Beloved - 1

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Pareceria com amorices

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(Park Mi Nu)

Encontre a veia e pressione-a. Insira a agulha no ângulo perfeito, são os 45° mais difíceis da minha vida...

- Park Mi Nu! - A professora Sung gritou fazendo a seringa tremer entre meus dedos. - Concentre-se! 45° para o medicamento acompanhar o fluxo sanguíneo. Se continuar assim irá atravessar a veia!

Respirei fundo e retirei a seringa. Para mim os 45° estavam impecáveis. Desculpei-me com o paciente e recomecei o procedimento e dessa vez consegui executá-lo sem maiores dificuldades, além do suor já alojado na minha nuca.

A professora e minha supervisora do estágio na enfermaria da universidade, lançou-me um olhar de reprovação. Mais um de vários. Quis perguntar se ela não queria bater na minha cara também. Eu sempre encontrava a veia rapidinho, mas quando estava sob seus olhos parecia que meus dedos se tornavam letárgicos e minha visão embaçava.

O paciente que, na verdade, era um aluno que havia passado mal se recostou na maca e relaxou sentindo o medicamento fazer efeito. Eu olhei para o relógio de ponteiros da parede e suspirei ao notar que meu horário já havia acabado. Finalmente eu poderia ler o capítulo novo da @Invisible_woman antes de ir para casa.

Tirei o jaleco e joguei as luvas fora, saindo da enfermaria logo em seguida. Amava fazer enfermagem, mas odiava a professora Sung e seus malditos 45°.

Sentei em cima do meu caderno sob a grama do campus, porque meu padrão de roupas brancas parecia um absorvente de sujeira. Havia algumas pessoas por perto contemplando o céu alaranjado. Desbloqueei meu celular e entrei no Wattpad. @Invisible_woman tinha se inspirado mesmo no deus grego dela, queria ter inspirações desse tipo, além do meu amado Chanyeol, claro.

Olhei ao redor da universidade procurando por algo, mas sem saber o que. Talvez uma nuca bonita. Ri sozinha lembrando das bobagens da minha amiga virtual.

Um flash de luz passou pelo meu rosto e eu olhei ao redor procurando de onde tinha vindo. Não poderia ser o sol, porque este estava quase no poente.

Meus olhos pararam num garoto com uma câmera. Ele estava sentado na grama também, há alguns metros de distância. Fiz uma careta automática e o garoto ficou estático ao perceber que eu tinha notado o que ele estava fazendo. Cruzei o campus em sua direção. Se aquele pervertido estava achando que eu deixaria que tirasse fotos minhas, estava muito enganado.

- Estava tirando fotos de mim? - Perguntei o olhando de cima para baixo.

O garoto de cabelo escuro me encarou tirando a câmera de seu rosto e me dando uma sensação de deja vu.

- Sim... Quer dizer, não. - Ele falou apressadamente e eu franzi o cenho já chateada. Logo depois o mesmo se levantou e eu passei a olhá-lo de baixo, porque ele era mais alto. - Sim, estava tirando fotos, mas não de você. Estava tirando fotos do pôr-do-sol. O ângulo daqui estava bom.

Apontou e eu olhei para a direção do poente. Acenei tentando descobrir de onde eu já tinha o visto.

- Ok. Desculpe o inconveniente. - Falei me afastando e pegando minha mochila na grama para ir para casa. Malditos ângulos que destruíam a minha paz de espírito.

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