Bom, por onde começar? Ah, lembrei! A infância. Quem não adora esse tempo que atire a primeira pedra. Gaybi era uma criança normal, com sentimentos ingênuos que só gostava de brincar. Era um pirralho que realmente sabia aproveitar com desenhos animados e brincadeiras. Ele chegou até a chorar aos cinco anos, pois descobriu que um dia iria morrer. Como ele não era muito rico, não tinha dinheiro para ostentar em grandes passeios, mas sabia aproveitar e se divertir com o que tinha. Ele se achava adulto quando tomava banho sozinho, era realmente cômico (ele não passava sabonete, apenas se molhava).
Realmente, no colégio ele se destacava bastante, desde os seis anos. Conseguia contar até 100 com facilidade, no começo teve dificuldade para aprender a ler, só conseguiu ler e entender um pouco depois da "família do M". E depois disso começou a ser o destaque na oralidade, aos sete anos, já havia lido "O Pequeno Príncipe", ficou apaixonado pelo carneiro. A professora sempre o indicava para fazer leituras a coisas do gênero. Como ele era criança, não se sentia na vontade de se vangloriar e esfregar na cara dos outros o seu sucesso. Ele só queria brincar com a sua bossa do homem aranha e se divertir com seus camaradas de turma. Gaybi descobriu um ótimo modo de aprimorar sua leitura e interpretação, os gibis! Sim, ele se entupia de revistas da turma da Mônica, cuja coleção está zelada até hoje. Ele também lia as versões em espanhol e inglês, mas ele preferia espanhol. Quando teve a oportunidade de ler a "Turma do Penadinho", ficou fascinado por aqueles monstros de natureza amiga. E acredite se quiser, entre os oito e nove anos de idade, Gaybi se converteu ao Espiritismo sobre influência do Penadinho e da bem humorada Dona Morte. Chegou até a pesquisar sobre Chico Xavier, e refletir seriamente sobre comprar, ou não comprar um livro dele. Isso foi bastante importante para o seu desenvolvimento, pois desencadearam bastantes dúvidas e questionamentos, Gaybi simplesmente acabará de passar de um menino que só queria brincar e ler gibi, a um garoto sedento pelo conhecimento do universo. Com isso, acabou percebendo que os seus camaradas não iriam ajudá-lo a desvendar esses mistérios, com isso, ele acabou criando um amigo imaginário, chamado Dudu.
Juntos eles conversavam sobre tudo, desde a menina mais bonita até a origem do universo. Gostavam de trocar idéias alojadas em uma cabana de lençol, lendo um belo gibi do Zé Carioca, e se interrogando sobre o jeito certo de se pronunciar o nome de Nietzsche. Recordo-me que certo dia, Gaybi foi com sua mãe a igreja, e ficou lendo o gibi do Brasinha, aquele garoto era de arrasar. Aos dez anos, ficou bastante interessado em documentários, tinha fascínio por Einstein e por dinossauros. Resolveu que queria ser arqueólogo (e possivelmente morrer de fome). Queria estudar na UFPE, começou a criar e desenvolver sonhos. Gostava de Indiana Jones, e jogar em seu PS2. Quando ele via as fotos dos grandes cientista, sentia uma leveza, seu coração era tocado por uma inspiração colossal, estava decidido, queria ser feito eles!
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Era Um Ateu Em Campina Grande
Non-FictionBom, eu sou o Gaybi, e aí está a história da minha vida. Por favor, não leia, é constrangedor demais!