Hannah.

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"Antes de eu contar a minha história, por favor, considere quem eu sou." – Child Of Burning Time

Esse lugar era parte de mim e agora  estou vivendo tudo isso novamente ali não era o lugar que deveria ou pensaria em colocar meus pés. As ruas estão cheias, vozes podem ser ouvidas de longe e é claro o ar uma mescla de tudo que já conheço : drogas, cerveja barata e suor. Vozes se misturam e continuo com a ideia de que aqui não é meu lugar. Gritos me fazem voltar à realidade, passo sendo empurrada no meio da multidão segurando a mão de minha melhor amiga.

– Você pode andar um pouco mais rápido?!- Mia me empurra entre as pessoas.

Ela se vira e posso vê-la novamente.

– Temos dois ingressos Vips. -Ela entrega a um homem que está na portaria. - Somos apenas nos duas.

Ela diz olhando para mim, ela segura minha mão e me puxa mais uma vez para dentro.

A ala vip era pior posso ver antigas pessoas que não deram certo no mundo da música sentadas, algumas outras estão apenas se beijando e outras estão caindo no chão não aguentando os próprios corpos. Tomo um susto quando vejo Mia me entregando um copo com alguma coisa dentro noto na hora que bebo que é a cerveja que sentir minutos antes. Ela me leva até o parapeito da janela e começa a pular, posso ver o grau de dificuldade que é tocar para mais de 1.500 pessoas, mas posso ver também o grau de facilidade que eles estão se sobre saindo.

– Olha o Nathan. -Mia diz toda animada. Nathan confere algo no aparelho auditivo e alguém deve ter comunicado a ele a presença de sua namorada, logo ele levanta os olhos e tenta encontra-la, uma tentativa que não dar muito certo

– Para calar a boca de todos vocês seus putos estamos chegando à reta final de mais um show. E para encerrar dessa vez eu quero que vocês gritem o quanto vocês poderem para os meus homens... Na bateria meu pequeno Hélio. -Ele escuta alguns gritos e continua-okay, okay e agora as duas pessoas mais putas que eu conheço... Bernardo e Enzo, por favor, façam as honras da casa. -Ele disse apontando para os dois guitarristas. - Para ele... O mestre do baixo Gustavo ou como vocês o chamam em momentos particulares. – Ele fala fazendo gestos obscenos. – Gus.

Mia apenas balança a cabeça. 

Os cinco voltam a se concentrar no que estão fazendo e conseguem levar a plateia ao delírio. Os semblantes das pessoas mudaram, algumas ficaram mais agressivas e se formam os famosos círculos, as mulheres-muitas- já jogaram seus sutiãs.

O show acaba e  vou atrás de Mia, sou empurrada pelo movimento de algumas pessoas que estão saindo do local. Nathan espera Mia de braços abertos em cima do palco. Mas, me concentro na pilha de cerveja que foi construída ali.

Desde do dia que Mia e Nathan começaram a namorar, eu tinha vindo com ela em todos os shows. A banda tinha seis anos, o namoro dos deles há muito tempo e a amizade entre nós duas e os caras tinham nove anos.Nunca pude evitar de perguntar como alguém pode confiar tanto em alguém que vive rodeado de mulheres/bebidas/mulheres/motéis baratos/mulheres.

Um all star surrado está a poucos metros de mim.Meus olhos se levantam em direção ao seu jeans surrado e rasgado, músculos definidos enfiados em uma camiseta de outra banda, seu braço esquerdo possui algumas tatuagens, e finalmente o que mais me chama a atenção um par de olhos acinzentados com uma grossa cobertura de cílios que caia muito bem quando se tem cabelos tão negros. Bernardo, guitarrista solo do Vengeance, assim que ele olha para minha direção faço de tudo para desviar meu olhar.

–Hannah, você vem para nossa casa?- Nathan pergunta.

– Não, só vim acompanhar Mia até aqui foi o que combinamos.

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