Sento em uma cadeira confortável. A luz amarelada no teto está apontada para o meu rosto. O que me faz lembrar a cadeira do consultório de algum dentista. Meus braços estão presos por cintas de couro, apertadas um pouco demais. As paredes pintadas de preto dão um impressão de imensidão a sala.
Uma porta se abre, não a mesma pela qual entrei, deixando uma luz Branca passar por ela. Mesmo assim, não é possível ver coisas além da cadeira dentro da sala. Passos suaves caminham em minha direção.
- Olá Sr. Williams. - Diz uma voz feminina. - Você deverá sentir só uma picadinha, mas me avise caso comece a dor.E um segundo depois meu braço estava irradiando em dor, como se cada veia dentro dele estivesse em chamas. Lembro de grita, me debater, xingar e cuspir em alguém. E então minha mente de apagou.
A dor martelava meu cérebro. Meus olhos lagrimevajam devido à forte luz apontada para meu rosto. Branca e intensa. Era como olhar para o sol em meio a um dia de céu limpo. O mundo ao meu redor girava de modo violento, fazendo meu estômago revirar. Vomitei algumas vezes, sujando o chão ao meu redor.
Não lembro o exato momento em que apaguei novamente. Nem o momento em que me levaram para outro lugar.
A dor não estava mais ali quando abri os olhos. Não havia mais nada de errado comigo. Me sentia novinho em folha. Quase capaz de correr uma maratona inteira.A enorme sala, em que me encontrava, estava repleta daqueles aparelhos de academia. Mas completamente vazia, exceto pela mulher que me encarava. Ela estava parada a alguns metros a minha frente. O cabelo escuro caindo em cachos pesados até abaixo dos ombros. Os olhos cor de amêndoa acompanhavam um largo sorriso que revela dentes extremamente brancos e alinhados. Os lábios preenchidos por um batom vermelho berrante. Ela usa um jaleco, tão branco quanto seus dentes. A camiseta branca está por dentro da saia preta, que cobre até metade de suas coxas. Em seus pés, botas pretas sobem até seus joelhos.
- Bem vindo novamente, Sr. Williams. - Ela se aproxima. E reconheço sua voz. - Meu nome é Valeria. E sou sua médica nos testes.
- O que era aquilo que você me deu? - Pergunto me ajeitando na cadeira.
- Um coquetel para eliminar qualquer tipo de vírus dentro do seu corpo. - Ela para. Apertando a prancheta contra seu corpo. - Pronto para os testes de resistência?
- Não. - Me levanto. - Mas acho que não tenho muitas opções.
- Bem, me acompanhe. - Diz ela me ignorando. - Aqui veremos o quanto o senhor aguentaria lá fora.Valeria para ao lado de uma esteira.
- Como vimos, o senhor é muito bom correndo. Vamos ver até quanto consegue correr para se manter vivo.Meu corpo doía quando acabei a série de treinos. Corrida, levantamento de peso, ser quase congelado em uma banheira repleta de água com gelo. Suar feito um louco dentro de uma câmara que fazia um dia quente parecer fichinha de se encarar. Ser jogado a longas distâncias. Esse até seria legal, se não fosse pelos colchões duros.
Valeria anotava alguma coisa em sua prancheta, sem olhar para mim.
- Acabamos? - Pergunto, me apoiando em uma pilastra.- Vejo você depois do almoço. - Valeria caminhou graciosamente para fora da sala, deixando-me sozinho.
- Odeio esse lugar. - Digo para mim mesmo.
Dois grandalhões surgiram cinco minutos depois e me acompanharam até o refeitório. Brandon estava lá, em pé, encarando a entrada. Seu rosto se iluminou ao me ver passar pelas portas.
- Você sobreviveu. - Diz ele de modo despreocupado.
- Por pouco. - O encaro. Então o sigo até a mesa no fim do refeitório. Olho ao redor procurando pela garota, Scarlet, mas ela não está aqui.
- Terminou todos os testes? - Pergunta Mathew assim que me sento.
- Segundo a Valeria, não. - Encaro o prato de macarronada. A massa parecendo crua, coberta com algo alaranjando e salsichas.
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ZumbiWitch
Science FictionNÃO ABRA ESTE LIVRO! Esqueça os apocalipses zumbis comuns. Sinta o cheiro da morte que preenche o ar desde mundo pós apocalíptico. Sinta o medo correr por suas veias enquanto corre para fugir dos zumbis. Esqueça os finais felizes que encontra nos...