Capítulo 04 (Revisado)

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Enquanto quebro a cabeça tentando encontrar uma forma de me livrar de mais esse problema, o balconista gagueja palavras desconexas em uma tentativa falha de mudar a opinião do desconhecido armado, o coitado está se borrando e não faz nem questão de disfarçar.

- Minha paciência está se esgotando, a gatinha poderia me acompanhar? - O sorriso cínico e o apelido patetico me irritam profundamente o que faz com que eu o fuzile com o olhar, é mesmo sem querer eu o analiso.

Seus olhos são de um castanho escuro e misteriosos carregado de ironia, a postura tranquila e altiva como se soubesse exatamente o que faz me intriga a ponto de acender uma fagulha de curiosidade em mim, o homem transmite uma confiança esmagadora, não existe uma centelha de insegura em seus movimentos.

Sou flagrada o observando e imediatamente meu olhar e retribuido com a mesma intensidade o que me causa uma onda de insegura, a impressão que tenho é que seus olhos são capazes de enxergar através da minha alma, a possibilidade idiota provoca um arrepio que se espalha por meu corpo.

- Vamos - O desconhecido interrompe a troca de olhares e caminha até mim, meu braço e agarrado força mas não o suficiente para causar danos enquanto sou arrastada até a porta de saída da conveniência.

Antes de sairmos totalmente da loja, o desconhecido para de abruptamente fazendo com que eu tropece é subitamente se vira atirando na testa do balconista o que faz com que o sangue respingue em nossa direção.

O líquido carmim em meu rosto faz com que meu estômago embrulhe, antes que eu leve a mão ao rosto na tentativa de limpar o sangue ele voltar a andar no mesmo ritmo de antes, seus passos apressados fazem com que eu  tropece na tentativa de acompanhar seu ritmo.

Extremamente irritada com a situação puxo meu braço na esperança de me soltar do aperto, mesmo assim ele não suaviza e exerce mais um pouco de força sobre o local o que vai me deixar uma bela marcar roxa.

Solto um grunhido de irritação.

- Seria possível vossa senhoria soltar meu braço e me deixar andar sem parecer um cavalo trotando atrás de você? -  sou solenemente ignorada pelo desconhecido que continua a andar em passos largos como se não estivesse me arrastando.

- Olha moço, por favor tem como me soltar?  - resmungo de forma educada na esperança que ele me solte.

Sei que nessas situações deveria estar calada ao invés de estar tagarelando e correndo um sério risco de o deixar irritado ja que o homem parece se irritar com muita facilidade mas eu simplesmente não consigo, toda essa situação me deixa extremamente irritada, estou com fome, cansada e ainda me aparece esse idiota com a idéia grotesca de me sequestrar.

- Cale a maldita boca - Ele rosna na minha direção, enquanto presiona o cano da arma em minha barriga.

O cano frio da pistola colocado contra minha pele faz com que um arrepio suba por minha espinha.

Paramos em frente a um Bugatti preto que de acordo com meu conhecimento básico sobre carros é potente e veloz, cogitar a possibilidade de andar em um carro desses me dá calafrios, pode não parecer mas fiquei um pouco traumatizada com a morte de minha irmã os poucos momentos que tivemos de união foram ótimos, querendo ou não eu senti profundamente a morte de Anne, e eu não desejo ter o mesmo fim que ela.

Antes que tenha oportunidade de expressar meu descontentamento com o veículo, sou jogada de forma rude no banco de passageiro com meu braço esquerdo preso a porta que e fechada logo em seguida.

El Barón - CARTEL CORTEZOnde histórias criam vida. Descubra agora