Capítulo 1

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Hoje era o dia, era o meu dia. O dia em que ia começar um novo capitulo da minha vida, finalmente tinha conseguido entrar para a universidade que sempre quis e só espero conseguir obter os meus sonhos. Suor e luto é do que irei precisar.

Levantei-me da minha cama, ontem à noite resolvi deitar-me nela eram 19:30, queria aproveitar ao máximo o tempo que não me deitarei aqui. Então levantei-me e fui tratar da minha higiene pessoal. Desci as escadas e o cheiro a panquecas já despertava o alerta no meu estomago, adoro as famosas panquecas da minha mãe.

" Bom dia " disse ao mesmo tempo que me sentava na cadeira ao lado do meu irmão.

"Estás pronta? Hoje é o grande dia!" a minha mãe falou muito entusiasmada enquanto dava uma trincadela na sua panqueca.

"Eu ainda não gosto muito da ideia de te ter fora da minha vista. "

"Pai, é o que eu quero e eu já tenho 18 anos. Tenho que lutar pelo meu futuro, e se cheguei até onde estou foi por ter estudado imenso e ter conseguido entrado. É uma oportunidade que não posso por nada neste mundo, desperdiçar!" sempre a mesma conversa. A ideia de ir para outro país nunca lhe agradou muito, especialmente sem eles. Óbvio que já viajamos, mas somente por cá. Por França. Nunca saí daqui e com toda esta conversa, fico com o pé atrás. Mas é o que eu quero e tenho de o fazer por mim. Um dia irei fazê-los orgulhosos.

O pequeno tempo que parecia horas passaram e num piscar de olhos já estava no aeroporto pronta para me despedir da minha família.

"Vou ter saudades tuas, macaca." o meu irmão abraça-me e sinto as lágrimas ameaçarem os meus olhos.

"E eu tuas, Ili." não o quero largar. Uma das coisas que mais me vai fazer falta vai ser as palhaçadas com o meu irmão. A maneira que ele me protegia e das nossas discussões.

"A minha menina." os meus pais disseram ao mesmo tempo que me puxavam para o abraço mais apertado de sempre.

" Não, não, não, acalma-te." pensei para mim mas tarde demais. As minhas bochechas já estavam encharcadas de lagrimas. Eram as minhas e as da minha mãe. O meu olhar levantou-se e as mesmas ameaçariam os olhos azuis esmeralda do meu pai mas eu sei que ele orgulhoso como é, não ira chorar à nossa frente. Das poucas vezes que já o vi a chorar foi de relanço e foi somente quando o meu avô faleceu há vai fazer 2 anos.

"Ultimo aviso para o voo F-938-92XSW em direção a Londres na porta 1. Por favor dirigir antes das 11:40."

"Está na hora." falei da forma mais confiante que poderia tentar mostrar pois não queria que eles se preocupassem com alguma coisa.

Demos um ultimo abraço em família e segui o meu caminho até a porta numero 1 assim como a senhora que teria falado ao microfone, disse.

Estava tao interessada na minha musica e nas pessoas que passavam que nem prestei atenção onde calcava até que...

"Auch!" passei por cima de uma mala de viagem que estaria no meio de caminho, abandonada.

"Que falta de responsabilidade deixar a mala aqui sozinha. Seri bem feita se alguém pegasse nela e fosse embora." murmurei super chateada pois tinha me acabado de magoar na cabeça e nas costas. Mas como dizem, não passei do chão.

"A mala não foi abandonada e para a próxima tem mais cuidado, miúda." uma voz forte, escura mas ao mesmo tempo bonito fez-se soar por de trás da minha silhueta.

"Bem, se ela estava sozinha sem ninguém por perto de certo que todos que passaram por ela devem ter tido o mesmo pensamento que eu mas apenas guardaram para eles pois não caíram." levanto-me do chão e consigo reparar perfeitamente na cara do rapaz. Diria que tem uns 22 anos. Segui o meu caminho sem deixar que o rapaz acabasse por dar uma resposta mesmo assim. Hoje é o meu dia e agradecia que ninguém me o estragasse.

