Capítulo 2 - Qualquer Outro Dia (PT. 1)

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Acordei ao som do despertador, criei animo para poder assistir a aula de Física, mesmo meu corpo estando sobre abstinência de sono, decidi que devo me ocupar com alguma coisa, alguma coisa que me cause distração, que me faça esquecer de tudo o que eu passei, mesmo que seja passageiro.

- Josh, meu filho. Venha comer, você vai se atrasar!

- Já desço, só um momento - ainda estava na cama deitado, não havia criado coragem para poder levantar da cama.

Finalmente, criei coragem, cobri meus pés com uma coisa extraordinária, com certeza, uma das melhores invenções já pensadas e executadas, às pantufas. E fui arrastando os pés no chão, em direção ao banheiro, está a me sentindo cansado, com frio e com 0% de disposição para hoje.

Chegando perto do banheiro, abro a porta, abaixo minhas calças e miro em direção ao buraco do vaso sanitário, a ponto de acertar o alvo. Acho que todo homem já fez isso, ou deve fazer, quando conseguimos acertar o alvo, é como se fosse ganhar na loteria. Mas quando erramos, é, fica por si só.

Quando acabo, meu esforçado trabalho em acertar incessantemente o alvo, volto para o quarto e começo a me trocar. Realmente não sei que calça vou para a escola, e se eu devo ir de pólo ou gola v, isso nunca foi um problema para mim, quando eu tinha Amanda do meu lado.
Em um piscar de olhos, eu já me vi, abatido e sentado ao chão, a ponto de começar a chorar. Quando eu ouço a porta do quarto se abrindo.

- Josh? O que houve? - olhei para ela, e fiz um sinal com a cabeça de que não estava acontecendo nada.

E realmente não aconteceu nada, só era algo momentâneo, eu acho que é isso. Eu me levanto e termino de me arrumar e logo desço acompanhado de minha mãe.
Descendo as escadas eu me viro para ela

- Nossa, que cheiro bom, são panquecas? - minha mãe sabe como me agradar, ela sabe meu amor infinito por panquecas de chocolate.

- Sim, eu decidi que esse novo dia, não deve passar abatido. Eu te amo muito meu amor, quero que sempre saiba disso.

Eu a abracei e dei um beijo na sua testa. E fomos direto para a cozinha, onde ela puxou uma cadeira para mim sentar, e logo já me trouxe uma xícara para beber café.

Não comi muito, mas forrei o estômago, não estava com muito tempo para saborear as maravilhosas panquecas da minha mãe, e quando me vi, já estava tirando o carro da garagem e partindo em direção a Faculdade, quando estava quase com o carro totalmente fora da garagem, acenei e mandei beijos para minha mãe que imediatamente retribuiu.

Ao seguir o caminho da Faculdade, fui vendo a cidade que a muito tempo eu não via, parecia coisa nova, um novo mundo, tudo colorido, alegre, vibrante. Com a sede do momento, abaixei os vidros e senti o vento gelado entrando no carro, o sol se aquecendo aos poucos, e liguei o som e fui curtindo e cantando, no maior alto astral.

Me senti feliz por ter feito isso, acho que era isso que estava faltando em mim, no meu ser, na minha alma, alguma coisa que me alegrasse, que me ajudasse a superar tudo isso que estava acontecendo dentro de mim, alguma coisa que me conforte e me tire essa dor momentânea quando eu penso na Amanda.

Virando a rua 2, entrando com o carro em território acadêmico, freio bruscamente o carro ao ver um cara correndo, o sol estava refletindo no vidro, fazendo com que eu não veja nada, com a freiada, meu corpo foi totalmente para a frente, por pouco não bato com a cabeça no vidro do carro.

- Porra. Merda. O que eu fiz? - na hora eu estava sem reação e no impulso fiquei nervoso e xinguei.
Sai correndo do carro me direção ao moço que estava na frente do carro caído. Neste momento o pavilhão central já estava cheio de curiosos.

- Meu Deus, você está bem? - perguntei para o moço, caído no chão, mais consciente.

- Sim, me ajude a levantar - não sabia se eu o ajudava ou se eu o mantinha no lugar imóvel até que chegasse o SAMU, mas por via das dúvidas, o ajudei e o levei para a enfermaria da Faculdade.

- Se apóie em mim - disse para ele. Antes não havia reparado no cara, ele tinha um bom semblante, era bonito, atraente, bem apresentável, aparentava ter em torno de 25 anos, moreno, cabelo preto, barba bem feita, desenhada, um corpo que causa inveja a todo homem que não pratica esportes, no meu caso. Seu sorriso era encantador, sua beleza macia como as nuvens.

- Sim, só um momento - disse já o tirando do carro e colocando sua mão em volta do meu ombro.

- Sandra! Sandra! Sandra! - gritei a enfermeira que estava de plantão no pavilhão. Imediatamente ele veio apavorada.

- Calma menino. Oh meu Deus, o que houve? Caralho. Sente-se aqui na sala.
Sandra estava realmente apavorada, mas não era para muito, ele só havia obtido alguns arranhões e um ou dois cortes, e uma leve torção no calcanhar.

Sandra, viu que eu estava apavorado igual a ela, só que em uma escala totalmente menor da que podíamos colocar em jogo. Expliquei para ela ocorrido. Ela me disse que iria fazer uma limpeza nos cortes e colocar curativos, e que depois era pra mim o levar para o pronto socorro para fazer algumas radiografias do calcanhar.

Esperei do lado de fora da sala, em alguns bancos que estavam dispostos no corredor. Os bancos eram de plástico, um plástico bem resistente, que quase aguentaria um elefante, ele era ornamentado, se parecia com as cadeiras luxuosas de Bauhaus, decidi sentar no primeiro lugar, a ponto de ouvir o que estavam conversando lá dentro.

- Carai que banco gelado mano. - disse em voz baixa, para que eles não escutem e que eu escute do outro lado da porta.

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