Hoje eu acordei como qualquer outro dia, levantei cedo, e como de costume tive que acordar minha irmã, escovei meus dentes, tomei um banho e desci para tomar café, minha mãe como sempre muito atenciosa me dizendo com aquela voz doce que eu não comece rápido de mais, logo em seguida nos levou para a sala pra que eu pudesse estudar, aqui onde eu moro nós somos criados a nossa infância e pré-adolescência inteira dentro de casa e só podemos sair quando fazemos 16 anos, cada família é permitida ter apenas um filho sendo que caso outra criança nascesse o primogênito tem que ser doado ao governo quando completar dezesseis anos, e olha que "ironia do destino", eu e minha irmã somos gêmeos, então o governo não poderia levar nenhum de nós dois, isso é o que eu pensava até o momento.
Naquela manhã não tivemos uma aula como as outras, enquanto eu e minha irmã estamos nos preparando pra aula nossos pais estavam discutindo se contariam ou não algo pra gente, dava pra ver a agonia nos olhos de nossa mãe, ela parecia estar com o olhos lacrimejando cheios d'água, enquanto nosso pai gritava que não iria passar por cima de ordens do governo, naquele momento eu comecei a perceber que algo estava errado, nunca tinha visto meus pais brigarem daquela maneira, parecia que meu pai estava querendo uma resposta sobre algo que só minha mãe poderia responder, ela se recusava em contar o que ele queria saber. Depois de muito discutirem eles nos chamaram até a cozinha, os dois choravam muito e parecia que meu pai já havia conseguido a resposta de sua dúvida, com voz baixa e alguns soluços de choro meu pai disse que tinha algo a dizer:
_. Eu queria que fosse mentira, eu queria poder dizer que nenhum de vocês deveriam sair por aquela porta hoje mais infelizmente vocês precisam saber de algo
Minha mãe relutante gritando NÃO várias vezes implorava para que meu pai mudasse de ideia e dizia que eles dariam um jeito para que mantivessem os dois dentro de casa, mais meu pai parecia não escutar, era como se ele tivesse escolhido viver aquela realidade que todas as outras famílias viviam naquela ilha. Em seguida ele diz com autoridade:
_ como vocês dois são gêmeos, a criança que nasceu primeiro teria que ser entregue ao governo amanhã, mais como sua mãe recusa a dizer quem de vocês é o primogênito o governo foi acionado e os dois terão que ser levados.
Ao fim da frase minha mãe caiu ajoelhada ao lado da mesa desolada, minha irmã sempre se mantendo forte foi consola-la, meu pai não expressou reação alguma sentou-se à mesa e lá permaneceu de cabeça baixa, não teve coragem de olhar nos olhos dos próprios filhos cujo ele avia acabado de dar a notícia. Já eu? Eu fiquei paralisado, sem saber o que falar, não sabia o que fazer, era como se tudo o que eu tivesse desejado minha vida toda tivesse virado de cabeça pra baixo. Sim! Sempre foi meu sonho conhecer o mundo externo, mais não daquela maneira, eu não sabia o que o governo fazia com as pessoas assim que entravam no caminhão, enquanto eu ficava com aqueles pensamentos das piores coisas que poderiam acontecer comigo eu olhava minha mãe jogada ao chão chorando, até que Mia se pronunciou:
_ eu vou!
O silencio tomou conta do ambiente, meu pai automaticamente levantou a cabeça olhando profundamente nos olhos de Mia, minha mãe por um breve momento parou de chorar, mais eu continuei imóvel, sem tomar nenhuma atitude ou expressar nenhuma reação de negação sobre o que avia acabado de ser dito
Mia disse:
_ não importa o que eles iram fazer comigo eu nunca conseguiria deixar o ED longe de vocês, ele nunca suportaria tal perda.
Eu só ficava me perguntando mentalmente, o que ela estava fazendo? Ela nem sabe o que essas pessoas vão fazer com ela! Eis que minha mãe com a voz alterada diz:
_ ninguém vai sair dessa casa!
_ você sabe das leis que tomam essa ilha! Não podemos passar por cima disso. Diz o Pai
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ESCONDA-SE
Teen FictionO que você faria caso tivesse que salvar as pessoas mais importantes da sua vida? As vezes imaginar um problema, não significa que saberia lidar com o mesmo caso acontecesse. Eu quero contar para vocês o que está se passando na minha vida, mais dize...