A casa da família Kate naquela manhã estava cheirando muito com o preparo do café de Clara. Embora o café não fosse um dos alimentos em sua lista alimentar, Nathaly acabou aparecendo na cozinha por conta do cheiro, que invadira o seu quarto e servindo como um despertador.
– Ué? Meu pai já foi trabalhar? Não estou o vendo aqui – disse Nathaly, avistando apenas sua mãe.
– Não, filha. Ele não foi ainda.
– Se ele não foi ainda, não me diga que...
– Não, Nathaly. Não é nada disso que você está pensando. Isso aí já passou – interrompeu-a. – Ele está no porão.
– Ah! Sim. – Ela já ficou mais tranquila. – Mas fazendo o que lá?
– Para ser honesta, não tenho ideia.
– Já trago as informações – saiu.
Chegando ao porão, Nathaly viu seu pai segurando duas pedras, parecendo observá-las. Em seu ponto de vista, eram dois minerais de mesma categoria. Reconhecendo aquelas pedras, ela começou a andar em volta bem devagar, demonstrando um comportamento defensivo.
– Pai? – chamou-o.
– Bom dia, filha – saudou-a. Ele percebeu seu andar cuidadoso. – Por que você está fazendo mistério em seu andar?
Ela apontou discretamente para as suas mãos, com uma cara parcialmente assustada.
– Ah! – riu – Tenho certeza que você está achando que são dois minerais. E acertou. Mas não se preocupe, porque eu realmente as trouxe para cá para fazer um pequeno teste com você.
– Bem, eu acho que já estou grandinha para receber castigo.
– Ai, Nathaly – sorriu. – Como eu poderia lhe machucar? Seria eu capaz de fazer tal coisa?
– Não sei... O senhor é meu pai, não?
– Sim. Mas qual seria o motivo para machucar você? – perguntou – Como bem disse, está bem grandinha para essas coisas; acredito em suas responsabilidades com uma moça.
– Bom...
– Posso contar com a sua colaboração, então?
– Pode... – permitiu, mas não muito confiante.
Nathaly já estava com medo em apenas saber que aquelas pedras estavam no porão, imagine quando seu pai a chamou para testá-la. Entretanto, ela resolveu confiar nele, mesmo ainda aderindo de um receio. Então, Steven deixou as pedras na mesa para pegar nas mãos da filha e abrir suas palmas. Feito isso, ele pegou os dois minerais e os pôs sobre as mãos dela; Nathaly truncava a cara devido ao auge de seu medo.
– Se não aguentar muito tempo, solte-os nessa mesa – orientou o pai. – Preciso me certificar de algo.
A filha balançou a cabeça, entendendo as orientações.
Uma de suas mãos começou a receber os efeitos nocivos da pedra. De forma rápida, suas veias começaram a estar visíveis, correndo para o braço; logo, houve o início de uma corrosão paulatina. As dores começaram a aparecer, fazendo Nathaly soltar aquela pedra imediatamente na mesa, e a pele de sua mão e braço voltou ao normal. A outra pedra nada provocou na outra mão.
– Impressionante – disse Steven.
– E bem doloroso, também – queixou-se Nathaly, segurando seu pulso da mão afetada.
– Não, não é pelo os sintomas apresentados. Fiquei abismado que não aconteceu nada com a outra mão, mesmo sendo o mesmo tipo de mineral – analisou. – Olha, esse mineral é da espécie Pirita. Das duas pedras, uma é modificada. E a modificada foi a que lhe fez mal.
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A Filha da Natureza - Volume 1
Ficção CientíficaSinopse: Nathaly Kate é uma bela jovem inglesa dos raros olhos verdes do século XX, que vive na industrial cidade e revolucionária Manchester com os seus pais Steven e Clara Kate, sendo um fruto milagroso após ela e sua mãe sobreviverem a uma intens...