CLAWS • jikook

03 | mais uma vez em seus pensamentos.

Jimin

Me certifiquei de que Jungkook tinha caído no sono tranquilamente depois daquela confusão que, honestamente, tenho um pouco de dificuldade para processar as informações que vêm acontecendo de uma forma tão... bagunçada.

Por isso, não aguentei e tive que dar um apoio. Acho que Tzuyu não estava com cabeça para aquilo no momento, já que ele nem parecia querer cooperar com a gente... então, fiz ele dormir como um anjinho.

Já eu, há... nem preguei meus olhos ainda. Estou encolhido no sofá com uma xícara quente de café – quase me queimando – apoiada em meus joelhos.

Nem sei bem, só não consigo parar de pensar nas coisas que acontecem e isso me tira o sono. Coisas que nem eu sei explicar.

Pois é, agora eu estou morando com os Jeon. E não é que eles não sejam legais, porque de verdade eles são e eu já vim aqui várias vezes, mas eu sou quase como um guaxinim, invadindo a casa deles assim.

Ainda mais quando você tem que se recompor sozinho, não é algo tão fácil. Não é como se eu pudesse dar um surto aqui como se estivesse no próprio quarto, no meu antigo lar. Estou na casa de outra pessoa e não posso, mesmo que seja da minha melhor amiga.

E claro, do Jungkook...

Aquele garoto, com certeza estava escondendo algo de nós e não é difícil de imaginar pra mim. Supostamente alguém deve estar mexendo com ele no colégio, e não é algo que desejo a ninguém.

Queria poder ajudar, mas receio que Jungkook não goste tanto de mim.

Claro, eu sei que fico o encarando e tudo mais, mas faço sem perceber e não é a primeira vez que sou mal compreendido por causa disso. Eu só o acho quietinho, e tipo, você olha pra ele e se pergunta.

Hmmmm... o que será que ele está pensando?

Mas meus olhares curiosos devem ter saído pela culatra, porque eu só sou considerado mais esquisito ainda. Droga.

Como um gato, me senti curioso.

– Argh, cadê?

Hein?

Larguei minha bebida no mesmo momento que reparei que ele estava alí, bem na hora que eu estava refletindo sobre nossa relação esquisita.

– Falando no gato.

– O quê? – resmungou sem me olhar, soou até irritado.

Devia ser bem tarde e ele estava lá, futricando a cozinha atrás de algo pra comer. Talvez eu não seja bom em fazer as pessoas dormirem já que ele estava perambulando por aí.

– Ei, você tá acordado? – perguntei, para conferir.

Duh, ele podia ser sonâmbulo!

As orelhas peludinhas se mexeram, atentas ao que eu falava, mas ainda relaxadas, provavelmente por ser eu e não sua irmã mais velha.

Ah, ele estava todinho despenteado, até a cauda felpuda. Muuuuuuito gracinha.

– Claro que sim... – murmurou arrastado em meio ao sono. – Que tipo de pergunta é essa?

Acabei soltando uma risadinha nervosa, qualquer resposta era um risco já que ele devia estar mau humorado, louco pra me fazer sumir.