Capítulo 01 (Revisado)

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P.o.v Cortez

Cedo ou tarde é necessário sentar e pensar com calma, tanto nas coisas boas quanto nas merdas que fizemos no decorrer dos anos, para alguns esse momento chega mais cedo do que para outros.

Permito que meu subconsciente relembre tudo de ruim que já fiz, repensar todas a decisões que tomei, não que isso vá mudar algo, até porque a maioria das decisões que tomei não há como reverter. Infelizmente isso não muda o fato de que diariamente eu penso a mesma coisa, não há um só dia, que eu não pense em tudo que fiz, há exatamente um mês, pensar e tudo o que faço.

Talvez todo esse discurso passe a ideia de que estou prestes a morrer, pelo contrário eu estou vivo é infelizmente preso, é tenho certeza que a minha sentença não vai ser pequena.

Eu até cogitaria a idéia de cumprir minha sentença se não fosse o Barão de uma organização criminosa, é responsável por uma infindável lista de assasinatos e crimes de todo um cartel.

O famoso Cartel Cortez, o maior cartel de toda a América Latina.

E eu, Ruan Pablo Cortez, sou filho do maior chefe de cartel que já existiu em toda a América.
Quando meu pai é antigo chefe do cartel morreu, como o mais velho dos dois filhos, por direito era o próximo na linha de sucessão, coube a mim, assumir o comando.

Na época com apenas 26 anos, curtia a vida pilotando carros de corrida e sempre tive conhecimento de onde vinha o dinheiro que comprava meus carros, e para ser sincero, jamais me incomodei!
Estava prestes a ser um profissional no ramo da corrida, mas o desgraçado do velho inventou de morrer, e foi uma morte tão patética quanto
ele — infarto fulminante — mas ilusão minha foi pensar que minha vida não seria afetada diretamente por sua morte.

No início foi uma merda.

O cartel estava dividido, de um lado, os tradicionalista que insistiam que eu assumisse o comando já que era o próximo na linhagem de sucessão.
Do lado oposto, tínhamos os apoiadores de um dos associados do cartel, sócio esse que chefiava o cartel chileno. Uns dois anos antes de morrer meu pai havia feito um tratado entre os cartéis, um colaborava com o outro. E assim fui obrigado a lidar com o bando de urubus, que estavam loucos para assumir o que era meu por direito, alegando que eu não estava preparado para o tamanho da responsabilidade que vinha com o cargo de Barão do Cartel, e dessa forma insistiam para que eu passasse o comando para Gutierrez, mas conhecido como Chileno.

Mas eu fiz questão de mostrar para cada um deles o quanto estava preparado para assumir o cartel, agora, todos os urubus que tentaram me passar a perna estão fazendo companhia para aquele velho desgraçado que era meu pai, todos queimando no fogo do inferno.

Logo que assumi a liderança coloquei Ravier como meu braço direito, não seria idiota de confiar em algum dos porcos que serviram durante o comando do meu pai.

Já Ravier e totalmente digno da minha confiança, sendo meu irmão tenho total confiança nele, até porque ele nunca me deu motivos para o contrário. Assim que Ravier assumiu o cargo de sub-chefe com 20 anos, não teve dificuldades de se adaptar a vida que levaria, admito que talvez ele tenha se adaptado rápido demais para falar a verdade.

Durante os seis anos no comando do cartel, nunca havia sido preso, mas a um mês atrás fui pego em Miami no meio de uma festinha particular. O FBI invadiu a casa e não pensou duas vezes antes de me prender, nunca perderiam a oportunidade de prender o maior traficante da América latina, eles esperavam por isso a anos, não tiveram a oportunidade de encarcerar meu pai, mas se assegurariam de fazer isso com o filho e atual chefe do cartel.

Fui levado pelo FBI, é em questão de dias transferido para um presídio de segurança “máxima” em Milwaukee. Segundo informações de fontes seguras, eu permaneceria no presídio de Milwaukee por um mês até me transferirem para outro presídio de segurança máxima mais bem monitorado, em St.Louis.

De acordo com o calendário montado rusticamente na parede, 30 dias já tinham se passado desde minha prisão, e é provável que amanhã seja a minha tão esperada transferência para o presídio de St.Louis.

Logicamente uma fuga havia sido planejada para o dia de minha transferência, afinal, não está e nunca estará em meus planos passar o resto de meus dias enfurnado em uma cela abafada que fede a esgoto.

Como vou sair daqui? Posso garantir que em grande estilo, afinal eu sou Ruan Pablo Cortez, mais conhecido como El Barón é chefe do maior cartel de drogas e armas de toda a América latina.

El Barón - CARTEL CORTEZOnde histórias criam vida. Descubra agora