liberando perdão

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hoje a melancolia me carregou em seus braços, me embalou e cantou músicas para eu dormir. quando ouvi da sua voz que tudo tinha perdido o sentido eu fiquei um pouco mais angustiada. amanhã faz um ano e dói, ainda dói e doeu saber que você não queria mais ouvir falar de mim. ontem conversamos e você me perguntou se eu estava bem comigo mesma. eu queria tanto ainda ter intimidade contigo pra te dizer que eu estou mais perdida do que já estive em toda a minha vida, mas eu não tenho. eu queria tanto ter te dito que eu estou me sentindo sem valor e não tenho ninguém. eu queria tanto te dizer do meu dilema entre o profano e o sagrado, eu queria tanto te dizer que eu mudei demais. mas eu só te disse que estava tentando ficar boa.
ainda te machuca demais? ainda te destrói? não sinto mais aquela tristeza devastadora. não sinto vontade de morrer. conversar com você depois de cinco meses não me desequilibrou, mas me deu uma uma saudade com gosto das lágrimas que derramei por sua causa durante vários meses.
agora é diferente: não nos conhecemos. mas você guarda minha carta e eu guardo seu anel. sei que você não me disse tudo e eu também não. mas você me disse que não vai ter ninguém na sua vida como eu nunca mais e eu me senti especial como naquela noite em que você quase chorou porque eu tinha que ir embora.
é como você disse, depois de novembro tudo parou de fazer sentido. mas eu ainda te sinto nas músicas que melhoraram a minha vida no ano passado. eu ainda não assisto alguns filmes. eu não abro aquele baú. está longe de ser paixão, eu sei, acabou. mas desde o início eu te disse que seria irreversível tudo que você me proporcionou.
é sempre difícil dizer adeus, mas sua presença vai ser sempre constante em meu coração e nas palavras que não vou deixar de escrever.
obrigada, eu te disse. você sempre vai ser especial pra mim.
você também, foi sua resposta do outro lado.
adeus.

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