Prólogo.

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Com o Sol à 15º do eixo central em apenas mais uma tarde comum, o céu chorava novamente. Aileen gostava de acrescentar sentimentos as coisas e admirar quando algo realmente acontecia, já que a jovem não podia expressar-los.
A grama começou a se encharcar, as flores agradeciam ao céu pela sede matada.
Então descansou as pálpebras por alguns segundos e a lembrança de sua família e Casa a atormentou, fazendo despertar gotas assim como as do céu em seus olhos. Ela engoliu-as como um pedaço de comida mal-passada, a medida que outras cenas vieram à sua cabeça. Sentia raiva, pena, saudades... culpa. Culpa!?
Ela abriu os olhos.
As gotas de chuva roçaram na pele sem muita cor, assim como seus cabelos, e pediu para O Altíssimo que ficasse seca. O pedaço de tecido delimitado perfeitamente para seu corpo já se encontrava sujo, sua última peça de roupa de seu pequeno embrulho de pano donde trouxera algumas poucas coisas da Casa Civil.
Mas pelo menos, a água limparia suas vestes e ajudaria na cicatrização das feridas. Feridas. Seu corpo era leve e médio mas o sentia pesado e martirizado de se carregar. Sorte que seus pés eram grandes, porém já estavam cansados da caminhada de mais dias que a educação que seu pai lhe ofereceu clandestinamente-quando meninas, especialmente princesas, não tinham acesso à ela-poderia contar. E ao passar a mão áspera pelos cabelos, os olhos gelo fixos na casca da árvore a alguns metros de distância, se assustou quando as curtas madeixas chegaram somente até seu pescoço.
A menina com cabelo como trigo derrubou outra lágrima e apertou os azuis olhos com tanta intensidade que quase derrubaram a velha árvore, e continuou a passar sua mão por até onde seu cabelo naturalmente deveria chegar, estando livre.
Culpa.
Não era o fato em si, ela gostava do comprimento, mas se assustou com as consequências. Não só do corte contra sua vontade ou da ida à mais dois bailes. E sim por conta de um simples cabelo louro solto, ter originado tanto. Impura!
Aileen havia sido encurralada dentre uma porta e alguém que ela nem sabia o nome tentou enfiar a língua em sua boca. Fácil demais! Seu pai sentia nojo dela por achar que ela tinha feito algo com aquele rapaz. Você desonrou esta família! Ela foi humilhada pelos homens, recebeu olhares de pena das criadas e comentários rudes de lady's. Você afundará o Norte! Tudo porque era uma mulher. Salvar o mundo? Uma mulher que havia soltado seu cabelo-pois queria esquentar a nuca- na frente de um homem que não era seu marido. Você é apenas uma garota!Os pingos cessam e seu coração para; Tudo porque era uma mulher, em pleno século XIII.
***

Beta T- Uma Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora