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  "Deixei de acreditar em contos de fadas quando eles se tornaram o meu maior pesadelo"   

Morning! — Haechan acordou-num grito, invadindo o seu quarto e berrando sem parar — Good morning, my precious sunshine! — quando haviam ficado tão próximo assim? Só com aquelas preocupações bestas?

Mark jogou um travesseiro na cara de Donghyuck e escondeu-se entre os lençóis. Estava com muito sono e nem era sete da manhã. Será que ele bateu a cabeça em alguma coisa e perdeu a noção do horário e do ridículo?

— Levanta, Mark! Veja que dia lindo! — afastou a cortina e deixou a claridade invadir o cômodo — Lindo! Belíssimo! Você bem sabe que eu acordo cedo para doar um pouco do meu brilho para o sol!

— Vai mentir para outra pessoa, Haechan! — Mark perdeu-se entre tantos tecidos. Haechan aproveitou para sacudi-lo sem parar — Você é tão insuportável! Quem te deu permissão para entrar no meu quarto?

— Aish, você não valoriza mesmo os meus atos carinhosos! — Haechan exclamou, e então Mark escutou passos no quarto.

Quando percebeu que o Hyuck não estava mais no seu quarto, Mark agradeceu por isso e decidiu levantar-se. Caminhou apressadamente até o banheiro e iniciou a sua higiene pessoal da manhã.

No café, Donghyuck reclamava o tempo todo sobre sua falta de hospitalidade para com a sua visita matinal. Lucas apenas assistia a confusão, privando-se do trabalho que daria ao contestar e amenizar o clima entre os dois Lee. Mesmo assim, ali estava ele mais que pleno tomando o seu terceiro iogurte.

— A propósito — recomeçou Donghyuck — Você, Mark, está me devendo alguma coisa.

— Por quê? — o canadense indagou, com a boca cheia de arroz. Ele não era muito fã do grão, mas vez ou outra gostava de esbaldar-se.

— Porque foi muito rude comigo quando, na verdade, eu só queria o seu bem-estar!

— Haechan, faz um favorzinho pra mim, faz? — olhara-o atentamente — Vai pro inferno!

— Cruzes! — o menino pôs a mão no peito e expressou um dramático medo pelo outro.

— Aliás, Lucas, eu não vi Jisung hoje — Mark olhou ao redor e notara a ausência do loirinho.

— Ninguém viu — contara Yukhei, lambendo os beiços de iogurte — Não sei porque você ainda se surpreende.

— Eu ainda tento entendê-lo — dissera Mark, mastigando calmamente enquanto observava o chinês.

— Mark, olha... — pelo tom de Donghyuck e o modo com qual arrastara a bandeja vermelha sobre a mesa, Min Hyung teve a consciência de que chegaram a um assunto um tanto delicado — Preste atenção: a realidade de Jisung é retorcida.

Uma exclamação sambou no rosto do canadense e, prestes a indagar sobre o escutado, virou-se para Lucas e vira-o fazer um gesto para que deixassem de lado o assunto. Mark encolheu os ombros e jogou um olhar sobre Haechan, cujo remexia a maçã comida na bandeja, como se não tivesse falado nada de interessante e estivessem todos calados por mero tédio.

— Eu não sei vocês, guys, mas tenho muito o que fazer — Lucas, apressado, ia jogando as sobras no lixo e retirando-se para o jardim.

Mark seguiu para a salinha de medicamentos com Haechan, agora ambos jogando Fruit Ninja em um mortal silêncio. Donghyuck sabia o que Mark queria perguntar, mas não sabia se precisaria mesmo falar sobre.

— É que eu sinto falta dele — fora um comentário de Mark, numa das partidas jogadas.

— Você se acostuma — Haechan deu de ombros.

— Como pode não se importar?

— Eu me importo. Mas se Jisung sumiu, Mark, significa que ele está melhor do podíamos imaginar. — Donghyuck alinhou os lábios e soltou um suspiro.

— Não acredito que drogar alguém seja algo bom.

— Ei, é só alguns remédios

— Eu sei, mas é preocupante. Já chegou a ver a quantidade de comprimidos que ele toma por dia? Me surpreende o fato de ele sempre estar de pé. — Mark pausou a partida e apontou para a prancheta de medicamentos.

— Nem sempre. Nem sempre ele toma e é por isso que some. — Haechan cruzara os braços.

Mark pensou por alguns instantes.

— Crises?

— Prefiro chamar se recaídas.

— Decerto, recaídas — respirou fundo. — Mas se ele some quando não toma o remédio, o que o faz estar bem?

— Remédios — concluíra o outro, impaciente demais para querer levar aquele assunto a diante — Ele sempre fica bem e volta.

— Tem certeza?

— Absoluta.

Panic Room Ξ mark.sungOnde histórias criam vida. Descubra agora