P.O.V Charlie
6 de setembro de 2018, New York, New York.
Já se passavam das duas da manhã quando nós finalmente saímos dos estúdios de filmagem do programa. Tanto eu, quanto os meninos, tínhamos acordado cedo para virmos até New York e passamos toda a manhã, e boa parte da tarde, fazendo entrevistas para a divulgação do novo CD. E apesar do dia corrido consegui marcar um horário com um tatuador renomado do qual eu vinha acompanhando o trabalho desde que me surgiu a ideia de fazer a minha tatuagem.
— Meninos, o nosso voo sai as oito da manhã, então por favor não fiquem acordados até muito tarde — a Sue, nossa empresaria e agente, diz, implora, assim que o nosso carro para na frente do hotel.
Apesar de ser super tarde a frente do hotel está tomada por adolescentes, com todo o carinho que tenho pelas minhas fãs, malucas, serio, só assim pra ficarem a essa hora nesse frio. Por conta disso ficamos esperando no carro até os seguranças conseguirem chegar até nós.
— Eu daria tudo para poder estar na minha cama bem quentinha — o Ed comenta tomando um susto quando uma das fãs bate no vidro do carro.
— Menina, tá frio, vai botar uma roupa — o Antony fala apavorado mesmo sabendo que ela não vai ouvir.
— É em momentos como esse em que eu fico assutado — o Bryan fala jogado no banco do carro — Eu amo nossas fãs, mas elas estão piores que os zumbis de The Walking Dead.
Um grupo de seguranças enfim consegue passar pelas garotas e chegar no nosso carro, fazendo uma barreira humana para sairmos em segurança até o hotel. No caminho até lá dentro sorrimos e abanamos para as nossas fãs que gritam ainda mais, nos deixando quase surdos.
— Céus, que horror — Sue reclama assim que entramos no hotel, tentando arrumar os fios loiros que foram bagunçados pelas garotas — Quero todos vocês devidamente prontos as sete, e repito, não durmam tarde.
— Sim, mãe — Bryan brinca fazendo a mulher de 36 anos revirar os olhos.
— Vejo vocês amanhã de manhã — diz por fim dando um beijo na testa de cada um de nós.
Sue vai para o seu quarto e eu e os meninos vamos para o meu.
— Como se sente? — o Bryan pergunta para mim se jogando na minha cama — Está cada vez mais perto de reencontrar ela.
Uma única menção dela faz meu corpo inteiro tremer.
— O que me irrita é que estamos a menos de uma hora de avião de Green City, mas temos que voltar para Londres antes de irmos para lá de vez — respondo pegando a pomada de passar na tatuagem.
— Relaxa, daqui a poucos dias estaremos de volta para a nossa querida cidade e você enfim reencontrara a única rosa de seu jardim — o Ant fala também se jogando na minha cama.
— Vocês conseguem imaginar nós quatro estudando juntos? — o Ed pergunta jogado em uma poltrona.
Nós quatro somos de Green City, mas apenas eu e o Bryan estudávamos juntos. O Antony dava aula de violão para crianças doentes no hospital da cidade, uma vez o Dylan acabou quebrando o braço e eu fui junto para o hospital e lá o conheci e acabamos virando amigos. Já o Ed era vizinho da vó do Bryan, por isso ficaram amigos. Em determinado momento decidimos criar uma banda e o que era só uma brincadeira acabou dando super certo.
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Rose and Wood
Ficção AdolescenteA música é muitas vezes conhecida por juntar casais, mas e se por acaso ela fosse a culpada por separar dois jovens unidos desde antes mesmo nascerem? Rose Patterson e Charlie Mahogany nasceram juntos, cresceram juntos e prometiam viver juntos até o...