Yatori

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– Hiyori, vai doer mais em mim do que em você. – disse, virando meu rosto para não ter que encará-la.

Ela era forte, mas estava chorando. Yukine gritava ao meu lado, dizendo o quanto eu era idiota e que era para parar com esta palhaçada. Ele estava certo, eu era um idiota. Eu deixei as coisas ficarem nesse nível. Ontem, Iki Hiyori se machucou e quase perdeu seu corpo por descuido meu. Se ao menos ela não me enchegasse, nada de mal a aconteceria.

– Yato! Eu já te disse isso antes. Não quero esquecer você – Corou, limpou suas lágrimas. – Nem do Yukine. Nem de Kofuku. De ninguém.

– Desculpe, Hiyori. Será para seu bem. Você viverá feliz, sendo uma adolescente normal que não vira meio fantasma. Terá mais tempo com suas amigas e não terá dois estranhos a sua cola. 

Eu não sou masoquista. Não gosto de pensar em um mundo sem o sorriso da Hiyori. Mas o tempo que eu só pensava em mim está para terminar. Isso já não se trata mais do que eu quero, e sim do que é necessário. Eu permiti que Hiyori entrasse no lugar que eu mas temia. Quando percebi, ela já tinha invadido meu coração. Isso ficou claro na minha luta contra Rabou. Porém, eu omiti isso. Eu amo Iki Hiyori. Por isso, ela tem que me esquecer.

– Sabe – Segurou meu moletom com força. –, você não pode me privar da minha felicidade. E não, não serei feliz do jeito que você imagina. Se for embora, levará mais do que minha felicidade junto com você. – Tombou sua cabeça no meu peito.

– Hiyori, não torne isso mais doloroso.

Apertei os ombros magros dela. Mesmo sem pensar, a sua aproximação fazia com que eu não quisesse mais voltá-la. 

– Yato, se eu significou algo pra você. Não me deixe.

Fiquei em silêncio.

– QUER SABER? PODE FAZER ISSO! EU VOU TE ENCONTRAR NOVAMENT--

Seu rosto ligeiramente inchado e rosado, dentes rangendo de raiva, suas pequenas mãos me agredindo. Ela era adorável. Minha mente estava inerte, meus olhos se concentraram naquele ser à minha frentes. E então: a beijei. As minhas vontades mais profundas controlavam meu corpo. Achei que ela iria chutar meu precioso, mas diferente disso, quando nos separamos; simplesmente sorriu.

– Você aceita viver o resto de sua curta vida em perigo constante por Akayashis e frutos das minhas ações retardadas? – Coloquei minhas mãos na sua cintura. 

– Sim. – Passou seus braços pelo meu pescoço.

– Você aceita virar uma meia fantasma pelo resto da vida? 

– Aceito! – Colamos nossos narizes.

– Aceita o meu amor?

– Acei... O QUÊ?

Rimos e nos beijamos mais uma vez.

– Aishiteru, Yato. – Abraçou-me.

Pléc.

Olhamos para o lado e Yukine estava tirando foto de nós. 

– YUKINE! – Gritamos.

Esqueça-meOnde histórias criam vida. Descubra agora