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A mulher acorda sentindo algo cutucar sua barriga. Leva suas mãos até ela e sente seu pequeno bebê dar leves chutes, fazendo a mulher sorrir boba com aquelo gesto.

Aquele era um dos momentos que desejava o marido ao seu lado, mas sabia da importância do mesmo na sociedade. Sentia orgulho do moreno.

Uma brisa leve e gelada entra pela janela aberta, assim como a luz quente do Sol. A morena dos olhos de rubi olharam para o lado de sua cama, onde seu marido deveria estar. Suspirou cansada. Mesmo tendo acabado de acordar, já sentia o cansaço de carregar aquela barriga de sete meses. A garotinha que habitava seu ventre a fazia passar por grandes apertos. Dores, enjoos e desejos considerados estranhos. Se lembra de quando acordou querendo uvas com sal. O Moreno que dormia consigo naquele dia quase teve um ataque de preocupação, quando em sua vida iria presenciar sua mulher comendo uvas salgadas?

Sorriu com suas lembranças. Não era todo dia que acordava com toda aquela preguiça e confessava que isso acabava com seu dia. Fechou os olhos tranquila, relaxando o máximo que conseguia. Pelo fato de estar com uma barriga meio grandinha, tinha sérias dificuldades para dormir, mas sempre tinha seu marido ao seu lado em todas as noites, facilitando seu descanso. Os braços daquele que amava parecia um analgésico, tanto para a mulher quanto para a bebê.

- Tsunade!- gritou se levantando deseperada e indo em direção ao banheiro.

Havia se esquecido do compromisso com sua amiga, que ontem mesmo havia lhe mandado uma carta a sua procura. De acordo com a loira, a humana ligada ao seu filho, na verdade era uma arcanjo e que não sabia de nada sobre seus "poderes".

Foi para fora de casa sentindo a brisa fria vindo em sua direção. Estavam próximos do outono. E em seu mundo, tudo começava a esfriar alguns dias antes das folhas ficarem amareladas e irem em direção ao chão.

Abriu suas grandes asas, fazendo impulso para começar a voar. Sabia que seu esposo não ficaria nem um pouco feliz ao descobrir que estava voando por aí. O homem havia se tornado um grande pai coruja, mesmo sem ter a pequena bebê em seus braços.

Sentia falta daquela sensação de liberdade. O vento batendo contra seu rosto era algo que a mulher amava com todas as suas forças. Observava a grande floresta abaixo de si, que passava rapidamente pelos seus olhos. Árvores verdes, negras, vermelhas e rosas. Todas estavam perdendo a cor.

Logo a morena avistou a grande mansão Uzumaki. Um lugar grande e luxuoso, feito totalmente de madeira e pedras brutas. Muitos amigos se reuniam ali, desde quando eram pequenos.

Pousou na grama, em frente à casa. Suas asas sumiram em suas costas. Colocou as mãos em sua barriga e andou a passos lentos para o portão, mas parou subitamente quando escutou gritos e gargalhadas vindas de trás do local. Deu a volta e foi para a área dos fundos, onde, além de um pequeno parque, haviam duas piscinas e uma parte coberta. Chegou no lugar e sorriu com a cena, há tempos aquela família não tinha momentos assim.

O loiro mais estava nadando na piscina maior, junto com outros garotos da sua idade. Algumas meninas estavam em volta de uma morena com grandes asas brancas.

"Achei a garota."

A mulher se dirigiu em direção da sua velha amiga, que a recebeu com um abraço apertado.

- Agradeço por ter vindo aqui. A menina mal conseguiu dormir a noite, por causa das asas.- A loira passou a mão na barriga da amiga, encantada com o que via.

- Eu a vi quando entrei, mas ela tem sorte. Sumir com as asas é o passo mais facil para o que ela ainda pode fazer.- Sorriu e foi cumprimentar o grisalho que estava sentado ao lado da Tsunade. - E como você está, Jiraya?

- Melhor impossível, querida!- o homem puxou uma cadeira para a gravida se sentar.- Como está o Assuma?

- Trabalhando. Como sempre.- Sussurrou a última parte.

- Ser um dos líderes da área militar não deve ser fácil.- O velho gargalhou com a mulher corada.- Sou um lobo. Tenho uma otima audição!- Deu sorriso que logo morreu e se transformou em tédio.- Mas isso não deixa de ser uma desvantagem em alguns momentos.- Sussurrou emburrado.

A loira se levanta e vai em direção do grupo de garotas que rodiavam a pobre menina, todas encantadas com suas novas asas.

- Deixem a Hinata em paz!- Pegou a morena pelo braço s tirando dali.- Essas garotas de hoje em dia!- Negou com a cabeça suspirando revoltada.

- Está tudo bem, Dona Tsunade?- A Hyuga tinha uma voz doce e calma, fazendo a mulher se acalmar de maneira instantânea. Aquela garota realmente era um anjo.

- Claro, querida.- Parou em frente à Kurenai, que logo se levantou para cumprimentar a menina.

- Me chamo Kurenai, também sou um arcanjo. Morei dez anos no Reino do céu, parte Leste, mas tive alguns problemas e tive que ir para o mundo dos humanos. É um prazer te conhecer.- A mulher estendeu a mão em direção da morena.

- Pra-Prazer. Me chamo Hinata.- Sorriu tímida e completamente corada. A grávida estava impressionada com a beleza da mais nova.

- Seu namorado parece ser bem possessivo, certo?- A de olhos vermelhos gargalhou ao sentir o olhar predador do lobo por estar perto de mais de sua namorada.

- Naruto?- Tombou a cabeça e olhou para a piscina, vendo o loira dar um sorriso aberto para a mesma.- São loucos por estar dentro da água nesse frio.- Sorriu tímida e voltou a encara a mais velha.

- Acredito que queira se livrar dessas asas, certo?- Ela acaricia sua barriga e vê a menina acenar com a cabeça.- Venha comigo. Essa parte, infelizmente, é um segredo entre nossa raça.

A mulher olhou para a loira, que soltou a mão da garota, deixando ela ir junto com sua amiga para dentro da casa.

- O que ela vai fazer com a minha anjinha?- Um voz grossa, junto com um cheiro amadeirado fez a mulher mais velha dar um pulo pelo susto.

- Sua peste loira!- Colocou a mão no coração olhando para o lobo ao seu lado, que não tirava os olhos da porta.- Ela vai tirar aquelas asas. Segredo dos arcanjos.- Suspirou e deu um tapa na testa do mais novo, mas ele continuou encarando a porta como se ela fosse sua presa.

- Por que "segredo"?- Um bico formou em seus lábios.- Não é como se fosse aparecer asas em mim, para mim usa-las.

- Você acha que eu sei o por que? Tenho cara de arcanjo?- Ela negou com a cabeça, enquanto escutava os resmungos do loiro.

- Eu sou seu filho! Deveria demonstrar mais amor por mim.- Cruzou os braços e logo apareceu um sorriso cafajeste em seu rosto.- Mamãe do meu coração!- Disse de forma manhosa.

- O que você vai...- A loira foi interrompida com o lobo a abraçando.- Você está molhado!- Gritou começando a bater no mais novo.

- É porque eu te amo muito vovó!- Ele sorriu largo e tirou a mulher do chão.

- Tinha tempo que você não me chamava assim- Sussurrou abraçando forte o menino.

- Você pode ser minha avó, mas cuidou de mim como uma mãe e faz pouco tempo que descobri a verdade.

-Minha Lua, Meu Sol-Onde histórias criam vida. Descubra agora