Me levantei e senti que a minha perna estava melhor, eu estava como uma criança dando os primeiros passos ao tentar se equilibrar com o próprio peso. O meu suposto pai estava cochilando e eu quis dar uma olhada pela janela e ver o que estava acontecendo. Vi um lindo jardim com flores e árvores, parecia um paraíso, quando pisquei de novo, vi o caos em que eu estava de novo.
Tudo aquilo era uma visão, tinha que ser, iríamos ganhar essa guerra, só não sabia como, não tinha ideia do que fazer.
Depois de um tempo o homem acordou, levou um susto comigo de pé.
- Você já está de pé? - ele me pergunta com a cara de sono.
- Sim, me senti melhor e tentei me levantar - digo tentando sorrir.
- Bom, temos que ir daqui a pouco, vou te levar para a torre e você vai ter que usar o seu amuleto.
- Que amuleto? - fiquei olhando ele com a cara de desentendida.
- Eu não sei, apenas foi me dito isso.
- Quem te disse isso? - pergunto a ele.
- O nosso chefe de comando.
Concordei, porque parece que ele não entendeu que eu não sei de nada. Passou alguns minutos e nos arrumamos para sair, ele estava carregando uma arma engraçada que mais parecia um agulha, tinha uma ponta enorme e havia duas bases para o apoio da mão. Ele olhou o perímetro e a gente correu em direção a um prédio meio acabado. Na verdade, eu estava mais atrapalhando do que correndo, minhas pernas ainda doíam muito, o que me complicava a correr.
Chegamos no local, vivos, eu estava sem ar e sentindo muita dor. Acabei encontrando um grupo de pessoas velhas reunidas numa mesa levemente acabada, eles estavam com uma planta de uma cidade que tinha o formato levemente familiar.
- Aqui está ela - o meu "pai" disse para os outros homens.
- Olá, Laura, estávamos todos esperando pela sua volta. - o senhor que parecia um capitão diz sorrindo para mim.
- Minha Volta? Como assim?
Antes que ele pudesse falar, fomos atacados pelo inimigo com uma bomba que possuía uma gosma verde estranha. Eu estava encharcada nela.
Tentamos correr para o subterrâneo, mas fomos encurralados. Não havia saída, nem para onde fugir, teríamos que enfrentar o que estava por vir.
Eles mataram todos os homens ao qual havíamos acabado de nos reunir, ficamos eu e meu pai. Porém, fomos separados, meu pai foi puxado para o lado esquerdo enquanto eu estava indo para o lado direito. Comecei a sentir tremores em mim e meu pai bateu nos seres invisíveis que estavam o levando longe de mim. Ele chegou próximo a mim e ficou ao meu lado, gritando o meu nome, eu só via uma luz branca aparecendo lentamente.
Acordei, não da forma que deveria, mas acordei. Foram 8 anos de minha vida. Eu estava deitada num local todo branco e eu estava com uma roupa estranha, parecia um vestido. O homem que estava me segurando, estava ao meu lado me olhando e sorrindo.
Não estava entendendo nada, vieram umas pessoas e me olharam e mexeram numas máquinas muito estranhas. Eu não conseguia falar ainda, tudo saia embolado. E ficava dormindo e acordando, só que dessa vez sem sonhos.
Com o passar dos dias, comecei a ouvir a conversa que o meu pai tinha, com a minha mãe? Não acredito que é ela, mas e o acidente?
Eles falavam de um coma e que eu tinha sobrevivido, depois de tanto tempo eu havia acordado.
Comecei a dar as minhas primeiras palavras e comecei a me acostumar com o peso do meu corpo. Com isso, foi bem mais fácil me comunicar e falar como eu estava.
Veio o meu pai e minha mãe de mãos dadas com a cara cheia de lágrimas e sorrisos. Eles me explicaram que quando eu era pequena aos 8 anos, eu tive uma infecção muito forte que me fez entrar num coma e que desde então, eu fiquei dormindo. Meu pai no começo não aceitou a ideia e deixou a minha mãe por um tempo, mas depois voltou para me visitar e para pedir desculpa por ter fugido. Minha mãe seguiu em frente e teve um novo casamento com uma nova família. Com isso, ela deixou de me visitar tantas vezes.
Eles me contaram das vezes em que eles conversaram comigo e que fizeram de tudo para eu acordar.
Depois de ouvir tudo e voltar a minha vida normal, eu acabei entendo tudo o que eu vi e passei.
A guerra era o meu corpo contra infecção esse tempo todo, que acabou depois de uma resposta imunológica. Minha mãe sendo carregada, era por causa dela se afastando de mim. Meu pai dizendo para eu acordar, era por conta de sair dessa situação do coma.
O mapa da cidade era o meu corpo e todas as armas eram os remédios que eram injetados em mim. Tudo foi uma batalha dentro do meu corpo e eu sobrevivi. Quem diria? Eu estava dominada pelo caos e o caos era eu mesma.
![](https://img.wattpad.com/cover/150157590-288-k698842.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dominada pelo caos
AdventureLaura é uma menina que muda de cidade, ela possui uma doença que ninguém sabe o que é. Ela irá viver momentos e aventuras que irão mudar o seu jeito de pensar e a maneira como ela vê o mundo. Tudo isso dentro de um lugar surpreendente que só lendo v...