CLAWS • jikook

05 | conexões.

Mesmo estando preocupado com as consequências das minhas atitudes, Jimin não me deixava pensar muito nessas coisas. Não sei bem explicar o que ele fazia para que eu esquecesse meus problemas, mas ele conseguia me distrair com sua atmosfera relaxada. Aqueles dias passaram, literalmente voando, por causa dele.

E agora, me olhando em frente ao espelho, me preparando mentalmente pra voltar para a escola, percebo que não estou nadinha pronto.

Acho que vou desistir, fugir pela janela e fingir que nada aconteceu quando voltar para casa. Eles nem perceberiam meus sumiço, tenho plena certeza disso e...

– Jungkook, está pronto?

– Eu já disse que posso ir muito bem sozinho pra escola, noona... – resmungo, emburrado com essa decisão dela que honestamente me chateia. – Não vou arranhar ninguém, se é isso que está pensando.

Minha irmã me encarou feio da porta do meu quarto.

– Já conversamos sobre isso. Vamos descer.

Park passou pelo corredo e por míseros segundos, tive a esperança de que ele viria conosco, pra deixar o clima mais leve. Mas ele estava se preparando para ir numa entrevista de emprego, estava mais arrumado e bonitinho que o normal.

Era sua quarta entrevista essa semana. Me pergunto como três gerências olharam para ele e disseram não. Jimin me parece tão... apropriado.

Ainda bem que ninguém sabe o que eu penso e que meus pensamentos sobre Jimin ser bonito são totalmente confidenciais e somente eu sei disso.

Quanto mais tempo eu passo com Jimin, menos ele parece esquisito, ou ele transforma a esquisitisse em algo legal e isso é uma das coisas que mais adoro no hyung.

Não que eu já adore ele.

De qualquer forma, eu tive minha primeira oportunidade de retribuir um pouco das coisas que ele anda fazendo por mim ultimamente. Jimin não saiu do meu lado nesses dias de suspensão, então sabendo que, mesmo não demonstrando, ele devia estar uma pilha de nervos.

– Jimin, espera! – me apressei em alcança-lo no fim das escadas. Seus olhos se colocaram em mim e eu gelei. Nem me lembro o que eu ia dizer. – Com meus super sentidos felinos, consigo dizer tranquilamente que você vai se sair muito bem na sua entrevista, então não se pressione demais.

Jimin deu uma risada e seus olhos se fecharam. Nossa... se ele não conseguir, eu vou ficar muito perplexo.

– Obrigado, gatinho. Não fique nervoso também.

– Eu? Nervoso? Também?

– Nervoso para a escola e por mim. – caminhou até a porta. – Vamos ficar bem.

– Certo... – murmurei, mesmo Jimin não podendo ouvir já tendo saído de casa.

Juntei minhas forças, peguei minha mochila e saí correndo de casa enquanto Tzuyu estava no banheiro. Eu não iria me submeter a esse tipo de coisa e mesmo levando bronca depois,  é bem melhor que eu vá sozinho. Se me vissem com minha irmã me rondando, iam pensar que eu sou um descontrolado que precisa de supervisão, mas não foi isso que aconteceu aquele dia.