Capítulo Cinco: O Cupido

280 58 1.1K
                                    


A casa da família Kate naquela manhã estava cheirando muito com o preparo do café de Clara. Embora o café não fosse um dos alimentos em sua lista alimentar, Nathaly acabou aparecendo na cozinha por conta do cheiro, que invadira o seu quarto e servindo como um despertador.

– Ué? Meu pai já foi trabalhar? Não estou o vendo aqui – disse Nathaly, avistando apenas sua mãe.

– Não, filha. Ele não foi ainda.

– Se ele não foi ainda, não me diga que...

– Não, Nathaly. Não é nada disso que você está pensando. Isso aí já passou – interrompeu-a. – Ele está no porão.

– Ah! Sim. – Ela já ficou mais tranquila. – Mas fazendo o que lá?

– Para ser honesta, não tenho ideia.

– Já trago as informações – saiu.

Chegando ao porão, Nathaly viu seu pai segurando duas pedras, parecendo observá-las. Em seu ponto de vista, eram dois minerais de mesma categoria. Reconhecendo aquelas pedras, ela começou a andar em volta bem devagar, demonstrando um comportamento defensivo.

– Pai? – chamou-o.

– Bom dia, filha – saudou-a. Ele percebeu seu andar cuidadoso. – Por que você está fazendo mistério em seu andar?

Ela apontou discretamente para as suas mãos, com uma cara parcialmente assustada.

– Ah! – riu – Tenho certeza que você está achando que são dois minerais. E acertou. Mas não se preocupe, porque eu realmente as trouxe para cá para fazer um pequeno teste com você.

– Bem, eu acho que já estou grandinha para receber castigo.

– Ai, Nathaly – sorriu. – Como eu poderia lhe machucar? Seria eu capaz de fazer tal coisa?

– Não sei... O senhor é meu pai, não?

– Sim. Mas qual seria o motivo para machucar você? – perguntou – Como bem disse, está bem grandinha para essas coisas; acredito em suas responsabilidades com uma moça.

– Bom...

– Posso contar com a sua colaboração, então?

– Pode... – permitiu, mas não muito confiante.

Nathaly já estava com medo em apenas saber que aquelas pedras estavam no porão, imagine quando seu pai a chamou para testá-la. Entretanto, ela resolveu confiar nele, mesmo ainda aderindo de um receio. Então, Steven deixou as pedras na mesa para pegar nas mãos da filha e abrir suas palmas. Feito isso, ele pegou os dois minerais e os pôs sobre as mãos dela; Nathaly truncava a cara devido ao auge de seu medo.

– Se não aguentar muito tempo, solte-os nessa mesa – orientou o pai. – Preciso me certificar de algo.

A filha balançou a cabeça, entendendo as orientações.

Uma de suas mãos começou a receber os efeitos nocivos da pedra. De forma rápida, suas veias começaram a estar visíveis, correndo para o braço; logo, houve o início de uma corrosão paulatina. As dores começaram a aparecer, fazendo Nathaly soltar aquela pedra imediatamente na mesa, e a pele de sua mão e braço voltou ao normal. A outra pedra nada provocou na outra mão.

– Impressionante – disse Steven.

– E bem doloroso, também – queixou-se Nathaly, segurando seu pulso da mão afetada.

– Não, não é pelo os sintomas apresentados. Fiquei abismado que não aconteceu nada com a outra mão, mesmo sendo o mesmo tipo de mineral – analisou. – Olha, esse mineral é da espécie Pirita. Das duas pedras, uma é modificada. E a modificada foi a que lhe fez mal.

A Filha da Natureza - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora