A Garota do Túnel 🌼 EM REVISÃO

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Quando trouxe a mudança dois dias depois, não precisei contratar nenhuma pessoas para descarregar a mobília, porque meus amigos mesmo fizeram esse favor. Depois da conversa que tive com Safira, não atendi mais as ligações de Carlos e nem respondi suas mensagens. Nós não havíamos brigado nem nada, mas eu estava querendo passar uns dias sem ele para aceitar tudo que estava acontecendo. Quando meus amigos estavam fazendo o descarregamento, Carlos se aproximou e perguntou se podia ajudar.

- Não acho que seja uma boa idéia, sua noivinha pode não gostar - falei fitando minha frente, sem olhar para ele.

- Ela não estar por aqui, e não tem nenhum problema, pois tem outros caras ajudando, vou ser apenas mais um - falou ele

- Tá bom, você que sabe - falei e saí

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Na primeira semana ocorreu tudo bem. Não os vi passando de mãos dadas nem trocando carícias e nem beijos. Nem mesmo os tais selinhos. Sinceramente, eu estava surpresa, pois eles nem estavam agindo como um casal. Depois daquela foto, tudo voltou a ser como antes. Tem alguma coisa errada. Laura já me viu por aqui, mas espero que ela não saiba quem eu realmente sou, além de uma nova moradora.

Agora vejo Carlos todos os dias. Safira já voltou de viagem, então vamos muito à praia. Pensei que seria maravilhoso ver Carlos todos os dias, mas não estar sendo tão bom como imaginei. Pois estamos tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Ficamos à poucos metros de distância um do outro, mas não podemos nos falar, nos tocar, nem fazer nada que faça alguém desconfiar. Temos que agir como se estivéssemos nos conhecendo agora. Não posso abraçá-lo, nem beijá-lo. Nem ao menos dizer que o amo. Estamos ali, frente a frente, mas só nos comunicamos por mensagens. O engraçado disso é que, quando ele diz algo do típico dele, eu o olho e sorrio para ele, ou então faço cara de brava, dependendo do que estamos conversando. Nem precisamos mais usar emojis haha.

Nos primeiros dias não, mas na segunda semana passamos a nos encontrar mais. A gente aproveitava o horário de trabalho de Laura para sairmos juntos, matar o que estava nos matando : A saudade. Mas fazendo o possível para não transparecer nada para ninguém. Mesmo que as vezes tenho a impressão de que todos sabem devido aos olhares. Mas Carlos diz que é porque estou me sentindo pressionada e que logo isso irá passar. Disse que me olham muito porque sou nova por aqui.

Agora que moro aqui, me reaproximei de uma outra amiga que conheço ao mesmo tempo de Safira, a Andressa. Mas ela não sabe de Carlos e eu. E nem pode saber, pois ela tem uma amizadizinha com Laura. Já Safira, sabe de tudo entre nós dois, sabe de toda nossa história. Ela é aquele tipo de amiga que você sabe que pode confiar até mesmo quando estão brigadas. E ela não me critica por eu estar me relacionando com um cara comprometido. Ela me compreende. E ela entende que não podemos escolher a quem amar. Simplesmente aconteceu.

Safira já viu algumas conversas minhas com Carlos pelo celular e ela sempre afirmou que ele me ama. Disse que talvez seja realmente tudo verdade o que ele diz, que ele pode sim estar sendo sincero comigo. Ela diz que ele deve ter os motivos dele para não abrir mão de Laura, mas que ele gosta sim de mim.

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Não vou negar que sou uma mulher insegura. Em todos os meus outros relacionamentos sempre fui segura do que eu queria e de quem eu era. Mas com Carlos, não. Eu temo que tudo se acerte entre Laura e ele. Pois se isso acontecer, nosso romance vai por água abaixo. Pois dez anos é uma vida e, se eu e Carlos já temos muito o que contar no pouco tempo em que estamos juntos, imagina nos dez anos que ele estar com Laura.

Eu não sei em que ritmo nosso caso vai andar devido a nossa proximidade. Mas eu espero que nada e nem ninguém estrague o que estamos vivendo e nem mude o que sentimos um pelo outro.