Prólogo

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Estado de espírito de Hinata: chocada ao vivo e em stereo.

Caiu sentada quando entrou no salão da festa que era realizada no salão da Kurama’s Bakery e se deparou com a diretora da escola de sua irmã, Tsunade Senju, apertando a bunda de um dos gogo-boys da empresa.

Ela não era a mulher mais respeitável da cidade? Como assim ela estava ali, adorando beber da vodka que Jiraya, o “galã quarentão” da firma, fazia escorrer por sua barriga?

Não, aquilo deveria ser um puta dum engano de seus olhos, não era possível que aquilo estava acontecendo.

Agradeceu por estar mascarada ali, ia ser horroroso ser reconhecida por aquele bando de mulheres prestigiadas e conhecidas, mesmo que aquela máscara estilo 50 tons de cinza não adiantava muito, mas era melhor que nada.

Como iria explicar a elas que trabalhava ali? Se bem que, já que elas estavam frequentando aquele lugar em plena “Noite das Mulheres”, elas não poderiam lhe julgar, poderiam?

Sabia que talvez sim e por isso até tampou o nome em seu avental e saiu dali correndo assim que deixou o bolo com decoração de pirocas, com direito à uma central e maior escorrendo leite condensado em referência à algo que ela não queria mencionar, na mesa.

Escondeu o rosto no avental branco sujo de chocolate e voltou para a cozinha. Por mais que já estivesse enjoada de ver aquelas formas de bolo com formato de gosto duvidoso, ali era o melhor lugar para estar.

Lembrou dos cupcakes que havia deixado no forno e saiu correndo em direção à ele, respirando aliviada ao ver que não haviam queimado.

Tudo o que menos precisava naquele momento era dar prejuízo ao patrão. Tudo o que queria era poder esganá-lo por ter que decorar aqueles bolinhos tão fofos com pasta americana recortada em forma de pequenos e grandes lábios.

Quis morrer ao ter que produzir orifício por orifício daquelas bocetas comestíveis – não da forma que costumavam comer e sim comestível de comida. –, que seriam levadas para alguma despedida de solteiro.

Já havia desistido de saber quem eram os destinatários das encomendas desde que Lee, um dos gogo-boys, fantasiado de anjo, levou uma fornada de mini rolas para um aniversário surpresa do prefeito da cidade. Não precisava saber que Gaara, seu amigo de infância, havia tido uma festa daquelas, mesmo sabendo que provavelmente quem havia sido a mente por trás do pedido era o irmão mais velho e assessor dele.

Negou com a cabeça, já era hora de entregar o pedido, mas se acabou de rir ao ler o bilhete da vez:

“Isso são bocetas e você deve comer. Acho que agora você entende o que é pra fazer na nossa lua de mel. Com amor e tesão, Sakura!”

Deixou de ser engraçado quando lembrou que a única Sakura da cidade era ninguém mais ninguém menos que uma de suas melhores amigas e quis morrer com a possibilidade dela saber que trabalhava ali.

Espera… Como assim havia decorado bucetas para Sasuke?

Lembrou a si mesma de não ir à despedida de solteira de sua amiga, no mês que se aproximava. Sakura era pior do que pensava.

Embalou os cupcakes e botou nas costas do motoboy que na hora saiu para a entrega. Nem parecia que aquela caixa fofinha com carinhas de raposa escondiam as guloseimas mais safadas de toda a região.

Exausta, acabou sentando com tudo na mesa da recepção. Era mais um típico dia em que odiava seu trabalho e se arrependia de não ter ouvido seu pai quando ele havia avisado que não conseguiria emprego decente cursando Gastronomia.

Mas, também, como ela ia imaginar que só encontraria vagas na confeitaria erótica de uma rede de sexy shop? Nem sabia que era isso o que havia ali naquele prédio com decoração tão fofinha.

Olhou para o teto e ficou ali inerte por mais alguns minutos até ouvir o toque incessante da campainha da cozinha.

Era um novo pedido e ela só quis morrer. Pra piorar, tinha bem especificado: pau de negão pé de mesa com no mínimo 25 cm com leite condensado escorrendo o suficiente para duas pessoas lamberem.

Só de imaginar o senhor Kawarama fazendo aquilo com alguém ela quis ser cega. Naruto precisava pagar um tratamento psicológico para si depois daquilo.

Lá foi ela mais uma vez confeitar outro bolo e fazer a tal pica de chocolate. Pelo menos seu trabalho era mais bonito que as últimas picas de carne que havia visto.

Era melhor parar de pensar na sua vida sexual desastrosa e entregar aquele que era o último pedido do dia.

Jogou longe o avental e, exausta, foi pra casa antes que Kiba, o atendente do sex shop ao lado da Confeitaria, viesse com mais uma piadinha de mal gosto.

Ao chegar em casa, por sorte seu pai ainda não havia chego do trabalho, mas, para piorar, observou com muito nojo sua irmã comer biscoitos mergulhados em leite condensado…

Nunca mais havia visto o confeito da mesmo forma desde que havia começado a trabalhar na Kurama's Bakery e era muito pior quando Hanabi lambia aquele fio escorrendo pelo dedo.

Saiu correndo para vomitar. Era pedir demais que um raio caísse por sobre sua cabeça?

Kurama's BakeryOnde histórias criam vida. Descubra agora