A viagem não foi muito cansativa nem comprimida mas finalmente cheguei e estou à frente do edifício mais bonito neste momento.

Entrei e isto era muito grande, enorme até, aposto que me vou perder umas 100 vezes numa semana.

"Boa tarde, o meu nome é Felicité Dawson e inscrevi-me para o curso de humanidades." o meu olhar percorreu o rosto da senhora que estaria por detrás do computador.

"Um minuto." levantou-se e fui até um armário completamente cheio de ficheiros e caixas com itens lá dentro, foi o que me pareceu. A mão dela retirou de uma dessas caixas uma chave e oh meu deus não acredito que é a minha!!!

"Aqui está. Mas antes demais, ocorreu um pequeno problema com os quartos. Como deve de saber nas universidades é normal haver quartos mistos e a menina foi uma das que ficou com um. " eu não acredito no que estaria a ouvir. Tudo bem que é normal e eu sempre soube da existência deles mas nunca pensei que iria me calhar um quarto misto.

"Ahm, então um quarto com um rapaz que não conheço? Tipo... desconhecido?" tenho de me acalmar, não posso mostrar que estou em choque, mas a verdade é que estou e não há maneira de conseguir esconder um sentimento desses.

"Exatamente. Algum problema?"

"Não não, muito obrigada."

"O quarto é o C-14."

Agradeço pela ultima vez e dirijo-me ao meu quarto misto. Eu não acredito nisto, se o meu pai soubesse desta barbaridade ele iria se passar e não me deixaria ficar cá. Os corredores são comprimidos e brancos, mas um branco sujo e madeira.

"C-14, C-14, C-14..." murmuro enquanto olho para o numero das portas. Isto é mais difícil do que eu pensei.

" Precisas de ajuda? "

"Oh olá, bem eu penso que sim.. " gargalho um pouco envergonhada logo a seguir a ouvir um rapaz que apareceu do nada.

"Sou o Louis e tu? "

"Felicité, prazer em conhecer-te Louis! E muito obrigada por me estares ajudar, acho que nunca iria chegar ao quarto. "

"Claro bonita, não há problema nenhum. Qual é o numero? "

"C-14. "

"Ahm, sim.. Como é que sabes? "

"O meu melhor amigo também está lá. "

"A sério? Ele é simpático?"

"Para mim sim. Aqui estamos." olhei para a porta e a seguir para o Louis, uau, tem uns olhos bastante bonitos. Mas será que o meu companheiro estaria do outro lado da porta?"

"Ele não está." Será que ele leu-me os pensamentos?

"Bem, obrigada mais uma vez Louis. Acho que sabes perfeitamente onde me encontrar assim que precises de algo! Fico te a dever uma. " rio-me com ele enquanto abro já um pouco da porta.

"Não me vou esquecer, Felicité." foi a ultima coisa que ele disse antes de ir embora e assim entrei para a minha nova casa.

Paredes brancas e armários de madeira mas bonita. Então lentamente começo a explorar esta minha nova casa, a cor das paredes agradou-me bastante. Branco é a minha cor preferida. Deixei o quarto para ultimo então assim que a minha pequena visita acabou, fui matar a curiosidade. Ainda estava vazio, sem roupas, sem malas, sem nada o que é um máximo pois assim posso escolher a cama.

Experimentei o colchão da cama esquerda e assim que a minha cabeça pousou na almofada, senti algo duro debaixo dela. O que será? Levantei a almofada e era um pequeno retrato de uma mulher com um bebé. Será que este é o meu companheiro?

"Nunca te ensinaram a não mexer nas coisas dos outros?"

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Espero que tenham gostado do primeiro capítulo, anjinhos! Não se esqueçam de deixar voto e claro comentar, ajudaria-me bastante!  É tudo, beijinhos e até o próximo capítulo ♡

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