justas assentavam na perfeição e os seus ténis brancos estavam incrivelmente limpos. Os seus olhos continuavam verdes e brilhantes e o seu cabelo estava perfeitamente arranjado.

"Pensei que nunca mais me querias ver." ele disse acordando-me do mar de pensamentos em que me encontrava.

"Na verdade não quero, o que eu quero são respostas." fui direta ao assunto.

"Eu lamento imenso o que aconteceu, eu não queri-" parei-o.

"Se não querias não o tinhas feito, ou vais-me dizer que ela te obrigou?" ri sarcasticamente.

"Não, ela não me obrigou, mas tu não ajudaste, andavas tão preocupada com as coisas do casamento e sempre com os teus problemas por causa do teu pai e nem atenção tinhas para mim." ele desculpou-se.

"Wow, agora a culpa é minha? Pára de arranjar desculpas para as tuas merdas! Admite que erraste, ou é assim tão difícil?" estalei.

"Sim eu errei, mas eu estou tão arrependido Skylar." passou as mãos pelo seu cabelo preto.

"O que é que ela tem a mais do que eu?" olhei-o seriamente.

"Nada, ela não é melhor que tu em nada."

Claro que não, ele traiu-me porque eu sou melhor que ela, ele traiu-me porque Chloe não é melhor que eu, porque eu sou suficientemente boa para ele.

"Consegues ser tão ridículo." gozei.

"Não sejas paranoica, eu ainda te amo." ele aproximou-se de mim e eu dei um passo para trás, tudo o que eu menos quero é que ele esteja perto de mim.

"Eu apenas quero respostas, porquê com ela? Porquê a mim? Porque é que me fizeste isto?" a minha voz saiu forte apesar de estar à beira das lágrimas.

"Eu nunca quis que as coisas acontecessem desta maneira, eu nunca quis magoar-te. Eu sentia-me carente, já tinha bebido e Chloe também, eu não sei."

"Carente? Eu sempre te dei tudo, eu sempre fui aquilo que tu querias que eu fosse, sempre aguentei com as tuas fúrias e com o teu mau humor. Dei-te tudo de mim, desisti do meu curso por ti, deixei a minha mãe sozinha por causa de ti e o que é que tu fazes? Vais-te enfiar na cama com a cabra da Chloe." as lágrimas caíam-me pela cara numa altura em que era impossível segurá-las.

"Desculpa Sky, desculpa. E eu não fui para a cama com ela." deixou de me encarar.

"Nunca me traíste antes?" questionei-o com medo da resposta mas ele manteve-se em silêncio dando-me assim a resposta que eu temia.

"És nojento, sai." ordenei.

"Mas descu-" ele caminhou até mim.

"Eu não quero as tuas desculpas de merda, agora sai!" elevei o tom de voz.

Joe caminhou até à porta e fechou-a depois de ter saído. Deitei-me no sofá e os meus soluços tornaram-se o único som presente na casa e as lágrimas a única coisa que me faziam acreditar que estava viva. O meu coração estava apertado, parece que a dor que sinto tinha ocupado todo o meu peito não deixando nem espaço para o músculo que me dava vida. Ele disse que nunca me quis magoar mas todas as suas atitudes levaram a que isso acontecesse. Eu sinto-me completamente vazia, sendo apenas mais uma cabeça confusa num corpo morto, um corpo dorido.

O meu olhar cansado e baço procurou pelo meu telemóvel e este estava em cima da pequena mesa da sala. Procurei pelo número da única pessoa a quem eu podia chamar de amigo neste momento e esperei pelo som da sua voz.

"Olá!" o seu sorriso era persetível na sua voz animada.

"Oi." respondi cansada.

"Ei, está tudo bem?" ele disse preocupado.

"Na verdade não." o meu choro tornou-se intenso de novo, "eu só preciso de alguém Niall."

"Manda-me uma mensagem com a tua morada, estarei aí daqui a poucos minutos, mas não chores por favor, até já." ele desligou e eu mandei-lhe mensagem com a morada aninhando-me de novo no confortável sofá à espera de Niall.

OLÁÁÁÁ! Mais uma vez desculpem por demorar a publicar, mas estive uns tempos sem net e confesso que este capítulo me custou a escrever e ainda assim não sei se está alguma coisa de jeito.

OBRIGADA PELAS 250 LEITURAS!

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11 DAYS TO GOOO AAAAHH