Dramatical

Esse é quem eu sou

Adolescência :
Fase do desenvolvimento humano caracterizada pela passagem à juventude e que começa após a puberdade.
Momento de alguma coisa que se caracteriza pelo viço, pelo frescor; mocidade, juventude, calor, brasa, chama, fogo.

-Ser jovem é ver, viver, ser livre, sem responsabilidades, sabe? Sair quando tem que sair, e voltar quando quiser voltar. Errar, ter chances, chance de fazer tudo de novo, de recomeçar, juventude é tudo que todo mundo quer ter pra sempre!

-Adolescência é o período de aprender, pensar que conhece o mundo, quando eu sei que a gente não conhece, nem a metadinha dele. É fase onde vai constituir todo o resto da sua vida, a fase que temos que ser verdadeiros e cuidadosos com escolhas, mas ainda sim ter experiências!

-Pra mim ser adolescente é ficar a flor da pele; ou muito sensível, ou tá muito bravo, ou tá muito quieto, ou é muito agitado. Nunca tá bom, nunca acaba. Todo mundo tem um adolescente dentro de si, porque todo mundo faz besteira! Ser adolescente é fazer besteira!

Patrick

Lá estava eu, prestes a entrar no campo de batalha mais uma vez, mais uma vez defender a mim, somente a mim; campo de batalha que muitos conhecem como sala de jantar. Me sentei na cadeira fria na ponta da mesa, e meus rivais - meus pais - sentados cada um de um lado da mesa, esperando uma brecha pra poderem atacar.

-Tudo bem filho? -perguntou minha mãe, uma enfermeira cansada, mais do que correta, mais do que a perfeição, minha mãe gosta do tradicional, do de costume - Patrick, que cara é essa, filho? Parece que está tenso, você tem algo pra contar para nós? Talvez sobre seus relacionamentos...Com garotas ou... Com garotos? Eu mau tinha entrado e ela já tinha tocado no assunto que eu disse que não queria falar.

-É filho, tem algo te incomodando, não te vejo falante por um tempo já. E eu sei como você fala, eu acho que a gente poderia sair um dia desses pra jogar um "fut" pra te dar uma animada - e esse era meu pai, ocupado com trabalho. Policial. Quase não me via, mas nos jantares me chamava pra jogar um... "Fut"? Claro! Porquê não tem nada mais másculo e burro do que futebol. - o que você acha, filhão?

-Não, mãe, eu não tenho nada pra falar sobre meus relacionamentos, porque eu sei que eles não são o que você quer ouvir, e pai você sabe que eu não jogo futebol desde que eu tinha 6 anos quando o Tio Edward quebrou o joelho na minha frente. Eu sei que vocês querem que eu fale que eu mudei de ideia, mas esse é quem eu sou, e não se muda de ideia sobre você mesmo! - confesso que posso ter gritado um pouquinho - Então parem de tentar arrancar coisas de mim.

-Calma, meu filho - disse minha mãe, num tom quase irônico - se você não quer falar, não falaremos sobre isso, e não se deve gritar na mesa de jantar, muito menos quando se está com seus pais, eu já te disse isso, e você sabe que... Então entra Dayane, nossa empregada, interrompendo o sermão que provavelmente levaria uns 10 minutos ou mais.

-A Janta está pronta, Mrs.Hareton. Desculpe estou interrompendo algo? - ela sabia que estava, Dayane era meu refúgio, minha aliada. - Eu posso esperar para servir a janta...
-Não! Não precisa Dayane, não está interrompendo nada, pode servir a mesa.

Enquanto comíamos, um silêncio devastador tomou conta da sala, só se ouvia barulho de mastigações e talheres, e óbvio os olhares, aqueles olhares que pareciam que estavam esperando com que eu estivesse comendo feito um caminhoneiro, ou estivesse vendo fotos de mulheres nuas por de baixo da mesa.

-Então, como vai a escola? Têm conversado com o conselheiro? - disse minha mãe - Estamos pagando uma taxa extra para suas sessões serem maiores.

-Como se eu precisasse - disse num quase sussurro.

-O que você disse? - exclamou ela, cheia de raiva. Fiquei em silêncio, o silêncio é sempre melhor quando se trata dos meus pais, e eu aprendi isso da pior forma. Do dia em que me viram conversando com um garoto de uma forma quente, a primeira vez que me vi sendo eu mesmo.