Home at last

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*Dê play na música.*

Um dia qualquer de agosto.
O frio entrava pela fresta da minha janela me fazendo puxar mais um pouco da coberta.
Outro dia se iniciava.
Outro dia do qual eu estava atrasada para a faculdade.

-acordou bem? ele me manda.

Corro para a faculdade na esperança de conseguir entrar na segunda aula.
O dia passa em um piscar de olhos, quando dou por mim a aula já havia acabado me fazendo acordar de meus devaneios e ir embora.
O vento gelado me traz nostalgia de tempos passados que me acompanha durante todo o trajeto até a minha casa.

-como foi seu dia? esse frio combina com filmes e pipoca aaaa. Eu leio pela tela do celular.

Passando pelo portão já consigo me sentir embalada pelo cheiro das flores "dama da noite" do vizinho.
Entro em casa jogando as roupas por todos os lados.
Tudo está da maneira como eu deixei quando sai de manhã.
Mas algo está diferente.
Falta algo, sempre falta.
Deitada na cama a campainha toca.
Era ele.
Tão lindo com a sua blusa preta e calça bege.
Eu juro se há criatura mais bela eu desconheço.
Ele sorri e meu mundo congela, mas por dentro eu estava queimando.
Dou passagem para ele entrar e se afogar em meus braços.

Home at last.

Junto nossos corpos querendo provar
que a lei da física estava errada. É sim possível que dois corpos ocupem o mesmo espaço, porque naquele momento éramos um.
Viramos um para o outro e eu consigo sentir seus lábios sobre os meus como se fossem o encaixe perfeito.
Ao fecharmos a porta ele se senta no sofá e começa a reclamar por eu não ter falado com ele o dia todo.

Home at last.

Eu dou risada e peço desculpas e tento me justificar contando como o meu dia foi corrido e mal pude tocar n celular. Ele continua bravo, mas no fundo eu sei que ele me perdoou assim que passou pela porta.

-o que iremos fazer hoje? ele pergunta.
-morrer? eu respondo.

Ele ri e concorda que eh uma ótima idéia.
No final decidimos sair com os nossos amigos.
Fomos para uma balada qualquer.
Viramos vários copos de tequila.
Até estarmos bêbados o suficiente para se arriscar na pista de dança.
E ficamos ali dançando ridiculamente entre uma música e outra.
Deus, eu poderia dançar com ele pelo resto da minha vida.
As luzes brilham, mas nunca me cegam.
Eu olho pra ele, sua alma é tão livre, ele está tão radiante que até mesmo um cego poderia ver as luzes que saiam dele.
Era 5 da manhã quando chegamos em casa.
Estavamos em chamas, abrimos a porta e nos entregamos um ao outro.
Ele me beija.
Beija forte o suficiente para se deixar gravado em meus lábios.
Para que se mostre o melhor que já passou pela minha boca caso houvesse outros depois dele.
Suas mãos estavam nas minhas costas e depois em meu cabelo.
Caímos no chão eu sinto cada pedaço dele em cima de mim.

Home at last

As mãos dele passeavam pelo meu corpo colocando afago em cada pedaço e eu delirava.
Nosso beijo ficava cada vez mais intenso até eu decidir mudar de posição.
Fico por cima dele na hora certa de ve-lo sorrir. (aquele sorriso sacana)

Vacancy, hotel room, lost in me, lost in you.

Home at last

Ele preenchia todo os meus vazios com seu amor, com seu desejo.
Eu me sentia viva.
Era como se fogos de artifícios estivessem por toda parte.
Ele me beijava como se fosse me perder.
Como se quando o sol nascesse virariamos pó.
As paredes estavam estáticas, mas o barulho que fazíamos era inconfundível.

On my knees, I belong, I believe.

Ele puxava meu cabelo e sussurrava em meus ouvidos.
Suas palavras me faziam delirar.
E naquele momento, deitados um sobre o outro, suados e sem fôlego.
Eu soube.
O que faltava na minha casa era ele.
Pois ele era meu lar.
Eu morava nele.
Sem ele ali minha casa era como qualquer outra na vizinhança.

Homem at last.

O beco de poesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora