Prólogo

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Todos os dias era a mesma coisa. A mesma rotina chata. Mas era essa rotina que iria definir meu futuro.
Cursava psicologia na faculdade Adam Green III, não é muito popular, mas tem um ótimo ensino.

Era tarde, já era hora do toque de recolher. Eu havia me atrasado no caminho por conta de um protesto, estavam protestando pela morte de quarenta e oito mortos, todos em duas semanas. Desse jeito a cidade não iria mais existir.

Estava quase chegando em casa, mas fui interrompida por um barulho estranho vindo de um beco ao meu lado. Como sempre fui muito curiosa, resolvi ver oque estava acontecendo.

Quando adenterei o local, me deparei com uma cena terrível. Um garoto estava esquartejando uma mulher bem a minha frente. Ela já estava morta, mas aquele ato me assustava, e tudo só pareceu piorar quando ele olhou em minha direção.

Ele usava um moletom, cujo capuz tinha uma cor azul escura; uma calça jeans; botas; um óculos amarelo, e por fim, algo como uma máscara (não especificamente) que cobria sua boca.

Ele me encarou durante alguns segundos, segundos que me pareceram horas de pânico. Meu corpo não se movia, eu prendia até mesmo a respiração.

— Você tem três segundos para correr e se salvar. - ele disse, sua voz grossa invadiu meus ouvidos.

Porque a minha curiosidade tinha que ser tão grande?

— Um... - ele começou a contar.

Voltei a realidade e o olhei.

— Parece que não está me entendendo, se não correr eu vou matar você lentamente. Dois...

Assim que tive forças comecei a correr na direção da minha casa. Minhas pernas estavam falhas.

— Três. - ouvi sua voz próxima ao meu ouvido.

Não entendi como, eu corria bastante, mas ele não me seguia. Então fiquei na dúvida se sua voz estava próxima a mim ou se foi algum eco.

Olhei subitamente para trás. Nenhum sinal dele. Assim que voltei a olhar para frente, bati meu corpo em algo rígido, caindo assim no chão.

— Você é muito lenta, deveria se exercitar. - ouvi sua voz com um tom de sarcasmo.

Ele aproximou seu rosto do meu, não consegui dizer uma palavra. Meu corpo tremia e pedia que alguém visse aquela cena e chamasse a polícia.

— Se for matar-me, eu peço que seja rápido! - supliquei sentindo as lágrimas deslizarem lentamente pelas minhas bochechas.

— Não vai ser.

Depois disso, consegui enxergar apenas a escuridão, para depois apagar de vez.

Psicóloga {Ticci Toby}Onde histórias criam vida. Descubra agora