Capítulo 10

440 63 40
                                    

"Conheci o amor

Só de te olhar

Tava quase congelando

Você veio pra esquentar

Conheci o amor

E ele me fez ver

Que eu voei tempo demais

Deixa eu pousar em você"

Contramão - Gustavo Mioto


          Stefan estava feliz, por ver pouco a pouco que a Joana ganhava saúde e cor à medida que os dias iam passando, porém quanto mais saúde e consciência recobrava do que acontecia ao seu redor, mais lhe lançava a tipo de olhar do qual estava acostumado a correr desesperadamente.

Ela era linda, e qualquer homem que fosse não poderia ficar imune a uma declaração de amor como aquelas. Ela havia se colocado entre ele e uma arma era impossível ignorar isso e menos quando ela o olhava daquela maneira. Era inquietante, mas não de uma maneira ruim exatamente. No entanto não poderia incentiva-la.

Margot era teimosa e não se deixou convencer tão fácil. Não sabia onde estava com a cabeça quando achou que poderia, quanto mais tentava apagar aquele fogo mais ela parecia acende-lo o que terminou com ela o beijando da maneira mais inocente que já havia sido beijado.

Seus lábios eram macios e cheirosos, e sentiu toda a ternura que ela quis transmitir em com aquele simples selo e de fato, nunca havia sido beijado assim, nunca havia sentido seu coração enlouquecer com algo que parecia tão simples, tão...

Ela se afastou com as faces coradas, ele sequer havia tido tempo de fechar os olhos.

— É, eu sei. Também nunca beijei ninguém, mas aposto que sentiu alguma coisa – ela riu nervosa – aposto que começou a se apaixonar por mim.

Ela riu de novo, parecendo ficar mais nervosa a cada risada.

— Não foi nada de muito impressionante, aposto que já beijou um bocado de mulher bem mais experiente que eu, mas bonita que eu, hum mais baixa que eu, mas a maior diferença delas e eu é que eu amo o senhor.

Fechou os olhos e respirou fundo.

— Não deveria ter feito isso.

— Claro que devia, e se eu tiver outra oportunidade, vou fazer de novo.

Jesus, sabia que ela não tinha juízo, mas não acreditava que fosse tanto.

Não podia deixar que as coisas ficassem simplesmente assim, então a segurou atrás da nuca e devolveu o beijo. Mas não como ela, a beijou como sabia beijar nada inocente, e tentou se convencer de que era apenas para que ela tivesse uma lembrança melhor de seu primeiro beijo, é claro que não era. Ela apenas havia lhe dado uma boa desculpa para fazê-lo sem se sentir culpado.

Depois da surpresa, ela enlaçou os dedos em seus cabelos e não fugiu como deveria ter feito, se entregou completamente as vontades de seus lábios deixando que a conduzisse que a ensinasse. E quanto mais a beijava menos queria solta-la. Não havia nada de errado naquilo havia?

Havia.

A magia se quebrou quando ouviu a voz de um dos homens do lado de fora da barraca. Se os outros os flagrassem ali e uma situação tão comprometedora só serviria para que eles confirmassem as baboseiras que falavam pela suas costas e que agora por impulso havia tornado verdade. É claro eu ela havia contribuído, mas ele não era nenhum menino para se deixar levar. Qual era o seu problema afinal?

Margot de MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora