Pompeii

2.5K 174 20
                                    

Nota :

"Não esqueça de ler esse capitulo ao som de "Bastille - Pompeii"
Boa leitura! "

Capitulo 2 - Pompeii

Quinta feira - 25/03/2002

"Eu não vou falar de novo com você!"

"Vire um homem e saia daqui."

Foi tudo o que eu ouvi, tudo o que eu ouvi antes de chegar nessa conclusão. Eu já estava incomodando demais meus pais. Eu não era bom em nada, em nada de nenhuma forma. Meus pais saíram para trabalhar, entrei no quarto da minha mãe

"Dan não mexa aí."

Minha consciência não me deixava em paz, peguei alguns remédios e fui para o meu quarto. Puxei uma garrafa de baixo da minha cama de vinho, peguei todos aqueles medicamentos e os bebi de uma vez só, e logo em seguida bebi a garrafa toda daquele vinho.

Antes de tudo isso gostaria de dizer que eu em algum tempo eu tive uma boa vida. Mas agora eu não me lembrava mais do que era bom, ou a paz .. Os fatos que me levaram a isso? Agora posso ver que foi o mundo que me mudou. Eu já nem me reconhecia mais, com 19 anos, eu era um merda. Um cara qualquer insignificante. Que ainda acreditava que seria um músico.

Por que eles nunca olharam pra mim? Nunca perceberam que eu estava sofrendo? Que eu tinha um sonho? Eu só precisava de alguém?

Quando meus olhos se fecharam, senti um silêncio profundo e calmo. Algo que eu não sabia o que era .. calmaria! Eu ainda estava ali .. Mas onde? Um clarão de luz me cegou, e logo em seguida acordei na minha cama. Havia muita luz entrando no meu quarto. No meu quarto? Por que ainda estava no meu quarto? Era aqui pra onde se vai depois que morre? Olhei para minha cama ainda vendo todos aqueles remédios e bebida. Eu estava confuso, olhei para porta vendo uma garota. Ela me olhava atentamente sem piscar, eu a conhecia? Por que ela me era tão familiar? Ela me olhou ainda deitado e sorriu amigavelmente, ela parecia um pouco triste por me ver daquele jeito. Pálido .. e morto. Já ela, Parecia estar viva. Ela usava uma jaqueta preta, calças legging preta e botas de cano alto. Ela usava pouca maquiagem, seu cabelo era cacheado e castanho escuro. Seus olhos verdes estavam brilhando. Ela caminhou até mim balançando a cabeça negativamente. Como se eu tivesse feito algo errado. Ela fechou as janelas do meu quarto, e abaixou todos os porta retratos ali. Ela caminhou até minha cama, tirando todos aqueles remédios .. Ela tocou nos meus pulsos e quando olhou nos meus olhos. Seu olhar era confortante. Ela passou a mão sobre meu rosto, ela estava triste.

A olhei pegando cada detalhe de sua face, ela era linda. Mas quem era ela? Um anjo? Eu estava morto ou não? Por que ainda sentia dor? Ela tirou o cobertor de cima de mim. E me puxou pelo braço, ela me fez correr a casa toda, até parar no quarto dos meus pais. Ela me fez trocar de roupa e me ajeitar. Enquanto ela fechava todas as janelas que transmitiam luz para dentro de casa. Durante o trajeto ela quebrava coisas, ela ria. Ela estava louca? Ela quebrava quadros, porta retratos, e me instigou a fazer o mesmo.

— Chega de coisas tristes. — Ela disse.

Sua voz suave. Me fez ficar surpreso.

— Que foi? Destrua isso .. Vamos eu sei que você nunca gostou dessa foto.— Ela disse olhando o porta retrato que eu segurava nas mãos.

A olhei ainda surpreso, e fiz. De repente me senti melhor. Ela me puxou pela mão. E me levou para ver ela desenhar sobre as paredes, fazíamos desenhos diversos, depois queimamos coisas que eu odiava ali. Eu estava feliz, sua presença, me deixava melhor. A dor ia desaparecendo. Nos brincávamos e destruímos a casa. Ela tratava de apagar todas as luzes. Apostamos corrida até a piscina coberta .. Ela era tão linda, e sua risada era contagiante, ela me fez pular de cabeça na piscina. Ela me trapaceou quando não entrou junto comigo. Ela ria e gritava para mim, me fazendo me sentir feliz.

Enquanto jogava coisas pra mim na piscina eu tentava molhar ela, mas ela sempre escapava. Continuamos brincando igual a duas crianças. Não havia tempo. Nem dor .. Nem medos.

Quando senti meu peito doer .. olhei pra mim mesmo percebendo que havia algo errado. Sai da piscina vendo que ainda havia uma janela aberta. O sol estava saindo. Olhei para a janela sentindo o calor do sol. Foi quando percebi que eu não havia morrido ainda .. Eles estavam tentando me salvar !

— Você tem tempo ainda. Você pode voltar ! — Ouvi ela atras de mim.

— Volte Dan ! — Alguém gritou. Era minha mãe.

— Volte! — Ela disse ainda atras de mim.

Me dei conta que, alguém havia me encontrado a tempo, a tempo de me salvar. Eu ainda estava preso ao meu corpo e quase saindo dele. Preso numa linha fina que decidia vida e morte. O sol não me aquecia como antes, eu poderia lutar ou ficar aqui, em paz!

Me virei de costas para a janela e olhei aquela garota que parecia brilhar sobre a claridade, ela me olhava confusa .. não pensei e a beijei. Pois naquele momento soube que eu não queria mais ser um farto, não queria ser mais um peso, não queria me auto mutilar mais. Queria ser feliz é ser feliz com aquela garota. Senti seus lábios assustados permitirem aquele beijo, que parecia um sonho. A dor sobre meu peito passou, nós jogamos sobre a água. E aquilo foi eterno.

— Eu sou a Larissa. Tenho visto você por muito tempo. — Ela sussurrou me dando um sorriso.

A beijei de novo. E assim eu morri, para ser feliz em outra dimensão. Eu passei por muita coisa, e percebi que era apenas dor, e nunca consegui transformar isso em algo produtivo. E estar aqui com Larissa era minha segunda chance. Sem regras da sociedade, sem dor.

Larissa me contou que eles tinham parado de tentar me trazer de volta, ela fechou a última janela. Me fez subir para o meu quarto e trancou todas as portas.

Prometemos cuidar um do outro pra sempre!

Dan SmithData da Morte : 25/03/2002
Horário : 10:00 da manhã.
Causa da Morte : Overdose de remédios com bebida alcoólica - Suicidio.

✖️Oi, Eu Sou A Depressão✖️Onde histórias criam vida. Descubra agora