Degustação Pt 8

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Fico boquiaberta a cada passo que dou, para meu desespero, o ambiente é tão chique que mais parece que estou em um shopping, exagero a parte, dá para ver que o local não é frequentado pela baixa renda e isso me deixa um pouco mais preocupada. Será que meu grau de ensino será o suficiente para acompanhar este cursinho.

— Boa tarde, Elaine. Diego está? – Meu pai pergunta para uma senhora, ela nega e informa que o diretor só esteve no curso pela manhã. — Queria apresentar esta nova aluna para ele.

— É sua filha? – Ela aponta para mim, caminha em minha direção e segura meu rosto com as duas mãos.

— Seus olhos são uma armadilha, assim como os do seu pai. – Ela brinca com ele e dá para ver que são bem amigos. — E você também é linda, garota. – Até sinto vergonha com o excesso de elogio.

— Obrigada. – Elaine me pergunta se aparecerei na festa, respondo e ela que sim, me faz prometer que me divertirei e segue o seu caminho.

— Sabe filha, tem um lugar que você vai amar conhecer, mas será um segredo nosso. – Ele me dá a mão. — Fica no espaço da faculdade e por incrível que pareça, bem próximo de onde moramos. – Caminhamos rapidamente, ele fica sempre atento olhando para os lados, então abre uma porta e o que vejo, faz meu queixo cair.

— Uau, pai!

— Essa é a cozinha do curso de gastronomia, Line. Um dia você vai estudar em uma dessa. – Me apaixono imediatamente pelo espaço, as bancadas gigantes, os fogões, utensílios que nunca vi e todo tipo de peças de modelagem.

— Será que me deixariam usar? – Meu pai dá risada.

— Não, de forma alguma, minha menina. Agora vamos que logo alguém pode passar por aqui. – Saio praticamente sendo arrastada, imaginando o que uma cozinha gigante como a que acabo de ver poderia me proporcionar.

Após um longo dia, finalmente chega o momento de ir para festa e para ocasião, decido ir de vestido preto, saltos altos e cabelos soltos, combinação que eu acredito que será sucesso, afinal de contas, dizem que o pretinho nunca erra.

— Pai, tem certeza que não vai comigo? – Ele nega com gestos.

— Sua segunda mãe vai chegar em alguns minutos, ficarei para fazer companhia. – Gosto de ter uma mãe na cidade, Ester desde que chegou na vida do meu pai, sempre demonstrou bastante receptividade comigo, até me arrependo de não me mudar para morar com eles logo que conclui o segundo grau.

— Tudo bem, não devo demorar. – Ele vem em minha direção, me dá um beijo no rosto e parecendo ter medo que eu desista de sair, logo abre a porta.

— Moramos praticamente dentro da festa, fique o tempo que for necessário. – Desço cuidadosamente as escadas, no caminho passo pela porta da belíssima cozinha me mantando de vontade de entrar só para ficar admirando todo ambiente e sigo para festa caminhando por longos corredores vazios, e assim que chego no local bastante agitado me sinto em uma revista de moda super atualizada.

Jesus! Já quero voltar para casa, pois a impressão que eu tenho é que sou observada com desdém.

— Boa noite, posso me sentar aqui? – Tento ter alguma comunicação com uma garota morena que continua olhando para seu celular de última geração.

— Não, meu namorado já está chegando. – Reviro os olhos, continuo passeando o olhar pelo ambiente até que vejo uma garota linda, muito bem vestida, mas aparentemente tímida e então me aproximo.

— Você parece ser bem granfina só que está deslocada, como eu. Posso me sentar aqui com você? – Ela sorri e coloca os cabelos para os lados.

O DIRETOR - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora